Após manifestação de alunos, defesa de professora demitida em faculdade de Joinville se pronuncia

Defesa julgou como lamentável a perseguição feita

Após manifestação de alunos, defesa de professora demitida em faculdade de Joinville se pronuncia

Defesa julgou como lamentável a perseguição feita

Redação O Município Joinville

A defesa da professora Maria Elisa Máximo, demitida da faculdade Ielusc após fazer uma publicação em seu perfil pessoal na rede social Twitter contra o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), se manifestou em nota nesta quinta-feira, 20. As advogadas afirmam que a situação é “lamentável”.

O caso repercutiu nacionalmente após estudantes da faculdade se manifestarem em defesa da professora nesta terça-feira, 18. Boatos surgiram a respeito dos manifestantes terem invadido a Igreja da Paz, que divide espaço com a instituição. A invasão foi negada pela própria igreja.

Na nota enviada à reportagem, as advogadas afirmam que a demissão da professora “coloca fim a um trabalho seríssimo e comprometido de docência, pesquisa e extensão de mais de 15 anos”.

Leia a nota na íntegra:

“NOTA PÚBLICA DA DEFESA DA PROFA DRA MARIA ELISA MÁXIMO, DEMITIDA ONTEM DA FACULDADE IELUSC, EM JOIVILLE/SC

A Profa Dra Maria Elisa Máximo foi demitida na tarde de ontem da Faculdade IELUSC, Joinville/SC, após 2 semanas de afastamento para tratamento de saúde, desde que sua postagem em seu Twitter pessoal foi maliciosamente repercutida, transformando-a em alvo de ataques à sua honra e ao ódio de grupos políticos extremistas, especialmente da Cidade de Joinville/SC.

Enquanto Advogadas de Defesa, informamos que estamos tomando todas as medidas judiciais cabíveis nas esferas necessárias, para que os autores e autoras destas perseguições sejam responsabilizados nos termos das legislações vigentes.

Sobre a rescisão do contrato de trabalho anunciada ontem, consideramos LAMENTÁVEL o posicionamento da Faculdade, que coloca fim a um trabalho seríssimo e comprometido de docência, pesquisa e extensão de mais de 15 anos, que prejudica não só a Professora, mas todos os demais Docentes e Discentes envolvidos nos projetos por ela Coordenados.

Por oportuno, agradecemos todos os apoios e manifestações despendidas à Maria Elisa Máximo, especialmente às suas Alunas, Alunes e Alunos, que tão logo souberam do fato, no contexto das Manifestações Nacionais dos Estudantes, realizaram um ATO PACÍFICO E ORDEIRO na Defesa da Democracia, do Ensino de qualidade, contra a Censura e em repúdio à Demissão injustificada da Professora.

Cordialmente,

Daniela Felix
Luzia Cabreira
Andreia Indalencio Rochi
Advogadas

SC, 19.10.2022″

Entenda o caso

A professora Maria Elisa Máximo foi afastada da instituição no dia 3 de outubro após ter uma publicação repercutida por políticos e influenciadores da cidade. No post, a professora critica o atual governo federal e os apoiadores.

“Joinville sendo o esgoto do bolsonarismo, para onde escoou os resíduos finais da campanha imbroxável do inominável. Não tem quem escape: há gente brega, feia e fascista pra todos os lados”, escreveu a professora em seu perfil pessoal no Twitter, no dia 1º de outubro. A postagem foi apagada.

Após duas semanas de afastamento, a administração da faculdade decidiu demitir a professora que foi recolher os pertences nesta terça-feira, 18. Os alunos que discordaram da decisão decidiram organizar uma manifestação com cartazes e gritos contrários à demissão.

Se juntaram a eles manifestantes que estavam na Praça da Bandeira em um ato contra os cortes de orçamento na educação. Movimentos políticos de diversos partidos estavam no ato e se dirigiram a faculdade também.

O grupo entrou na universidade e ocupou o histórico prédio Deutsche Schule, onde ficam as coordenações e direção da faculdade. Após ato no prédio, os estudantes voltaram ao pátio.

Quando pessoas que estavam na igreja tentaram sair do estacionamento da instituição, o ato se dispersou. A Polícia Militar chegou ao local no fim do ato e os últimos manifestantes se dispersaram.

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