Covid-19: grupo aciona Justiça contra “tratamento precoce” em Joinville

No documento, o comitê afirma que tem acompanhado as declarações da prefeitura com "profundo espanto"

Covid-19: grupo aciona Justiça contra “tratamento precoce” em Joinville

No documento, o comitê afirma que tem acompanhado as declarações da prefeitura com "profundo espanto"

Lucas Koehler

Na última quarta-feira, 7, membros do Comitê Popular Solidário de Joinville contra o Coronavírus entraram com uma ação na Justiça de Santa Catarina com pedido de tutela de urgência para barrar a oferta e distribuição de medicamentos do “kit covid” e “tratamento precoce” contra a Covid-19 na cidade.

A ação pede que a Justiça obrigue o prefeito Adriano Silva (Novo) a interromper a aquisição, utilização e distribuição dos remédios na rede pública de saúde de Joinville. Além de não promover mais divulgação sobre medicamentos como a hidroxicloroquina e ivermectina.

No documento, o comitê afirma que tem acompanhado as declarações da prefeitura com “profundo espanto”, já que, de acordo com o grupo, as evidências divulgadas pela comunidade científica nacional e internacional, afirmam que além de ineficaz, o tratamento precoce contra o coronavírus tem resultado em riscos a saúde individual, coletiva e pública.

Em entrevista ao jornal O Município Joinville, o coordenador médico da Vigilância da Saúde em Joinville e do Controle de Infecção do Hospital Dona Helena, Luiz Henrique Melo, ressaltou que “não existe tratamento precoce contra o coronavírus, não há nada que se previna o vírus além da vacina”.

Melo afirma que não há condições terapêuticas para prevenir a doença com os atuais remédios. “Esses medicamentos não curam e podem piorar o quadro de saúde”, destaca.

A ação corre na 2ª Vara da Comarca de Joinville e ainda não foi analisado pelo juiz Roberto Lepper.

O Comitê Popular Solidário de Joinville contra o Coronavírus reúne sindicatos, partidos políticos, coletivos sociais, culturais e de defesa dos Direitos Humanos, que envolvem iniciativas voltadas à pandemia da Covid-19.

Prefeitura aguarda ação para se posicionar

De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Joinville, o município ainda não foi acionado sobre a ação e, por isso, não tem um posicionamento definido sobre este ponto.

Em sessão realizada na última segunda-feira, 5, na Câmara de Vereadores, o prefeito de Joinville, Adriano Silva, defendeu o tratamento precoce contra a Covid-19, ato que vem sendo feito com frequência nas redes sociais do político.

Além disso, ele afirmou que o Centro de Tratamento Precoce, localizado na Associação Atlética Tupy (AAT), mudará o nome para Centro de Tratamento Imediato, com a justificativa de “acabar com a política que se fez em volta da questão do tratamento precoce”.

Leia mais: Covid-19: centro de tratamento precoce de Joinville volta à discussão

Luana Ferrabone, médica coordenadora do Centro de Tratamento Imediato, cita que Joinville está investindo no que o Ministério da Saúde recomenda. “Não compramos nada diferente do que é sugerido pelo Governo Federal”, diz.

Apesar disso, Ferrabone critica a forma que algumas farmácias estão vendendo “kits” contra o vírus.

“A maneira que está sendo comercializado está errada, inclusive pode até prejudicar os pacientes. É necessário analisar cada caso individualmente, ou pode ser como jogar gasolina no fogo”, analisa.


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