Acij debate tarifas dos EUA e cenário econômico em SC com a presença de senador
Encontro contou com a presença do senador Esperidião Amin e o presidente da Fiesc
Encontro contou com a presença do senador Esperidião Amin e o presidente da Fiesc
Na noite desta segunda-feira, 11, a Associação Empresarial de Joinville (Acij) realizou uma plenária especial para discutir as perspectivas políticas e econômicas do Brasil e seus reflexos em Santa Catarina, especialmente na região Norte do estado. Entre os temas abordados esteve a taxação de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos. Com o auditório lotado, o encontro contou com a presença do senador Esperidião Amin e teve críticas à falta de diálogo entre os governos dos dois países.
Participaram da plenária o senador Esperidião Amin, recém-chegado de missão oficial nos Estados Unidos, e o empresário Mário Cezar de Aguiar, que está no fim do mandato à frente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).
Durante sua participação, Mário Cezar destacou a relevância econômica de Santa Catarina e de Joinville, que possui o maior Produto Interno Bruto (PIB) do estado, estimado em R$ 56,8 bilhões. Ele afirmou que a Fiesc mantém investimentos voltados ao futuro da indústria catarinense, com foco no setor da produtividade. “Inovação não é mais uma escolha, é uma necessidade”, afirmou.
O senador Esperidião Amin criticou a falta de diálogo entre o governo brasileiro e os Estados Unidos diante das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. “Quem pode debater e negociar é o Executivo, é o presidente. E nos seis primeiros meses deste ano não houve diálogo entre Brasil e EUA”, afirmou. Para ele, a ausência de negociação agrava a situação.
Amin classificou o tarifaço como prejudicial também para os norte-americanos. “Esta decisão do governo norte-americano é um tiro no próprio pé”, disse, acrescentando que a medida provoca uma quebra na relação de confiança entre clientes e fornecedores.
Ele destacou que o principal fornecedor de laranjas para os Estados Unidos não é interno, mas o Brasil, maior exportador mundial de suco de laranja, com os EUA como um de seus principais compradores. Embora a Flórida e a Califórnia também produzam a fruta, a indústria brasileira se sobressai na produção de suco concentrado, atendendo grande parte da demanda norte-americana.
Em 21 de julho, a empresa Johanna Foods Inc., distribuidora de suco de laranja nos Estados Unidos, apresentou na Justiça norte-americana uma ação contra o tarifaço imposto pelo governo Donald Trump.
O senador afirmou acreditar que a questão seguirá sendo tratada no campo da diplomacia parlamentar, mas ressaltou preocupação com outros pontos. “O que mais me assustou não foi o tarifaço, que acho que vai ser racionalizado. Foram as ameaças que nós ouvimos. Primeiro, que temos um risco muito grave de recebermos novas sanções, pelo fato de ainda dependermos da Rússia, residualmente, para o óleo diesel e fertilizantes”, disse. Cerca de 40% dos fertilizantes que o Brasil compra vêm da Rússia.
Amin também criticou declarações feitas pelo presidente Lula em relação à moeda norte-americana. “O chefe de Estado do Brasil discutir que é preciso substituir o dólar como moeda, para mim, é uma declaração de guerra”, comentou.
Com arquitetura única em Joinville, Palacete Dória precisou ser construído por empresa de Curitiba: