Adriano Silva fala sobre PPP na saúde, secretarias e concurso público
Candidato concorre a prefeito de Joinville no segundo turno, que será decidido neste domingo, 29
Idade: 42 anos
Naturalidade: Joinville (SC)
Profissão: Empresário
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Número na urna: 30
Confira o perfil completo do candidato.
O empresário Adriano Bornschein Silva, 42 anos, nasceu em Joinville, é luterano, casado com Bianca, pai de dois filhos e mora no bairro Saguaçu. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, morou em São Paulo no período da faculdade.
Como empresário, começou a atuar como assistente de marketing no Laboratório Catarinense, empresa fundada pelo bisavô. Mais tarde, se tornou o presidente da rede farmacêutica. Foi também vice-presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij).
É filiado ao partido Novo desde 2018. Cursou políticas públicas durante um ano na Escola Renova Brasil, em 2019.
Durante entrevista realizada nesta segunda-feira, 23, o candidato a prefeito falou sobre parcerias público-privadas (PPP) para o fim das filas nas cirurgias. Também trouxe propostas para a ampliação da Saúde da Família para a prevenção de doenças.
Sobre a desburocratização no poder público, Adriano planeja trabalhar nas áreas econômicas, como liberdade para empreender, e na cultura, com a remodelação do edital do Simdec. Questionado sobre concursos públicos, afirmou que irá contratar de acordo com a necessidade de áreas essenciais e para reposição de servidores.
O candidato também comentou as comparações com o atual prefeito Udo Döhler (MDB). “Eu acho isso uma forma preconceituosa de lidar com as pessoas. Porque o Udo é empresário e o outro é empresário vai ser negativo para a cidade. Isso não funciona. Nós tivemos grandes empresários a frente das prefeituras, como Wittich Freitag, João Colin, enfim. Não podemos dizer que um ou outro vai ser igual. Eu sou completamente diferente do atual prefeito”, afirma o candidato do Novo.
Assista à entrevista na íntegra:
As pesquisas apontavam você em quarto lugar no início da campanha e depois registravam seu crescimento. A última já apontava você apontado tecnicamente com Fernando Krelling (MDB). Mas, no fim, foram pouco mais de seis mil votos para Darci de Matos (PSD). Como você recebeu esse resultado?
Nós acompanhávamos a pesquisa, nós tínhamos pesquisas internas e sabíamos que nós tínhamos real chance de ir para o segundo turno. O joinvilense estava desejando a mudança de verdade, um novo sistema político, que é o que a gente propõe através do partido Novo. O que ficamos impressionados foi a gente estar ali muito próximo a liderança do segundo turno, ficamos com uma distância muito pequena do primeiro colocado. Imaginávamos que ficaríamos entre segundo e terceiro colocado e disputando voto a voto. No fundo, não foi isso que aconteceu, fomos muito próximos ao primeiro. Ficamos muito felizes e muito gratos com o resultado que tivemos.
Uma análise seção por seção mostra um domínio na região Central da cidade, mas derrota nos bairros mais afastados. Seria um problema na mensagem? Como você avalia isso?
Isso se deve mesmo ao tempo. Nós não fazemos coligações, outros partidos fazem para ter mais tempo de televisão, e como a gente não usa o fundo partidário e o fundo eleitoral, eu tinha só 13 segundos de televisão. Então, eu tive que fazer conversas pessoais todos os dias. Fazia de 12 a 20 reuniões diárias. É claro que aqui no Centro, eu sou mais conhecido e assim eu fui tentando chegar aos ambientes em que eu não era conhecido. Agora, no segundo turno, estamos tendo tempo de televisão, participação de mais debates e isso faz com que mais pessoas conheçam a nossa proposta. Essa foi minha grande dificuldade no primeiro turno, me tornar conhecido. Outros candidatos já tinham participado de outras eleições, já vinham de outros momentos de vida pública e eu era a primeira vez. A gente sabia que ia ter essa dificuldade mesmo.
Qual a principal estratégia para mudar esses votos, principalmente na periferia?
Nos tornarmos conhecidos, como falei, agora no segundo turno temos mais tempo de televisão, mais debates e isso está dando uma grande oportunidade para nós apresentarmos os nossos projetos. Vários comerciais por dia, em rádios também, vários convites, como estamos fazendo agora. Isso é a forma da gente conseguir realmente levar os nossos projetos e ideias para mais pessoas.
Novo fez três cadeiras na Câmara de Vereadores, principal bancada junto com o MDB, mas como estava previsto por muitos especialistas é uma Câmara muito fragmentada. São 14 partidos e 19 candidatos. Quais as vantagens e desvantagens dessa configuração?
