Área na zona Sul de Joinville pode virar grande complexo de galpões e indústrias
Ideia é incentivar a vinda de empresas de logística para a cidade
Um espaço de 3,2 mil hectares na zona Sul de Joinville pode se tornar uma gigante área para receber indústrias, galpões e outros negócios. Um projeto de lei que tramita na Câmara de Vereadores de Joinville deve alterar as regras de zoneamento e permitir construções na região.
Basicamente, trata-se de uma área entre um terreno da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), até Guaramirim, e ao sul no sentido Araquari.
O vereador Neto Petters (Novo) esteve bastante envolvido no projeto. O parlamentar vê o crescimento do setor de armazenagem em Joinville por meio da área destinada ao desenvolvimento econômico. Conforme Neto, um dos objetivos é trazer o setor de logística para Joinville com a instalação de galpões, modelo semelhante ao de Itajaí, no Litoral catarinense.
“É uma importante área da cidade que hoje não está sendo utilizada como uma área econômica de fato. É mais uma área rural, digamos assim”, explica o vereador. “A prefeitura tem o papel de permitir a expansão da cidade na região”, avalia.
Regulamentação da área
A intenção do projeto de lei enviado pela prefeitura à Câmara é a regulamentação da área, para possibilitar o desenvolvimento da região nos termos da proposta. No projeto consta, ainda, o mapa de macrozoneamento urbano e rural do território.
“Localizada em uma região estratégica da cidade, junto ao eixo rodoviário que permite a conexão regional, a proposta abrange diretrizes de caráter sustentável, compreendendo as vocações naturais conciliadas ao desenvolvimento econômico, premissas do Plano Diretor”, escreve o prefeito Adriano Silva (Novo), que assina o projeto.
Consta também na proposta que o projeto de expansão foi analisado e aprovado nas reuniões conjuntas das câmaras comunitárias setoriais de Ordenamento Territorial e Integração, de Promoção Econômica e Social, de Qualificação do Ambiente Natural e Construído e de Mobilidade Urbana.
O projeto de lei foi recebido pela Câmara no dia 11 de outubro. No dia 30, a proposta recebeu parecer favorável do vereador Lucas Souza (PDT), relator na Comissão de Constituição e Justiça. Posteriormente, o texto passou para a Comissão de Urbanismo e aguarda parecer do vereador-relator Wilian Tonezi (PRD). Uma audiência pública será realizada no dia 13 de dezembro, às 13h30, na Câmara.
Dono decide investimentos
Atualmente, na região ao lado da UFSC, exemplifica Neto, a prefeitura não pode liberar alvará para instalação de uma indústria, galpão ou outro negócio. Com a alteração no zoneamento por meio do projeto, seria possível liberar o alvará. Na prática, a área rural pode se tornar uma área urbana, com construções.
“Foram tomados diversos cuidados com relação ao meio-ambiente. Há várias áreas alagadiças no território. A área que a construção é permitida é 20 vezes o tamanho do Parque Perini, pois há outras áreas de inundação que não poderão receber as construções”.
A ideia é que o proprietário de determinado espaço no complexo industrial possa realizar os investimentos necessários, como a instalação de uma indústria ou de um galpão.
Entretanto, caso o dono queira atuar no espaço com uma área rural, de criação de gado, por exemplo, também será possível. Basicamente, a decisão de construir ou não caberá ao proprietário do terreno.
Geração de empregos e mobilidade
Neto chegou a visitar algumas cidades de Santa Catarina com forte atuação no setor de armazenagem. Entre os centros logísticos visitados pelo vereador, está o galpão do Mercado Livre, que, segundo Neto, é um modelo do que pode ser instalado na área em Joinville.
“Em muitos anos, Itajaí ultrapassa a arrecadação de Joinville. Itajaí não possui indústrias e Joinville possui muitas indústrias. Isto está relacionado à parte de logística e de armazenagem. Nossa visita a Itajaí teve o objetivo de melhorar a cidade de Joinville neste setor”, projeta.
O vereador crê ainda que novos empregos podem ser gerados na cidade, mantendo os trabalhadores da zona Sul na própria região, sem necessidade de deslocamento, por exemplo, para a zona Norte em busca de emprego.
“Se conseguirmos, ao longo de cinco, dez, 20 anos, ter empregos na região, vai ajudar muito na mobilidade. Muitas pessoas da zona Sul precisam ir para a zona Norte para trabalhar. Com o emprego mais próximo, com certeza teremos a melhoria na mobilidade”, pontua.
Não há nenhuma informação de que a prefeitura terá que realizar investimentos no local para “prepará-lo” para virar um complexo industrial. No entanto, o vereador reconhece a possibilidade de serem realizadas obras para conectar algumas vias e ampliar o acesso na área.