Administração responde acusações de descumprimento do plano de recuperação judicial do JEC
Ex-jogadores solicitam falência do JEC por não pagamento total
Ex-jogadores solicitam falência do JEC por não pagamento total
A administração da recuperação judicial do Joinville Esporte Clube (JEC) se manifestou na manhã desta terça-feira, 27, após o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) pedir esclarecimentos sobre o cumprimento do plano.
Conforme apurado pela reportagem de O Município Joinville, 26 jogadores que passaram pelo clube alegam que o JEC não está seguindo o plano de pagamento. O Joinville negou a alegação.
A administração judicial, em resposta à reportagem, explica que, em julho deste ano, novas subclasses de credores trabalhistas começaram a ser pagas através do plano de recuperação.
“Isso gerou dúvidas aos credores que começaram a receber. Também houve casos pontuais de credores que enviaram dados bancários e, por falha administrativa, não receberam suas parcelas”, afirma a administração em nota.
No momento, o JEC e a administração judicial trabalham para que os credores que disponibilizaram seus dados bancários recebam os valores de direito. “O trabalho apresenta certa complexidade pelo volume de credores, representantes e cálculos envolvidos”, diz a nota da administração.
“O quadro acima apresenta um panorama prévio do cumprimento do plano. Estamos conciliando essas informações com o controle interno do JEC para nos manifestarmos no processo com a maior brevidade possível”, informa a administração.
A reportagem do jornal O Município Joinville obteve um documento exclusivo enviado pelos atletas à Justiça em julho, assinado por nove advogados, solicitando a imediata falência do JEC. Os jogadores alegam que o clube não cumpriu o plano de pagamento aprovado em março do ano passado, que previa o desembolso de R$ 40 mil mensais no primeiro ano, com aumento de 20% ao ano.
O plano estipula que o pagamento de créditos trabalhistas deve ser feito sem carência e com descontos apenas para valores superiores a 15 salários mínimos. Até maio de 2024, o JEC deveria ter destinado R$ 576 mil, mas o relatório da administradora judicial, disponível no site da Brizola e Japur, mostra que o clube pagou R$ 413.526,58.
Apesar de alguns pagamentos terem sido feitos, os advogados dos jogadores alegam que o clube não cumpriu o montante total necessário, incluindo a parcela de junho de 2024. Os advogados afirmam que o descumprimento das obrigações previstas no plano de recuperação judicial pode levar inevitavelmente à falência do clube.
Eles ressaltam que a decisão que homologou o plano alertava para a possibilidade de falência em caso de não cumprimento. No entanto, sugerem que, para preservar a função social do JEC, seria ideal uma alienação total das atividades do clube para novos proprietários, garantindo sua continuidade.
O JEC nega as acusações de descumprimento do plano de recuperação judicial e afirma que há uma divergência na interpretação dos credores sobre a base de cálculos para os pagamentos. Segundo André Gusthavo, diretor financeiro do clube, está sendo desenvolvido um formato para explicar a base de cálculo e o acompanhamento dos pagamentos no portal da transparência do site do clube.
André Gusthavo esclarece que os créditos trabalhistas foram divididos em subclasses, com as duas primeiras subclasses recebendo pagamentos antes das duas últimas. Isso pode ter gerado confusão sobre os valores pagos e recebidos. Ele exemplifica o cálculo proporcional dos créditos, afirmando que o valor destinado mensalmente é dividido conforme a proporção do saldo de cada credor.
Sobre a divergência nos valores pagos, o diretor financeiro explica que houve um problema nos extratos bancários do primeiro pagamento, realizado em junho de 2023. Embora o valor estivesse correto, o nome do credor no extrato estava incorreto. O clube informou ao administrador judicial, que está validando o valor e atualizará o saldo nesta semana.
O JEC admite que existem atrasos nos pagamentos devido a problemas como trocas de contas não informadas e estornos. O clube afirma que está trabalhando para resolver essas questões e garantir que todos os pagamentos sejam efetivados corretamente.
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