Primeiro eu acho que Joinville mostrou nas urnas que quer a mudança de verdade, então nós tivemos uma renovação muito significativa e importante. Isso mostra que poucos partidos ainda tem a questão ideológica partidária. É isso que mostra a fragmentação. Quando o partido novo consegue fazer três candidatos, demonstra que tem valores e princípios muito claros e que as pessoas vieram a buscar os nossos candidatos. Buscaram pelo partido e também pelas pessoas, então, acho que isso é um recado grande que Joinville dá para a política como um todo. Os políticos tradicionais, que participam mais tempo, vão ter que rever as suas formas de conduzir. Eu vejo isso como uma vantagem, nós não personalizamos ou personificamos a política, conversamos com todos e o importante são as ideias e projetos e cada vereador vai ter para a cidade. Nós vamos ter o diálogo com todos, sempre visando o melhor para Joinville.
Candidato, você pode ser o único prefeito do partido Novo assumindo a prefeitura no próximo ano. Isso mudou a relação com o partido, está conseguindo receber mais apoio? O que isso altera na campanha do segundo turno?
O partido Novo se preocupa muito com a qualidade dos seus candidatos. Estamos tendo apoio do partido nacional, pessoas de Blumenau, Jaraguá do Sul, Camboriú, de Curitiba que veio pra cá para ajudar a panfletar. Tudo de forma voluntária, com muita vontade de mostrar que existe uma nova forma de fazer política.
Podemos dizer que a campanha adversária está tentando te pintar como o novo Udo, como você está recebendo essa comparação?
Isso é uma fake news. Eu nunca tive contado com o Udo para falar sobre política, muito menos o MDB. Nós, o partido Novo, somos independentes, não fazemos coligações no segundo turno. Eu acho isso uma forma preconceituosa de lidar com as pessoas. Porque o Udo é empresário e o outro é empresário vai ser negativo para a cidade. Isso não funciona. Nós tivemos grandes empresários a frente das prefeituras, como Wittich Freitag, João Colin, enfim. Não podemos dizer que um ou outro vai ser igual. Eu sou completamente diferente do atual prefeito. Gosto de desenvolver com as pessoas a minha volta, de dar protagonismo para as lideranças. Sou uma pessoa que sou aberta ao diálogo. Gosto de pessoas e estar com pessoas, enfim, meu modelo de administração é completamente diferente.
Sua campanha usa bastante essa questão da nova política contra a velha política. Adriano e Darci de Matos como contrários. Você acha que esse é o caminho para mostrar as diferenças entre as duas candidaturas?
Eu acho que sim. Nossos políticos não usam qualquer privilégio, então essa forma é o que chamamos de nova política. Tanto, que precisamos de uma reforma política no Brasil e o próprio partido já pensa. Para que o Brasil possa ganhar, abrir mão do fundo partidário e eleitoral, é mais dinheiro que sobre para educação, segurança e saúde. Abrir mão de privilégios, como deputados federais, que têm muitos privilégios, auxílio mudança, carro, apartamento, previdência especial para investir em saúde e educação.
Um dos grandes problemas de Joinville é o excesso de burocracia. Quais as medidas você pretendo tomar para desburocratizar a máquina?
Eu estudei modelos de outras cidades e mais assertivos, de dar mais resultados é fazer a desburocratização. Eu vou liderar pessoalmente esse mutirão, para que tanto leis venham a ser feitas na Câmara de Vereadores, códigos sejam reescritos, enfim, são muitas atividades que precisam ser feitas para diminuir a burocracia e dar mais liberdade para empreender.
Outro grande problema de Joinville é a desigualdade social. Que ações a prefeitura pode tomar para minimizar esse problema?
A primeira coisa que se deve fazer é facilitar a geração de empregos. O melhor modelo social que se faz. Através do emprego, uma pessoa consegue buscar a sua dignidade. Também temos projetos para incentivar entidades sociais que fazem trabalhos fantásticos hoje na cidade e dar sequência aos projetos que já existem na Secretaria de Assistência Social para que essas pessoas que estão em vulnerabilidade social tenham esse atendimento para que elas possam acessar o mercado de trabalho, educação, conseguir transformar as suas vidas.
Prevê a realização de concursos públicos?
Sim, nós prevemos. Inclusive, é uma fake news dizendo que nós somos contra concursos públicos. Nós não somos e vamos para as áreas que são necessárias, reposição de servidores, áreas essenciais.
Pretende nomear os 43 guarda municipais recém-formados e que ainda não foram chamados pela prefeitura?
