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Acusado de estuprar influenciadora em Joinville é condenado à prisão

Decisão foi oficializada pela Justiça nesta terça-feira

O acusado de estuprar a estudante de Psicologia e influenciadora digital Nina Tobal, de 20 anos, foi condenado à prisão e pagamento de multa à vítima. O documento com a decisão foi assinado pela Justiça de Joinville nesta terça-feira, 4.

Após a decisão, o homem terá de cumprir seis anos e oito meses de prisão, em regime fechado pelo crime de estupro. Ele também terá de pagar R$ 5 mil para Nina, para reparação dos danos causados pelo crime.

A jovem afirma que iniciou terapia para lidar com as consequências emocionais, desenvolveu ansiedade e dificuldades para se relacionar com homens. Ela também tem receio de andar na rua e dificuldades para dormir.

Com a condenação do homem, Nina utilizou suas redes sociais para agradecer as pessoas que a apoiaram durante este momento. “O sentimento que eu sinto hoje é indescritível e imensurável”, comentou a jovem.

“É uma luta por mim e por todas. É uma luta diária, cansativa, difícil e longa. Mas a vitória de uma com certeza é a vitória de muitas.”, completou.

Relembre o caso

A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). O processo, que contou com o relato de nove testemunhas e o interrogatório do acusado, revelou os detalhes do crime. Conforme a denúncia, em 9 de janeiro de 2023, por volta das 16h30, o acusado estuprou a vítima utilizando violência e grave ameaça.

A jovem relatou que, durante o abuso, o acusado constantemente a ameaçava, dizendo para ela ficar quieta, caso contrário a machucaria. Ao relatar os momentos que antecederam o crime, Nina contou que, naquele dia, estava caminhando em uma rua após sair do prédio da Prefeitura de Joinville e ligou para uma amiga que iria encontrar em frente à Casa da Cultura.

Ela seguiu pela rua da empresa Lepper, onde percebeu algo estranho e sentiu-se insegura ao notar que havia um homem atrás dela. Com medo, começou a andar mais rápido, mas o homem fez o mesmo.

O agressor abordou a jovem e a ameaçou, dizendo que a machucaria caso gritasse. Ele teria segurado Nina pelo braço e a empurrado contra uma árvore. Em seguida, ele abaixou as próprias calças e esfregou seu pênis na calça da vítima, entre as pernas e nádegas, até ejacular na roupa.

Apesar do acusado não ter mostrado qualquer arma, a vítima acreditou que seria roubada, pois estava com sua bolsa e celular. Em seguida, foi surpreendida novamente quando o agressor a pressionou contra a árvore.

Após o crime, ele a soltou, ordenou que seguisse em uma direção e partiu na direção oposta. Nina seguiu pela rua e entrou na portaria da empresa Lepper para buscar ajuda. A vítima não se recorda de ter visto o agressor antes do incidente.

O vigilante da empresa Lepper confirmou ter auxiliado a vítima, que procurou ajuda na guarita do estabelecimento, visivelmente abalada e chorando. Poucos minutos depois, a amiga da vítima e a polícia chegaram ao local.

O que disse o acusado?

Durante o interrogatório, o acusado confirmou a prática dos atos descritos na denúncia. Ele alegou que não havia premeditado nada, tentou se isolar para não incomodar ninguém e que a escolha da vítima foi aleatória, pois ele não a conhecia.

Segundo ele, nunca havia passado por uma situação semelhante antes e estava assustado com seu próprio comportamento. O acusado relatou que momentos antes do abuso, havia comprado um celular, razão pela qual carregava uma sacola amarela.

O homem relatou que estava sentindo-se mal e decidiu se isolar na região. Ao ver a vítima passando, abordou-a com a mão no ombro, pedindo para que ela ficasse em silêncio. Ele negou ter utilizado qualquer arma ou faca e afirmou que jamais ameaçaria a vida de outra pessoa. Após cometer o crime, ele decidiu fugir, mas foi surpreendido pela presença da polícia, que já estava em sua casa.

Prisão do acusado

O acusado foi preso em 10 de janeiro, um dia após o crime. A Polícia Civil utilizou imagens das câmeras de segurança para rastrear o percurso do acusado e constatou que ele se dirigiu ao terminal de ônibus logo após o crime. As imagens registraram sua presença no local, inclusive utilizando um cartão de embarque. Com base nos dados do cartão e no horário de entrada no terminal, foi possível identificar o nome do autor do crime.

Além disso, as imagens das redes sociais do homem mostravam fotos dele vestindo a mesma camisa preta de time que utilizava no momento do crime. As roupas usadas pelo acusado durante o crime foram apreendidas em sua residência.

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