Aluna de Joinville apresenta projeto na Mostra Nacional de Ciências em Brasília
Projeto foi desenvolvido em escola municipal de Joinville e representa Santa Catarina na mostra
Um projeto que visa levar tecnologia de baixo custo para pequenos agricultores é o único representante de Santa Catarina na 4ª Mostra Nacional de Ciências, que ocorre no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Brasília (DF). O trabalho é apresentado pela idealizadora Amanda Aparecida do Livramento, aluna do 9º ano da Escola Municipal Vereador Curt Alvino Monich, de Joinville.
O evento segue até esta quinta-feira, 14, com exposição e apresentação do trabalho em diferentes locais da capital federal, como o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A aluna está sendo acompanhada pela professora integradora de mídias e metodologias, Sheila Steffen Klimtchuk, e Rosana Silvia Carvalho, representando a Secretaria de Educação.
“Fico muito feliz pela dimensão que meu projeto tomou e estar nessa Mostra de Ciências é maravilhoso. A princípio, você duvida da própria capacidade e se pergunta se realmente é competente o suficiente, mas quando vê o projeto e todo o seu esforço sendo reconhecido é muito gratificante”, conta Amanda.
O projeto começou com Amanda e a aluna Brenda Wéschlyn Limas, no projeto Meninas na Tecnologia, realizado em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A escola recebeu kits de arduíno e as estudantes precisaram desenvolver um projeto final, foi quando nasceu o trabalho que está sendo apresentado durante a mostra nacional.
O desafio das alunas era realizar um pitch, com modelos de negócio envolvendo os sensores de arduíno, tendo como tema uma estação meteorológica de baixo custo. A partir disso, as estudantes desenvolveram a empresa Agritech, voltada para resolver o problema de falta de tecnologia nos pequenos agronegócios.
“Quando iniciamos o projeto, não tínhamos a dimensão de onde nos levaria. Para mim, conseguir explorar o potencial dos nossos alunos e ainda colher os frutos da semente que plantamos mostra que nosso trabalho vale a pena”, comenta a professora.
Agritech busca modernização no campo
Durante o desenvolvimento do trabalho, as alunas identificaram que existem aparelhos tecnológicos capazes de auxiliar os agricultores no dia a dia, mas que exigem muito investimento. No entanto, elas precisavam validar o problema, o que motivou a realização de uma pesquisa com 18 agricultores e dois técnicos engenheiros agrônomos.
Os resultados mostraram que 90% dos entrevistados já sofreram prejuízos devido ao tempo e às condições climáticas, e 83% disseram que os equipamentos tecnológicos exigem muito da situação financeira. Ao mesmo tempo, 79% afirmaram que gostariam de ter um dispositivo de medição com bom custo-benefício.
A partir dos resultados, as alunas buscaram criar um aparelho com uso do arduíno para realizar medições como temperatura, umidade, pressão atmosférica, luminosidade, quantidade de chuva e sensor de proximidade. Um protótipo foi criado para apresentar a solução.
O modelo de negócio prevê a venda do produto diretamente com o agricultor, com o diferencial de oferta de consultoria com técnicos e engenheiros qualificados para dar assistência ao consumidor final. Tudo isso ao custo médio de R$ 313, valor muito abaixo das soluções ofertadas pelo mercado atualmente, conforme a aluna.
Após apresentar o trabalho na 4ª Mostra Nacional de Ciências, o objetivo de Amanda é aplicar o Mínimo Produto Viável (MVP) no campo para, futuramente, criar o aplicativo de celular, proporcionando aos pequenos agricultores um acesso mais descomplicado à tecnologia.
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