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Águas de Joinville adota novo método para evitar perda de água em ramais; conheça

Cerca de 90% dos vazamentos estão concentrados na estrutura

Águas de Joinville adota novo método para evitar perda de água em ramais; conheça

Cerca de 90% dos vazamentos estão concentrados na estrutura

Yasmim Eble

Em 2021, Joinville registrou mais de 12 mil vazamentos nas redes de água do município. Cerca de 11 mil foram em ramais, concentrando 90% dos vazamentos. Os dados são da Companhia Águas de Joinville (CAJ). 

O ramal é uma conexão entre a rede central e a ligação com os pontos de consumo. Por conta disso, a Prefeitura de Joinville e Águas de Joinville realizaram mudanças na metodologia de conserto destas áreas de vazamento. 

“Antes eram realizados remendos nas áreas de vazamento, no entanto, hoje estamos com um projeto de substituir os ramais com materiais novos”, explica a gestora do setor de Gestão de Perdas e Eficiência Energética da Companhia Águas de Joinville, Clarissa Campos de Sá. 

Companhia Águas de Joinville/Divulgação

Com a nova metodologia, quando um ramal apresenta vazamento, é realizada toda a troca da estrutura, desde o colar, que conecta a rede com o ramal, até o pé do cavalete, que liga o ramal a unidade consumidora. “Os benefícios são muitos. Principalmente com a adequação do material do ramal. Já que há estruturas muito antigas na cidade com um material não adequado”, relata.

Novo material

O material PEAD está sendo utilizado nas novas obras. Diferente do PVC, o material é flexível e conseguirá se adaptar a implantação. “Com a substituição, a peça durará mais e aos poucos se acomodará com o solo”, acrescenta. A meta, a partir de 2023, é substituir 15 mil ramais por ano.

Companhia Águas de Joinville/Divulgação

Rastreamento de perdas

As áreas com maior perda de água em Joinville estão sendo rastreadas. Os ramais e sistemas serão trocados nessas áreas.

Além disso, a companhia está atuando em conjunto com a Prefeitura de Joinville para verificar quais ruas serão pavimentadas, para substituir os ramais antes da pavimentação.

Marco do Saneamento

Com a aprovação da lei 14.026, o Marco do Saneamento, foram estabelecidos metas na área do saneamento básico que devem ser cumpridas até 2033. O marco determina que os municípios, incluindo Joinville, devem chegar ao índice de cobertura de água de 99%, uma realidade na cidade.

Os dois principais desafios de Joinville estão nas outras duas metas. O marco determina que na próxima década os municípios devem ter 90% de cobertura de esgoto e uma perda de água de 25%. Joinville tem 41% de cobertura de esgoto e, atualmente, perde 42% da água fornecida. Planos como o Diretor de Água e o Diretor de Esgoto já estão em funcionamento no município, no entanto, não tinham metas tão ousadas.

Para Clarissa, o Marco do Saneamento trouxe mais urgência para atingir os índices de universalização e redução de perdas.

A substituição de ramais é uma das diversas ações localizadas no Plano de Redução de Perdas de Água de Joinville. Para isso, a Companhia Águas de Joinville está buscando financiamento em órgãos nacionais e internacionais.

Perdas reais e aparentes

A perda de água é o volume produzido nas ETAs menos a soma do volume todos os hidrômetros, ou seja o volume utilizado. O que sobra é considerado perda.

“As perdas podem ser classificadas como reais e aparentes”, explica a gestora. As perdas reais são vazamentos visíveis e não visíveis, dentro da terra. Para detectar esses vazamentos são utilizados mecanismos que podem identificar os pontos através do ruído.

Perdas reais também podem acontecer no sistema operacional, ou seja, quando é necessário esvaziar reservatórios ou linhas para limpar e realizar manutenções.

Já as perdas aparentes são chamadas desta forma pois, aparentemente, ocorre a perda de água. “Isso acontece com ligações clandestinas, o que chamamos de by pass, que é um desvio. Não vai ser uma perda ou desperdício, mas não estamos medindo por algum motivo”, explica a gestora. Clarissa relata que são registradas fraudes no hidrômetro ou até mesmo uma imprecisão nos equipamentos após um tempo de desgaste.

Em Joinville, é estimado que 68% das perdas são reais e 32% são aparentes. Atualmente há uma estabilização da perda de águas. “Agora estamos na parte difícil de reduzir esse número já que todas as ações fáceis e baratas já foram executadas. Agora é necessário investir para conseguir reduzir”, afirma a gestora.

Para isso, além da substituição de ramais, será realizada a substituição de 1.224 hidrômetros por mês, a partir de 2023, mantendo uma idade média de 2,7 anos. A regularização de fraudes também está pautada, com uma meta de 350 substituições por mês. “Essas são ações que podem reduzir as perdas reais e aparentes em Joinville”, acrescenta.

Sistema setorizado

A setorização das regiões está sendo uma aliada. “Nosso sistema é muito grande, então precisamos dividi-los em pequenas partes para ele ser controlado”, diz Clarissa. No município, o grande problema é a pressão alta no sistema.

Joinville tem duas ETAs em funcionamento, a Cubatão e a Piraí. Por conta disso, a pressão precisa ser alta para que as estações levem água de um ponto ao outro. Com a setorização, nos locais que não necessitam dessa pressão foram colocadas válvulas redutoras em pontos estratégicos. “Assim conseguimos diminuir o vazamento, o desperdício e a perda de água”, conclui.


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