Adoções em Joinville no primeiro semestre ultrapassam registros de 2020; veja números
Cidade tem mais de 400 pretendentes à adoção
Cidade tem mais de 400 pretendentes à adoção
No primeiro semestre deste ano foram registradas 24 adoções de crianças e adolescentes no município de Joinville. Número ultrapassa as adoções registradas em todo ano de 2020. Os dados são do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC).
Do total de adotados em 2021, 16 são meninas e sete meninos. Na lista da comarca do município, existem 419 pretendentes à adoção, seja individual ou família.
O juiz titular da Vara da Infância e Juventude da comarca de Joinville, juiz Márcio Renê Rocha, afirma que, mesmo durante a pandemia, as atividades da unidade continuaram em pleno funcionamento e dentro das normas de segurança sanitária.
O que contribuiu para isso, conforme o juiz, foi a adaptação ao digital, situação que facilitou a tramitação e o julgamento dos processos.
“Tivemos um ano atípico em 2020, mas em 2021 as adoções retomaram o fluxo normal e a dedicação de todos os envolvidos foi primordial para que muitas crianças tivessem uma oportunidade e fossem encaminhadas para um novo lar”, destaca o magistrado.
O número de crianças aptas para adoção não foi informado.
Conforme dados da Vara da Infância de Joinville, a maioria dos pretendente à fila de adoção desejam crianças de 0 até 4 anos, sem irmãos, saudável ou com demanda de saúde tratável. Mas há também, de acordo com o conselho, um número significativo que aceitam irmãos e, também, estão abertos para qualquer etnia.
Pedro Xavier, presidente do Grupo de Estudo e Apoio a Adoção de Joinville (Geaaj), afirma que a duração do processo de adoção vai depender do perfil escolhido pelos pretendentes. Quanto mais restrito o perfil, maior pode ser a demora para encontrar a criança.
“Quando uma pessoa deseja um bebê, por exemplo, a criança tem que nascer, ser destituída do poder familiar. Até que o processo se abra, ela já está com dois anos”, diz. Mas se a pessoa optar, ele defende ser de direito esta experiência.
Como dica, Xavier afirma que é preciso preparar a mente para receber o filho e continuar focando na vida e realização de suas metas pessoais. Ele aponta que, quanto menos a pessoa segue sua vida, menos se prepara para o recebimento da criança.
Ele também defende que, após a adoção, o processo de aproximação é essencial para vinculação da criança com a nova família e prosseguimento do projeto familiar.
“A adoção é uma forma de ter filhos. Então não são filhos adotivos, são filhos, e ponto. Todo processo entendemos como burocrático, mas necessário. Não tem como fazer sem este processo porque é preciso o amadurecimento. Mas é um momento único, e que vai acontecer”, finaliza.
Assim como os processos, os cursos preparatórios para adoção estão sendo realizados na modalidade ensino à distância. Neste ano, conforme o Tribunal de Justiça, aproximadamente 120 pretendentes da comarca de Joinville participaram.
Durante os cursos, são abordados diversos temas contemplando os aspectos jurídicos, sociais e psicológicos da adoção, como: destituição do poder familiar, procedimentos de habilitação e adoção, além de implicações decorrentes das adoções irregulares.
Também são destacados assuntos referentes a preconceitos e mitos que envolvem a adoção, motivação, expectativas e ansiedade da espera pela adoção, investimento afetivo e financeiro necessário para a criação de um filho, dentre outros.
Interessados em adotar uma criança ou adolescente, podem entrar em contato com o Setor Psicossocial da comarca de Joinville pelo telefone (47) 3130-8513 ou pelo email [email protected], no período das 12h às 19h.
O Grupo de Estudo e Apoio a Adoção de Joinville(Geaaj) é uma associação voluntária sem fins lucrativos fundada em 1997 com intuito de auxiliar pretendentes no processo de adoção e pais que já estão com seus filhos.
Pedro Xavier, presidente do grupo, conta que, dois anos após sua fundação, o Geaaj recebeu o documento de utilidade pública municipal, reconhecimento do poder público dado a instituições sem fins lucrativos e prestadoras de serviços à coletividade.
Apesar de oferecer um trabalho parecido, Xavier explica que a instituição não tem ligação com os serviços prestados no Fórum de Joinville e está ligada à Associação Nacional de Grupos de Apoio a Adoção (Angaad).
A entidade de Joinville tira dúvidas sobre fase inicial do processo, seja para os pretendentes à adoção ou aos que querem tirar suas dúvidas sobre o assunto.
“Outro grupo que atendemos é de pós-adoção, que já passaram pelo processo e estão com os filhos”, explica Xavier.
Durante a pandemia da Covid-19, os encontros têm acontecido virtualmente, em forma de lives pelo Facebook, via Google Meet ou grupos de WhatsApp. De acordo com Xavier, há cerca de 120 pessoas diretamente ligadas ao grupo, que, além de Joinville, atende a moradores de outras regiões próximas.
“90% [deste grupo] estão envolvidos no processo, tem interesse ou está habilitado na fila de espera e deu entrada na documentação”, avalia.
Entre os principais questionamentos do grupo de pré-adoção, os pretendentes possuem dúvidas sobre como preencher o perfil pretendido, quais as doenças tratáveis que aparecem nos perfis, quais documentos necessários e como funciona a entrevista psicossocial, por exemplo.
Já as dúvidas do grupo pós-adoção gira em torno da aproximação com as crianças e suas demandas, onde pais trocam suas experiências e compartilham suas vivências.
Xavier afirma que, em algumas ocasiões, psicólogos e outros profissionais são convidados a participarem das conversas. “As conversas ajudam a combater o estresse, tirar as dúvidas. Tirar esta cortina que existe sobre o processo de adoção e suas etapas”, define.
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