Foi feito o concurso e apenas cinco foram chamados. Existe um instrumento legal para rediscutir essa restrição na lei federal, justamente para que esses alunos possam ser chamados. A gente conseguindo lidar com a restrição da lei federal, nós vamos chamá-los, porque a gente quer uma guarda municipal maior e com mais estrutura para a nossa cidade.
Quais os outros planos para a segurança pública?
Vamos criar o cinturão da segurança, que é a instalação de câmeras para fazer o controle de entradas e saídas de placas de veículos da cidade. As cidades que fizeram esses cinturões conseguiram diminuir drasticamente o número de assaltos e carros roubados. Criar o centro integrado dessas informações, criar o portal para que o cidadão que tenha câmeras em frente a sua residência, que filmagem calçadas, ou nas suas lojas possam também interligar com esse sistema e para as polícias militar, civil e guarda municipal terem essas imagens e facilitar a segurança. E claro, atividades de contra turno para crianças e adolescentes, aumentar a iluminação nas praças e ruas, são áreas que a gente tem que trabalhar, porque isso aumenta a segurança. É um trabalho bem grande para que a gente possa tem bons índices na segurança de Joinville.
Dentro da realidade financeira do município e capacidade de investimento, o que pode ser feito para melhorar a questão da saúde, postos, exames e especialidades médicas atendidas?
Hoje a forma mais rápida de a gente conseguir atender as filas de espera que nós temos, tanto em cirurgias quanto exames, é a gente fazer convênios com os hospitais e clínicas particulares em horários que eles tenham ociosidade nas suas áreas. Por exemplo, São Paulo fez isso e deu super certo. Esses são objetivos nossos, diminuir o número de filas. Porque o próximo prefeito ainda vai pegar a cidade com pandemia, então nossos hospitais, principalmente o São José, está bastante tomado em relação ao Covid, então nós vamos ter que buscar essa solução junto a iniciativa privada.
Como você vê esse cenário, ainda em meio a pandemia. Que medidas a prefeitura pode tomar. Hoje há uma disputa muito grande entre os que querem voltar a restringir, preocupados com a questão da saúde, mas os que estão preocupados com a questão econômica e tem medo dessa restrição. Qual é o caminho que vocês imaginam, talvez um meio termo?
A pandemia ainda existe, é um problema mundial e não existe a cura ainda. Então, a questão de educação, uso de máscara, distanciamento social é fundamental para que a população saiba que ainda existe o risco e que ele está aí. Mas a defesa da economia é fundamental porque o isolamento drástico ou o lockdown já se mostrou ineficaz e se mostra muito perigoso para a economia e gera outros problemas sociais graves. Nós temos que seguir com a educação, informações corretas, o prefeito estar liderando, nem que seja diariamente passar um relatório, para a cidade saber o que está acontecendo e defender a economia aberta para defender os empregos.
Qual a proposta para avançar com a estratégia Saúde da Família? Principalmente na atuação dos Agentes Comunitários?
Essa pergunta é muito boa, até porque eu vou combater uma fake news que diz que eu vou privatizar as unidades básicas, não existe absolutamente nada disso no meu plano de governo. Nós vamos aumentar o projeto, com a equipe de médicos da Família e vamos aumentar sim a atenção primaria. Porque isso significa que o município está investindo na prevenção da saúde e não no tratamento, que é sempre o mais caro. Então quanto mais equipe nós tivermos na ponta, melhor a prevenção e melhor cuidado com a saúde da nossa população.
Quais critérios pretende adotar para a formação do secretariado?
Nós do partido Novo fazemos um processo de seleção e recrutamento para a contratação dos cargos comissionados. O que nós levamos em consideração: o histórico, a formação e o perfil da pessoa para a liderança. É isso que nós vamos fazer. Se eu ganhar como prefeito, logo nos primeiros dias terá edital quais são as vagas nas quais estaremos fazendo o processo seletivo e tanto servidores quanto pessoas de fora poderão participar. A gente vai escolher quem melhor se adequar ao cargo e atividade.
Muitos candidatos colocaram no plano de governo ampliar o ensino integral na educação. Como fazer isso de maneira mais acelerada ou efetiva?
É uma meta do governo federal e o município vai ter que se adequar ampliando o número de salas de aula. Hoje, as escolas estão cheias nos dois períodos. O que nós propomos no nosso plano de governo, é nesses próximos quatro anos aumentar as atividades de contra turno, principalmente nos bairros onde os jovens têm mais vulnerabilidade social, para que a gente tire eles da rua e não os deixem sozinhos nas suas casas. [Falha na conexão].
Quais são as propostas para a área do esporte?
