Após jogador denunciar racismo, Brusque nega e classifica atitude como “oportunismo”
Nota oficial do clube foi criticada nas redes sociais em todo país
Nota oficial do clube foi criticada nas redes sociais em todo país
Neste domingo, 29, o Brusque, por meio de nota oficial, se manifestou sobre a acusação realizada pelo jogador Celsinho, do Londrina, que teria sido alvo de racismo por parte da diretoria do clube, na partida entre as equipes no última sábado, 28.
No texto, o Brusque cita que o clube “jamais permitiria qualquer atitude de conotação racista, que condena veementemente qualquer pensamento ou prática nesse sentido”.
Além disso, a diretoria diz que o atleta, por sua vez, é “conhecido por se envolver neste tipo de episódio”. “Esta é pelo menos a terceira vez, somente este ano, que alega ter sido alvo de racismo, caracterizando verdadeira ‘perseguição’ ao mesmo”, alega o clube.
O Brusque ainda ressalta ser “importante esclarecer que, ao árbitro, o atleta não relatou ter sido chamado de ‘macaco’, mas sim que teriam dito ‘vai cortar esse cabelo de cachopa de abelha’, o que constou da súmula e revela a total contradição nos seus relatos”.
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Por fim, a nota, assinada pela diretoria, alega que nenhum de seus diretores praticou qualquer ato de racismo e tomará todas as medidas cabíveis para a responsabilização do atleta pela falsa imputação de um crime.
“Racismo é algo grave e não pode ser tratado como um artificio esportivo, nem, tampouco, com oportunismo”, finaliza o documento.
A nota foi alvo de críticas nas redes sociais. Mais de 10 mil pessoas, de todo país, comentaram sobre o caso. A maioria, contra a atitude do clube catarinense.
Também pela, internet, jogador do Brusque se manifestaram em apoio a Celsinho e contra o racismo.
👊🏽👊🏽 pic.twitter.com/D1Rg5Qn8iz
— EduJúnior9 (@Junior9Edu) August 29, 2021
Consta na súmula de Brusque 0x0 Londrina que o meia Celsinho voltou a ser vítima de racismo na Série B do Campeonato Brasileiro pelo fato de usar cabelo comprido. De acordo com o documento, por volta dos 45 minutos do primeiro tempo, que um dirigente do quadricolor gritou “vai cortar esse cabelo, seu cachopa de abelha.”
Por volta deste minuto da partida, Celsinho e vários colegas do banco de reservas começaram a conversar com a arbitragem, revoltados, enquanto tentavam identificar responsáveis. Várias pessoas presentes na arquibancada responderam gritando para o atleta “jogar bola”, e o clima permaneceu tenso entre jogadores e comissão técnica do Londrina e dirigentes e torcedores convidados do Brusque.
O relato foi confirmado após a partida, quando Celsinho e o diretor de futebol do Londrina, Germano Cardozo Schweger, se encontraram com o árbitro Fábio Augusto Santos Sá Junior para registro em súmula.
Ao repórter Marcelo Siqueira, na transmissão da partida do SporTV, o jogador de 33 anos também criticou a quantidade de pessoas ligadas ao Brusque na partida. Além de membros da diretoria, há diversos convidados de empresas parceiras do Brusque e patrocinadores que assistem aos jogos na arquibancada coberta do Augusto Bauer.
“Não sei se ele faz parte da comissão técnica, da diretoria, um senhor de vermelho no camarote. De fato, eu também não entendo porque tem tantas pessoas assim em um protocolo que não estão liberados os jogos para os torcedores, temos uma quantidade. É lamentável.”
“Mais uma vez, é inadmissível. E pode ter certeza. Uma equipe de porte médio baixo, recém promovida a Série B de Campeonato Brasileiro estar cometendo um ato desses é inadmissível. Mas as providências serão tomadas”, completa Celsinho.
Dois atos de racismo contra Celsinho foram cometidos em julho, em transmissões ao vivo de rádio. Em jogo contra o Goiás, no dia 17 de julho, um narrador e um comentarista da Rádio Bandeirantes Goiânia usaram termos como “negócio imundo” e “bandeira de feijão” para falar do cabelo do meia durante o jogo.
No dia 23 do mesmo mês, um narrador da Rádio Clube do Pará descreveu que Celsinho ia “com seu cabelo meio ninho de cupim para bater na bola.”
“O atleta Celso Honorato Júnior, reserva do Londrina E.C., relatou à imprensa que teria sido chamado de “macaco” por membros da Diretoria do Brusque F.C., durante o jogo realizado ontem (28/08).
O Brusque F.C., sua torcida, diretoria, comissão técnica e patrocinadores sempre foram, ao longo da sua história, absolutamente respeitosos com relação a todos os princípios que regem as relações desportivas e humanas. Jamais permitiríamos qualquer atitude de conotação racista em nosso Clube, que condena veementemente qualquer pensamento ou prática nesse sentido.
O atleta, por sua vez, é conhecido por se envolver neste tipo de episódio. Esta é pelo menos a 3a vez, somente este ano, que alega ter sido alvo de racismo, caracterizando verdadeira “perseguição” ao mesmo. Importante esclarecer que, ao árbitro, o atleta não relatou ter sido chamado de “macaco”, mas sim que teriam dito “vai cortar esse cabelo de cachopa de abelha”, o que constou da súmula e revela a total contradição nos seus relatos.
O Brusque F.C. reitera que nenhum de seus diretores praticou qualquer ato de racismo e tomará todas as medidas cabíveis para a responsabilização do atleta pela falsa imputação de um crime. Racismo é algo grave e não pode ser tratado como um artificio esportivo, nem, tampouco, com oportunismo.
A Diretoria.”