Após dois meses de queda, intenção de consumo volta a subir em janeiro
Os índices Emprego Atual e Perspectiva de Consumo apresentaram as maiores altas no mês, apontando confiança em crescimento econômico
Os índices Emprego Atual e Perspectiva de Consumo apresentaram as maiores altas no mês, apontando confiança em crescimento econômico
O ano começou com expectativas positivas para o comércio, de acordo com a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de janeiro. O indicador apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) alcançou neste mês o patamar de 76,2 pontos, o maior nível desde maio de 2020 (81,7 pontos).
Apesar de ter permanecido abaixo do nível de satisfação de 100 pontos (o que acontece desde abril de 2015), com o ajuste sazonal, a série apresentou crescimento de 1,1%, após dois meses de retração, e elevação de 3,6%, na comparação com janeiro de 2021.
O principal destaque positivo foi o índice Emprego Atual, que contou com aumento de 2,6%. Perspectiva de Consumo também mostrou expansão de 2,5%, a segunda consecutiva, além de alcançar o maior patamar desde abril de 2020 (81,0 pontos). Assim como o indicador Renda Atual, que, apesar da alta inflação, atingiu o melhor nível desde junho de 2021, registrando 82,7 pontos, com crescimento de 0,5% este mês.
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os dados indicam que, apesar das incertezas para este ano, os consumidores estão confiantes em um crescimento econômico. “Os números relativos à percepção do mercado de trabalho apontam que as pessoas se sentem um pouco mais seguras em relação à situação atual.
Apesar de ainda não representar a maior parte das famílias, a parcela que pretende aumentar seu consumo nos próximos meses alcançou o maior percentual desde abril de 2020, dando sinais favoráveis para o comércio neste início de ano”, avalia.
O indicador Acesso ao Crédito apresentou a queda mais expressiva da pesquisa, 1,0% em relação ao mês anterior e 7,4% na comparação com janeiro de 2021. A economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, explica que a redução está relacionada ao encarecimento do crédito.
“Isso é consequência do aumento dos juros, ocasionado pela alta inflacionária, que também reduz o poder de compra. Ambos os fatores representam maiores dificuldades para os consumidores”.
Em janeiro, o índice Momento para Duráveis teve a quinta retração mensal seguida, de 0,8%, e uma queda de 5,7% na comparação anual. Entre os consumidores, 75,0% acreditam ser um momento negativo para compras desse tipo de produto, percentual um pouco abaixo do 75,2% observados em dezembro de 2021.
Considerando a análise por grupos de renda, o nível de insatisfação das famílias com ganhos abaixo de dez salários mínimos mostrou crescimento mensal de 1,1% e anual de 1,7%.
Já na faixa com renda superior a dez salários mínimos, as variações foram de 1,0% em relação ao mês anterior e de 10,5% na comparação com janeiro de 2021, revelando que as famílias com maior renda estão evoluindo mais favoravelmente em relação ao ano passado e sendo mais beneficiadas com a flexibilização do isolamento social.
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