Joinville registra baixa no abandono escolar durante a pandemia de Covid-19
Educação de Joinville monitora atualmente 146 alunos que não acessaram os conteúdos online ou material impresso
Educação de Joinville monitora atualmente 146 alunos que não acessaram os conteúdos online ou material impresso
Joinville registrou uma baixa nos casos de abandono escolar durante a pandemia do novo coronavírus. Atualmente, a Secretaria da Educação (SED) acompanha 146 famílias com crianças matriculadas na rede municipal e que não acessaram os conteúdos pela plataforma online ou material impresso. Esse número é cinco vezes menor do que o registrado no ano anterior, de acordo com os dados da SED.
Em 2019, foram 743 alunos com registro de faltas consecutivas que voltaram para a escola, enquanto 1.094 precisaram ser encaminhadas ao Conselho Tutelar. Os casos são encaminhados aos conselheiros quando o município não consegue entrar em contato com a família.
Já em 2018, foram 651 alunos acompanhados pela SED e 956 enviados aos conselheiros. Em 2017, o número foi menor, 463 e 507, respectivamente.
A secretária de Educação, Sônia Fachini, acredita que a tecnologia usada durante a pandemia tem facilitado o contato com as famílias. “Temos que utilizar isso ao nosso favor”, comenta.
A busca presencial do material impresso e do kit alimentação também contribuem para a comunicação entre os responsáveis e a equipe escolar. “Os pais já avisam quando alguma coisa acontece”, então a falta é justificada e a família não precisa ser acompanhada, explica. Porém, se a criança não retorna às aulas, o caso continua sendo monitorado.
Em época de pandemia e sem aulas presenciais, 67,6% dos alunos participam da escola por meio online e 30,4% pelo impresso. Outros 2% não buscaram nenhuma das ferramentas, de acordo com a SED.
É considerado abandono escolar casos em que alunos apresentam cinco dias seguidos de faltas ou sete dias intercalados, explica a secretária de Educação, Sônia Fachini.
De acordo com Sônia, os motivos mais comuns que levam ao abandono escolar, são viagens longas, mudanças de endereço sem transferência para nova escola e até casos onde os pais trabalham fora e as crianças deixam de estudar.
“A maior parte (dos estudantes) é considerada de vulnerabilidade baixa e as vezes, por os pais também não terem escolaridade, acabam não dando importância pra escola”, diz a secretária.
De acordo com a a psicopedagoga Débora Cristina Mira, a forma como a escola é introduzida na vida da criança contribui para o abandono.
“Ir para a escola não deve ser estimulado como um fardo, um peso. Mas como um local de encanto, aprendizagem, com amigos e para brincar.”
Para ela, a escola precisa se reinventar constantemente e fomentar a participação das crianças com projetos, pesquisas com as famílias e os alunos. Outra forma de contribuir na experiência escolar dos pequenos é monitorar a convivência, evitar o bullying e auxiliar aqueles que possuem maior dificuldade de aprendizagem.
Débora reforça a importância da criança criar uma relação de afetividade com o ambiente escolar. “Tem que ter esse sentimento de pertencimento, porque, se a gente não tem isso, a gente não entende o motivo de estarmos ali”, diz a psicopedagoga.