Na área de esporte iremos criar um vale para que os jovens tenham aptidão, escolher academias e escolas que eles venham buscas professores técnicos e especialistas, para que ele possa desenvolver essa habilidade. Incentivar que as escolas estejam abertas aos finais de semana e os pais poderem utilizar as áreas de esporte como uma área de lazer e desenvolver esse lado esportivo. Continuar com os programas que já existem.
Quanto aos espaços públicos de lazer, como é possível ampliar e preservar essas áreas?
Hoje, Joinville tem muitas praças e a gente nem percebe porque elas estão abandonadas, sem cuidados especiais. Vamos fazer um mutirão para deixá-las bonitas novamente. A gente criou um projeto para dar sustentabilidade às praças. Nós vamos permitir que pessoas que querem colocar seu carrinho de lanche nas praças, eles podem instalar e vão pagar um aluguel para a prefeitura. O cidadão que vai à praça vai baixar um aplicativo e dar uma nota para esse prestador de serviço. Se a praça está bem cuidada, a grama bem cortada, ele dá uma nota nove. Aquele dono do carrinho de lanche vai ter 90% de desconto naquilo que ele vai pagar para a prefeitura. Isso significa que quem vai instalar seu negócio em cima da praça, se ele cuidar da praça, ele vai ter desconto do aluguel e ter mais resultados.
O candidato pretende reativar a Fundação 25 de julho?
A gente vê sim com bons olhos a reativação, principalmente se acharmos verbas para montá-la e mantê-la. A fundação tem um papel importante no desenvolvimento da agricultura e pecuária e isso é fundamental que a gente resgate o propósito dela. Hoje, infelizmente ela foi desmontada e não tem mais a importância que ela tinha e a gente quer resgatar essa importância.
Quais as propostas para a área da cultura?
Nós vamos refazer a análise e estrutura de como protocolar projetos no Simdec. Hoje, se tornou extremamente burocrático e é praticamente impossível algum agente cultural conseguir ter seu projeto aprovado. Nós vamos facilitar isso. Vamos criar ambientes culturais, como a quadra cultural, que seria a Cidadela Cultural, mas fazendo com que uma quadra seja montada para que agentes culturais possam fazer suas intervenções. Por exemplo, ali na Cidadela Cultural ao Cemitério dos Imigrantes ao Instituto Juarez Machado ao Maj, ali a gente chamaria de quadra cultural. É um local para ser explorado de forma artística e para o turismo. Nós vamos desenvolver um coworking para facilitar e ajudar os agentes culturais, esportivos e sociais a montarem seus negócios. Vemos que eles têm muita dificuldade hoje de conseguir as licenças, alvarás. Esse cowoking é justamente para ajudar a facilitar essas pessoas conseguirem montar seus projetos.
Na Cidadela Cultural, seria a prefeitura atuando diretamente nela ou com uma iniciativa privada?
Não, nós vamos tentar inicialmente com uma parceria público-privada. Se conseguirmos atrair uma iniciativa privada vai ser muito bom pra cidade, porque aí a prefeitura não precisa fazer investimentos com recursos próprios, não vai ter a manutenção e, além do mais, ainda consegue ganhar com um aluguel, uma receita ou eventos. Então, a primeira iniciativa é atrair investimento privado para essa área.
Qual são os planos para recuperar a região Central da cidade?
Eu estudei algumas cidades que conseguiram remodelar seu Centro. Uma delas é Recife e o seu Centro foi ressignificado. É muito importante a gente ressignificar um Centro, quando o setor econômico dele está em mudança. O nosso era comércio popular e ele foi para os bairros. Muito bom para os bairros, que têm mais independência. Mas no nosso Centro, vem decaindo o fluxo de pessoas, então a gente está propondo criar o distrito criativo dentro do Centro da cidade, atraindo jovens empresários com suas startups para se instalarem. Também após as 18 horas, para que bares, restaurantes, casas noturnas, cervejarias se instalem no Centro da cidade e que possam usar as calçadas sem tanta burocracia e custo que tem hoje. Justamente, para criarmos um novo significado para a área após às 18 horas, porque hoje, depois desse horário, o Centro fica completamente abandonado.
Que mensagem gostaria de deixar para o eleitor joinvilense?
Eu agradeço a todos pela oportunidade. Quero dizer que nós estamos propondo uma mudança de verdade. Eu estudei para ser prefeito, fiz a escola Renova BR, que é uma escola que prepara pessoas comuns para serem políticos e fiz a cadeira de prefeito. De 1400 alunos, me formei entre os cinco que foram homenageados em São Paulo. Comigo e com o partido Novo é um sistema político diferente, mudança de verdade. Por isso, eu peço seu voto no domingo, para a gente mudar a política e mudar o cenário de Joinville. Por isso, peço o voto pro Novo, vote 30.