Após um mês de tratamento, joinvilense descobre gravidez de trigêmeos

Suseleine Camila Borges, de 34 anos, é mãe dos trigêmeos Thiago Lorenzo, Nicolas Arthur e Vinicius Eduardo, de 10 anos

Após um mês de tratamento, joinvilense descobre gravidez de trigêmeos

Suseleine Camila Borges, de 34 anos, é mãe dos trigêmeos Thiago Lorenzo, Nicolas Arthur e Vinicius Eduardo, de 10 anos

Yasmim Eble

“Hoje ser mãe é a minha melhor versão”, diz Suseleine Camila Borges, de 34 anos, mãe dos trigêmeos Thiago Lorenzo, Nicolas Arthur e Vinicius Eduardo Schoffel, de 10 anos. A joinvilense contou ao jornal O Município Joinville como a maternidade foi criando forma após engravidar de trigêmeos no primeiro mês de tratamento para gravidez.

“Eu sempre quis ter filhos, acho que esse é um desejo que cresce com a gente. Eu tentei engravidar, mas não consegui”, conta Suseleine, conhecida como Susi. Na época, a joinvilense conseguiu um trabalho e fazia faculdade, por conta disso, resolveu parar de tentar e voltou a tomar remédio contraceptivo. Quase dois anos depois, uma conversa com o marido, Gilberto Schoffel, de 49 anos, mudou a situação e o casal resolveu tentar novamente.

Suseleine descobriu a gravidez com 23 anos. | Crédito: Yasmim Eble/O Município Joinville

Como os joinvilenses já haviam passado pela frustração de não conseguir engravidar, desta vez o processo foi acompanhado de um tratamento e auxílio médico. Suseleine descobriu que tinha uma das trompas obstruídas e, por causa disso, não ovulava todos os meses, o que dificultava o processo de fecundação. “Eu comecei a tomar estimulantes para ovulação. Assim eu conseguiria ovular todos os meses. No primeiro mês de tratamento engravidei”, conta. 

Porém, Suseleine apenas descobriu que era mãe de trigêmeos na primeira ultrassom, com oito semanas de gestação. O momento, para ela, foi desesperador. “Eu tinha 23 anos, queria filhos, mas psicologicamente você não está preparado para a notícia, eu comecei a rir e meu marido ficou branco, achou que ia desmaiar”, recorda. Foi quando a médica falou em um tom mais sério que a ficha começou a cair. 

Os trigêmeos nos seus primeiros meses de vida. | Crédito: Arquivo Pessoal

A joinvilense também estava com descolamento de placenta, então foi necessário marcar uma consulta com o médico. Ela descobriu que a possibilidade de ter uma gestação gemelar com o tratamento era menor que 1%. “Eu acabei ovulando três óvulos que foram fecundados. Inclusive, um pelo lado que relataram inicialmente que estava obstruído”, conta.

A gravidez foi de risco, por isso Suseleine passou o período em casa, de repouso. Para ela, o preparo físico da gestação foi o mais tranquilo, já que as mudanças corporais são naturais e ela estava realizando acompanhamento médico. Porém, o psicológico foi mais difícil. “Essa é a parte mais tensa, já que, mesmo preparada para ter filho, é necessário ter um preparo maior quando é em dose tripla. É preciso um amadurecimento para lidar com três bebês e entender tudo que você terá que abrir mão”, conta. O acompanhamento foi todo realizado pela Maternidade Darcy de Vargas. 

Crédito: Arquivo Pessoal

As consultas eram feitas uma vez ao mês e no final da gestação a cada 15 dias. A gestação foi tranquila, sem complicações. Foi no parto que algumas dificuldades surgiram, principalmente para conseguir vagas na UTI neonatal. Suseleine ficou internada por oito dias antes do nascimento dos trigêmeos. 

“O Thiago, que foi o primeiro a nascer, já estava encaixado. E para eu não passar por dois partos, foi decidido que eu ficaria internada e em repouso. Apenas saía da cama para ir ao banheiro e para as higienes básicas”, relata. O parto estava marcado para o dia 22 de maio de 2012, porém surgiu uma emergência no dia e ela perdeu a vaga na UTI neonatal. 

O parto aconteceu apenas no dia 24 de maio, no período da tarde. “Eles nasceram de 36 semanas e cinco dias, foi prematuro, mas não muito já que estava perto da 37ª semana. Eles não precisaram de UTI e passaram a recuperação comigo. Na segunda-feira de manhã tivemos alta”, explica Suseleine. No hospital, os trigêmeos foram atração. “Todo mundo queria ver, o carinho foi muito bonito, mas nada supera voltar para a casa com os três. Foi incrível”, completa. 

Construção da rotina

Mesmo com nove meses de preparação, a realidade foi diferente para Suseleine que descobriu um mundo de mudanças. “Como eu tinha pouco leite, eles precisaram de complemento. Ali eu já descobri que existiam diversos tipos e precisava achar um que se encaixava com cada um deles. Como demora para ter a primeira consulta, foi na tentativa e no erro”, relata. 

O marido, Gilberto, e a mãe dela foram fundamentais. “É tudo um processo. Como a gente era novo naquilo, foi difícil. O banho era como linha de produção, meu marido dava banho e eu vestia. Para amamentar também”, explica. 

Crédito: Arquivo Pessoal

A joinvilense também tomou a decisão de apenas cuidar dos filhos durante dez anos, se dedicando ao lar e aos trigêmeos. “Hoje em dia eu agradeço por ter tido a oportunidade de participar de tudo, de conseguir ter essa opção. Acho que isso ajudou muito a construir as pessoas incríveis que eles são hoje, gentis, educados, parceiros”, conta a mãe sobre os filhos.

“Minha melhor versão”

Para Suseleine, ser mãe é a sua melhor versão, mas tudo foi uma construção. “É mito o ditado que diz “nasce um filho, nasce uma mãe”, eu, na verdade, me construí como mãe. Todos os dias entendendo mais sobre maternidade e o que eu precisava ser para eles”, conta. 

A joinvilense relata que, por conta dos filhos, toda a sua vida mudou. Em um momento, estava na faculdade e trabalhando. No outro, estava em casa cuidando de três crianças. O impacto é sentido, por isso, para ela é importante que as pessoas olhem pelas mães. “Ser mãe é solitário. É uma construção. É aprender e aceitar aquele momento até conseguir amar com todo o seu coração”, acrescenta. 

Crédito: Arquivo Pessoal

Mesmo com as preocupações, os trigêmeos são a vida dela. “Dizem que temos um recém-nascido por 28 dias e uma criança por 12 verões, os meus verões estão acabando. Eu sei que eles são a minha vida e sempre deixo claro que eles têm um porto seguro em mim, pois ser mãe é isso”, finaliza.


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