Candidato de Joinville a vice-governador, Adilson Buzzi comenta propostas para cidade; confira

Ele concorre nas Eleições de 2022 ao lado de Jorge Boeira pelo PDT

Candidato de Joinville a vice-governador, Adilson Buzzi comenta propostas para cidade; confira

Ele concorre nas Eleições de 2022 ao lado de Jorge Boeira pelo PDT

Bernardo Gonçalves

O primeiro candidato de Joinville a vice-governador do estado de Santa Catarina a dar entrevista ao jornal O Município Joinville – devido à ordem alfabética de nomes utilizados na urna – é Adilson Buzzi, do PDT.

Ele fala sobre a região metropolitana de Joinville, saúde, educação, transporte ferroviário e outras propostas que pretende implementar caso seja eleito ao lado de Jorge Boeira, também do PDT.

Confira a entrevista na íntegra:

No fim do ano passado foi aprovado o projeto que cria a região metropolitana de Joinville. Se eleito vice-governador, o que pretende fazer para fortalecer a região?

A região metropolitana aqui do Norte e nordeste de Santa Catarina, principalmente de Joinville, é um processo que arrastou por muito tempo e isso prejudicou muitos catarinenses que moram nos municípios ao redor da cidade e os próprios joinvilenses. Agora, com a existência da região metropolitana de Joinville, vai facilitar a vida de todos os munícipes que moram em Balneário Barra do Sul, São Francisco do Sul, Araquari, Garuva, Itapoá, Jaraguá do Sul, Guaramirim e até a região de São Bento do Sul. Isso foi muito positivo e os moradores dessas cidades e de toda a região vão sentir isso nos próximos dias, quando a região metropolitana efetivamente começar a operar.

A logística é uma das principais dificuldades das indústrias da região de Joinville, sendo o transporte ferroviário uma das pautas das entidades representativas. Se eleito vice-governador, você se compromete a atender a demanda de realizar obras no contorno ferroviário, para retirar as linhas férreas do perímetro urbano da cidade?

A rede ferroviária eu acredito que seja a solução modal futura para Santa Catarina, principalmente com a expansão dos portos. Os principais portos da região sul do país estão em Santa Catarina, que compreende o município de Itapoá e Imbituba. O contorno ferroviário que passa no perímetro urbano de Jaraguá do Sul, Guaramirim, Joinville, Araquari e Joinville deve ser posto em prática. Já teve recursos alocados. Sei que teve algum entrave burocrático em relação às prefeituras desses municípios, por isso em São Francisco do Sul, em direção as praias, existe uma “mesa de bilhar” que foi construído no nada e não está servindo a ninguém. Lá vai passar o contorno ferroviário.

Mas nós vamos pôr em prática esse projeto. Ele vai sair do papel. Vamos iniciar, não tendo certeza que vamos conseguir terminar em quatro anos, mas o projeto da rodovia que irá ligar as regiões de rica produção em Santa Catarina com o litoral, que está há 40 anos engavetado, irá sair e vamos começar. E que se leve mais 30 ou 40 anos, o projeto ferroviário que irá ligar o porto de Itapoá até a cidade de Imbituba. Esse vai ser o grande projeto de Jorge Boeira e Adilson Buzzi.

O Hospital Regional em Joinville é alvo de diversas reclamações como estrutura precária (há registros de mofo em alas do hospital) e até maus-tratos. Se eleito vice-governador, o que você vai fazer pela instituição?

As unidades hospitalares de Santa Catarina precisam seguir um exemplo, como do hospital regional do Oeste do estado e do hospital regional de Rio do Sul. Vamos copiar esses modelos. Lá não usam a unidade hospitalar para ser cabide de emprego. Nós defendemos uma gestão corporativista para a gestão de hospitais. Como funciona isso? Escolher uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, com as “forças vivas” da cidade, fazer a gestão dessas unidades. Aí acaba com o cabide de emprego.

Uso os exemplos do hospital São José de Jaraguá do Sul e até mesmo aqui em Joinville, em Pirabeiraba, com a Instituição Bethesda. São exemplos de gestão, mas gestão corporativa, com uma entidade filantrópica sem fins lucrativos, que assumiu a gestão e implementou uma administração que envolve toda a cidade. É um exemplo a ser adotado no Hospital Regional de Joinville, para acabar com todos os problemas e dar mais conforto para o catarinense que necessitam estabelecer sua saúde.

As duas universidades estaduais em Joinville, Udesc e UFSC, têm disponíveis apenas cursos das áreas de ciências exatas e tecnológicas. É notável que muitos jovens de Joinville e região precisam se mudar, tanto para outras cidades de Santa Catarina, como para outros estados, como o Paraná, por conta da UFPR. Você avalia como necessário um investimento maior em ambas as unidades das instituições para que a oferta de cursos seja mais ampla na região de Joinville?

Eu defendo que a educação deve continuar seguindo esse sistema inteligente, de se elencar a zonalidade. Eu não posso colocar uma faculdade de engenharia de indústria na região Oeste, onde se foca no agronegócio. E vice-versa, colocando uma faculdade para formar zootecnistas na cidade de Joinville, por conta da cidade não ter vocação para o agronegócio.

