Vida Leve

Ana Carolina Schmidt é psicóloga e fala de ansiedade. Seu principal objetivo é ajudar mulheres a lidar com suas emoções e ansiedades, buscando encontrar a melhor versão possível de si mesmas.

O que é TOC? Entenda o transtorno e saiba quais são as características

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Ana Carolina Schmidt é psicóloga e fala de ansiedade. Seu principal objetivo é ajudar mulheres a lidar com suas emoções e ansiedades, buscando encontrar a melhor versão possível de si mesmas.

O que é TOC? Entenda o transtorno e saiba quais são as características

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Você sabe o que é o TOC? O TOC é a sigla para Transtorno Obsessivo Compulsivo. O transtorno atinge cerca de 3% da população mundial.

O TOC envolve obsessões, ou seja, uma chuva de pensamentos involuntários, repetitivos e indesejáveis. Também envolve compulsões, que são os comportamentos feitos diversas vezes para suprir a obsessão.

O TOC se caracteriza principalmente por pensamentos e rituais relacionados à higiene, organização, simetria e perfeição. A pessoa com TOC sente grande angústia. É um incômodo muito intenso e a obsessão pode surgir. É um pensamento repetitivo de que algo está errado e não vai ficar certo até que algo seja feito. Geralmente é depois disso que vem a compulsão. Nessa fase a pessoa faz um ritual comportamental para suprir ou amenizar a sensação de angústia trazida pelo pensamento.

Pensamentos do TOC

Existem diversas formas de obsessão, mas alguns pensamentos mais comuns do TOC são:

– medo em ser contaminado por doenças;
– perfeccionismo;
– organização e simetria;
– agressividade em relação à si ou aos outros;
– de acumular ou dificuldade em desapegar de coisas antiga;
– religioso, como medo de ter feito algo errado ou cometer algum pecado;
– pensamentos mágicos de que ao fazer algum comportamento pode evitar coisas ruins de acontecerem, como bater três vezes na madeira, por exemplo;

Por exemplo, se você saiu de casa fica pensando se fechou a porta. Antes de sair você virou o trinco para garantir que estava fechada, no portão você conferiu se não deixou a chave na porta. Então no caminho você pensa se realmente fechou a porta e uma necessidade muito grande de voltar lá pra confirmar vai se formando e você retorna para casa para conferir se realmente fechou a porta. Essa mistura de pensamentos e comportamentos para conferir se a porta estava fechada é o que caracteriza o famoso TOC.

É claro que aqui é um exemplo simples. Os sintomas podem aparecer em uma variação enorme no TOC. Entretanto, sempre terá essa característica de um pensamento intenso que gera muito desconforto e que parece necessitar um comportamento para que se vá.

Porém, nem sempre esse comportamento é algo plausível como no exemplo acima. Por vezes, a pessoa sabe que não faz sentido ou que não tem lógica no comportamento que sente necessidade de fazer, como dar três pulinhos, contar até determinado número ou não pisar em rachaduras no chão para que algo de ruim não aconteça.

Para quem olha de fora pode parecer muito com uma superstição, mas na verdade o TOC é um transtorno. Outra coisa importante é que a pessoa com TOC acaba se tornando um disco arranhado, repetidas vezes precisa fazer a mesma coisa, o mesmo ritual. Esse tipo de situação acontece com muita frequência, ou quase sempre. Uma vez que você ficou confuso se fechou a casa e volta para conferir não caracteriza TOC.

TOC x organização

Também é fundamental diferenciar: muitas vezes o TOC lembra muito a organização. No entanto, uma pessoa organizada, em geral, utiliza dessa organização como forma de otimizar a vida.

Já a pessoa com TOC que tem algum ritual de organização, como organizar o guarda-roupa por cores e tons faz isso por uma necessidade gerada pela obsessão. Surge geralmente um medo tão intenso de que algo esteja fora do lugar ou de que algo ruim aconteça se as coisas não estiverem nesta ordem específica, que o tempo gasto com aquela organização ou ritual acaba sendo muito maior e, consequentemente, sobra muito menos tempo para as coisas da vida, às vezes até mesmo para coisas importantes como o trabalho e estudos.

Por exemplo, uma pessoa que tem mania de limpeza ou medo de germes pode passar horas tomando um banho após encostar em algo que a faça sentir que talvez tenha se contaminado, como tocar em dinheiro ou num corrimão.

É impossível não notar como esses rituais ou manias acabam sendo muito prejudiciais na vida da pessoa, pois dificultam muito o cotidiano. É importante reforçar que em situações de estresse os sintomas podem ficar mais intensos.

Falar que tem um TOC com alguma coisa é bastante comum. Mas o TOC é um transtorno e precisa ser encarado como tal: com tratamento. Ainda que não haja cura para o TOC, o importante é ter acompanhamento e, na medida do possível, buscar ter o menor prejuízo possível na vida cotidiana.

O tratamento pode ser feito com psicoterapia e, em alguns casos, há necessidade de medicação em conjunto com a psicoterapia. Se estiver em dúvida, consulte um profissional da saúde, psicólogo ou psiquiatra.

E se puder, faça terapia!

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