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Antiquário e mercado de pulgas conservam passado em Joinville; conheça seis itens

Locais mantêm viva a prática do colecionismo

Os adeptos ao colecionismo têm opções para manter a prática viva com a existência de antiquários e mercados de pulgas em Joinville. Os locais vendem e compram antiguidades essenciais para colecionadores das mais diversas coleções de objetos.

A reportagem do jornal O Município Joinville foi até o Zeppelin Mercado de Pulgas e entrevistou o proprietário Nei Almeida. Além disso, a equipe foi ao antiquário do professor Otto Francisco de Souza, para entrevistar Silvana Costa, secretária auxiliar do estabelecimento.

No antiquário, porcelanas, louças e móveis são vendidos, em um ambiente parecido com um museu. No mercado de pulgas, eletrônicos, livros, discos de vinil e brinquedos são vendidos em um ambiente que surpreende o olhar.

Conheça seis itens:

1. Telefone do início do século 20

Telefone do início do século 20 | Foto: Fred Romano/O Município Joinville

Para Nei, uma das coisas mais inusitadas que tem atualmente na loja é um telefone do início do século 20. “Eu acho que esse [telefone] é uma peça que é uma antiguidade mesmo”, comenta.


2. Telefone do Snoopy

Telefone do Snoopy da década de 1990 | Foto: Fred Romano/O Município Joinville

Do início do século 20 para o fim, na loja também é possível encontrar um telefone da década de 1990 do famoso personagem Snoopy.


3. Máquinas de escrever

Máquinas de escrever | Foto: Fred Romano/O Município Joinville

Na loja, estão disponíveis algumas máquinas de escrever. “Houve uma época que ninguém queria. Hoje tá na moda, é assim que as coisas vão funcionando”, comenta Nei. Ele acredita que as máquinas de fax terão um destino parecido, que apesar de ultrapassadas tecnologicamente, são utilizadas como decoração.


4. Par de vasos de R$ 13 mil

Par de vasos de porcelana Meissen | Foto: Fred Romano/O Município Joinville

Logo na entrada do antiquário do professor Otto, está disposto um par de vasos da porcelana Meissen. As peças estão avaliadas em R$ 13 mil. “Ele tem todo esse acabamento em ouro, a pintura é a melhor porcelana europeia”, comenta Silvana.


5. Tinteiro e mata-borrão

Tinteiro e mata-borrão | Foto: Fred Romano/O Município Joinville

Em uma das salas do antiquário está colocado sob uma mesa um kit com tinteiro e mata-borrão. “É uma interessante para quem gosta, quem aprecia”, diz Silvana.


6. Jogos de lanche

Foto: Fred Romano/O Município Joinville

Os jogos de lanches, compostos por xícaras e pires, estão bastante presentes no acervo do antiquário. Silvana conta que é comum colecionadoras comprarem sempre jogos diferentes. “Muito comum. As senhoras de Joinville gostam muito. Tudo diferente. Monta a mesa com seis jogos diferentes”, comenta.

“É satisfatório porque você lida com paixões”

Atualmente, o Zeppelin Mercado de Pulgas fica no Centro, mas a esposa de Nei começou o negócio em 2013, no bairro Itaum. “Ela começou com uma mesa com pouquíssimos materiais”, conta Nei.

No endereço atual, a loja de antiguidades funciona há quatro anos. Nei explica que o atual modelo de funcionamento do estabelecimento, com as antiguidades e os discos de vinil, aconteceu após uma junção entre a loja da esposa e uma loja de vinil da qual ele era proprietário.

O produto mais vendido no Mercado de Pulgas é o disco de vinil e aparelhagem de som. A loja também possui uma área destinada a livros, no estilo de um sebo. O estabelecimento também vende jaquetas de couro, CDs, louças, lustres, brinquedos, móveis.

Nei Almeida, proprietário do Zeppelin Mercado de Pulgas | Foto: Fred Romano/O Município Joinville

“A gente compra material do pessoal que vem aqui, também vai atrás, fazer garimpo, igual tem nesses programas de TV”, explica Nei, sobre como são adquiridos os produtos que ele vende. O proprietário procura produtos com frequência. Atualmente a loja vende bastante artigos militares das Guerras Mundiais.

Além do garimpo diretamente em locais, ele também realiza compras de produtos pela internet e trocas. Nei faz uma avaliação dos produtos levados à loja. “Muitas pessoas já vem com um valor também, porque hoje tem a internet. Antigamente era muito difícil”, comenta.

Sobre programas como o Trato Feito, do canal de TV por assinatura History, Nei comenta que é  “uma coisa muito montada para TV”. “Mas tem uma essência do que é o nosso dia a dia”, completa.

Entre os produtos que já passaram pela loja, Nei relembra que o mais antigo foi uma moeda do Império Romano, do ano 300. Outro produto que também ficou na memória foi um toca-disco da Philips, conhecido como geleia. “É um aparelho que quero ter e eu balancei na hora de ficar para mim”, conta.

“É um comércio que permite conhecer muito o ser humano. É satisfatório porque você lida com paixões”, avalia. Nei conta que o público da loja varia desde crianças e adolescentes que colecionam carrinhos de brinquedo, moedas, entre outros, até pessoas mais velhas que colecionam discos de vinil, ferramentas e louças.

Carrinhos | Foto: Fred Romano/O Município Joinville

“Acervo cresceu muito, ele foi obrigado a abrir um comércio”

“Surgiu em função do proprietário ser um colecionador”, conta Silvana, que trabalha no antiquário há 30 anos.

A secretária auxiliar relembra que as pessoas procuravam o professor com caixas de louças e outros produtos para negociar. “O acervo cresceu muito, ele foi obrigado a abrir um comércio”, diz Silvana.

As peças do acervo são de fora do Brasil e precisam ter ao menos 70 anos. “É uma linha bem clássica, mais sofisticada. Na época o Brasil não tinha esse tipo de produção”, explica.

As pessoas que possuem peças que se enquadram nos quesitos do antiquário podem fazer uma avaliação com o local e negociar. Silvana detalha que as peças normalmente têm uma marca que comprova a sua origem e idade.

Sobre os antigos donos das peças do antiquário, ela comenta que as pessoas que vendem as antiguidades pedem “sigilo”. “Porque dá aquela ideia que a família está meio falida, meio com problemas e acabou negociando”, complementa.

O acervo do antiquário precisa estar “100% perfeito”. Em caso de danificação, o produto é retirado da venda.

“Antiguidade nunca vai perder valor e beleza, jamais. Nunca vai sair de moda. É atemporal”, opina Silvana. “O antiquário é como se fosse uma visita ao museu”, completa.