Então, eu acredito que, tanto a Udesc quanto a UFSC, foram distribuídas para atender as regiões. São centros de excelências tecnológicas, formando profissionais para a demanda daquelas regiões. Tem catarinenses que querem fazer medicina, mas eu não recomendo, embora tenhamos a Univille, porque não temos a vocação para formar médicos. Joinville é uma cidade do metal mecânico, tendo a necessidade de se formar engenheiro mecânico, elétrico, da área técnica. E isso as duas universidades contemplam. E isso a gente tem muito orgulho de dizer, pois quem conseguiu descentralizar as universidades das capitais foi Jorge Boeira, enquanto foi deputado federal.

Além disso, também cito os Institutos Federais, que tem aqui em Joinville e na maioria das cidades de Santa Catarina, acolhem com muita riqueza e honradez os catarinenses.

Enquanto candidato a vice-prefeito de Joinville em 2020, você falou que o ensino integral seria uma forma de combater a desigualdade social e tinha como proposta construir escolas nesse modelo na cidade. Se eleito, você se compromete a implantar o modelo em Joinville e a nível estadual? Por que acredita que é uma forma de combate às desigualdades?

Vamos começar por Joinville. Quando fui candidato a vice-prefeito, identifiquei que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) cresceu, mas por que as diferenças das escolas de Pirabeiraba e do bairro Glória para aquelas escolas do bairro Paranaguamirim? Qual a diferença? Onde está o peso? Por que a balança pesa um pouco mais uma região em detrimento a outra?

Nós temos que capacitar os professores. Hoje eles não querem mais trabalhar na lousa, eles querem avançar tecnologicamente também. Porque através da capacitação tecnológica dos nossos professores, é que nos podemos trazer o aluno para ficar o dia todo na escola. Não é só a escola que deve funcionar em tempo integral, mas tem que funcionar educação também em tempo integral. Essa é a diferença, pois, a partir do momento que eu colocar um jovem e que ele gostar de ir para a escola, ele não precisa levar tablet para casa, visto que ele vai poder fazer todas as tarefas na escola e vai mergulhar no mundo tecnológico. Por isso temos que capacitar os professores.

Escola em tempo integral, mas com a educação tem que funcionar em tempo integral. Não só em Joinville, mas para todo o estado de Santa Catarina. Se assim agir, e nós vamos fazer, nos próximos 15 anos nós vamos ver a grande diferença na educação do estado e do Brasil.

Qual a sua opinião sobre parcerias público-privadas nos serviços públicos? Joinville tem um governo do partido Novo, que tem iniciativas com base nesse modelo, inclusive na área da saúde. Você acredita que se o PDT for eleito, isso pode ser um empecilho para a relação entre os governos municipal e estadual na hora de discutir melhorias para a cidade?

Eu acredito que a parceria público-privada, desde que muito bem estudada e bem elaborada, ela é muito válida e ter efeitos muitos positivos. O que não pode se fazer é o que está se construindo hoje, que é deixar para essas organizações sociais que nem se tem informações sobre.

Temos que analisar, chamar entidades filantrópicas reconhecidas, como entidades luteranas, associações, religiosas, essas que existem um passado de história e relevância de serviços prestados, para poder realizar a gestão. Porque elas fazendo a gestão, mas a constituição do conselho de administração e consultivo, pode ter certeza que essas parcerias surtirão efeito, pois o PDT defende a legalidade e a legalidade é manter o servidor público concursado em sua área. Àquele que tiver prestando serviço público, permanece. Já àquele não estiver atendendo o cidadão, não merece mais continuar naquele serviço. Essa é a posição do nosso partido.

Santa Catarina é um dos estados com maior população carcerária. Em Joinville, temos o presídio regional que enfrenta problemas de estrutura e lotação. Como advogado criminalista, qual a sua opinião sobre o sistema prisional atual e quais mudanças você pretende implantar se eleito?

Tudo passa pela educação. Hoje, um colégio, custa 25% do preço de um presídio. Então temos que construir escolas, criar uma educação em tempo integral, para poder tirar as crianças, pré-adolescentes e adolescentes da fila do “alistamento” do crime organizado. Essa é a comunidade que nós vamos preparar para não lotar mais o sistema carcerário.

Por outro lado, temos que viver com situação do sistema carcerário. Joinville tem sido um exemplo, com a penitenciária industrial. Os penitentes que estão ali cumprindo suas penas, exercem uma atividade laboral que tem auxiliado na manutenção deles próprios lá dentro e de seus familiares.

Esse é o modelo que tem sido copiado em outras unidades carcerárias no Brasil, embora tenhamos que entender que é preciso diminuir a comunidade carcerária. Como é que isso acontece? Oferecendo educação, mas de qualidade, para que o catarinense possa chegar lá e aprender, ter uma alimentação digna, um atendimento odotológico, ambulatorial e hospitalar. Essa é a proposta do PDT para Santa Catarina.

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