39º Festival de Dança de Joinville encerra com sucesso e já mira próxima edição; “Vai ser histórico”
Presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz, avalia o evento
Nas palavras do presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz, foi percebida uma “alegria que estava contida, uma vontade de estar em Joinville, de participar e dançar”. Segundo Ely, que preside o instituto desde 2007, a sensação sentida por jurados, organizadores e professores foi a melhor possível.
Novidade que deve continuar
Para além do recorde de bailarinos inscritos, o 39º Festival de Dança de Joinville contou com eventos inéditos que marcaram a edição. Como é o caso do Festival 40+, que reuniu pessoas que começaram a dançar após a vida adulta.
“Tem vários grupos, alguns nem sabiam disso [do Festival +40], de outras cidades, sociedades, grupos de dança folclórica aí pelo Brasil, acredito que vai aumentar bastante a procura”, explica o presidente. Foram duas tardes de apresentações nesta edição, que deve ser ampliada para três em 2023.
“Agora o Festival passa a ser dos dez anos de idade, com o Meia Ponta, e vai até os 100”, brinca Ely.
Confira como foi o Festival +40:
A participação nos worshops e aulas também impressionou a organização. A oferta superou 100 opções, com professores e estilos dos mais variados.
Eventos paralelos às Mostras Competitivas
Para o presidente do instituto, um destaque positivo foi a volta do Reencontro das Ruas, com apresentações e competições no ginásio do Germano Tim, ao lado do Centreventos Cau Hansen. O evento contou com grafite, batalha de rimas e poesias, além do break dance olímpico, com a presença do Conselho Nacional de Dança Desportiva.
O terceiro K-Pop Joinville Festival também aconteceu junto ao festival de dança e aproximou os amantes da cultura, dança e música coreana. Outro evento que remete a uma cultura específica é o Major Ball, realizado no último dia do 39º Festival de Dança. A programação celebrou a cultura de Ballroom, tradicional dos movimentos LGBTQIA+ afro-americanos dos Estados Unidos na década de 20.
Outro amado do festival é o Dog Dance Day, que aproxima tutores, fornecedores e animais de estimação em duas tardes de evento, ao lado da feira da sapatilha.
Assista ao vídeo:
Nos últimos dias do Festival também aconteceu o Jam Session Tap, evento de improvisação de sapateado. Jam vem da expressão “Jazz After Midinight” (jazz depois da meia-noite) e tap vem de “tap dance” (sapateado, em inglês). Nesta celebração, os dançarinos fazem rodadas de sons feitos principalmente com os pés, de forma improvisada.
Veja como funciona:
Para somar a lista de atrações, a plataforma Fan Mix permitiu que pessoas das cidades da região, como Balneário Barra do Sul e Araquari, interagissem e assistissem ao festival de forma gratuita. Outra programação foi o aulão de dança na avenida Beira Rio, que se desmembrou no Momento Flash Back e na Noite do Passinho.
Quem não é profissional também participou do festival através das oficinas Dança para quem não dança, Mostra Dança para Todos, Oficina de Dança inclusiva e outros.
E não é só de movimento que vive o festival. O evento de palestras Dança: Histórias Incentivadoras (DHIX) contou histórias de pessoas inspiradoras do meio. Um dos destaques foi Vitória Bueno, bailarina que nasceu sem os braços e se apresentou pela primeira vez no festival.
Quem faz acontecer
Além dos que fazem magia nos palcos, o Instituto Festival de Dança conta com uma equipe fixa de 14 pessoas, que se dedicam durante o ano para organizar o evento. Próximo a data, outras 200 pessoas são incorporadas a equipe.
“Além disso, você tem toda uma cadeia de fornecedores, de limpeza, de som, de luz, de apoio aos palcos, fizemos as conta e passa de mil pessoas envolvidas diretamente no festival de dança”, revela. Isso fora quem trabalha na feira da sapatilha. Na avaliação do presidente, a quantidade de envolvidos é um pouco maior que os anos anteriores porque a feira foi maior e mais cursos foram oferecidos.
Outro destaque positivo é a temporada da hotelaria. Ely explica que a alta temporada do setor em Joinville é no período do festival. “Este foi o melhor dos últimos anos, a hotelaria ficou entre 95 e 100% de ocupação”, confirma o Viva Bem, Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Joinville/SC e Região. Para a rede de hotéis da cidade, julho é tradicionalmente o melhor mês.
Acesso gratuito ao festival
Cerca de 40% dos ingressos foram destinados à entrada social, ou seja, entrada gratuita para quem tem registro no Cadastro Único. “Diminuímos o número desses ingressos gratuitos para outras entidades, que era um movimento histórico, e aumentamos para essa questão do cadastro único”, explica o presidente do instituto. Ely reforça que muitas dessas instituições tem condições de fazer a compra do ingresso, por isso a decisão foi tomada.
“Claro que para entrar no Cadastro Único tem toda a dificuldade”, avalia, mas considera positiva a mudança. “O instituto ainda não tem os números, mas já adianta que muitas pessoas acessaram o festival pela primeira vez na vida, todas as noites teve a presença de quem acessou com ingresso social.”
Embora a equipe saiba da dificuldade de acesso, a opção do ingresso social foi ampliada para todos, seja de Joinville ou outras regiões.
Próxima edição marca 40 anos do festival
A próxima edição do maior festival de dança do mundo já tem data marcada: 18 a 29 de julho de 2023. E deve ser ainda mais especial, já que marca os 40 anos do início do evento.
A expectativa para a 40ª edição pode ser alta. O evento começa a ser planejado ainda nesta semana. “A gente sempre procura fazer com que a edição do ano seguinte seja melhor do que o ano anterior. Isso é fundamental para você continuar tendo essa magia, essa vontade dos bailarinos participar, dos profissionais”, ressalta o presidente do instituto.
O presidente brinca que nunca foi tão questionado sobre uma edição como a que vai comemorar os 40 anos do festival, em 2023. “Vai ser um evento histórico”, adianta Ely.