“Arte precisa ser respeitada”: vereadora defende espetáculo após moção de repúdio da Câmara de Joinville
Apresentação ocorreu na Noite de Gala do Festival de Dança
Apresentação ocorreu na Noite de Gala do Festival de Dança
A vereadora Vanessa da Rosa (PT) publicou um vídeo nas redes sociais nesta quarta-feira, 30, em que defende o espetáculo “Réquiem SP”, do Balé da Cidade de São Paulo, apresentado na Noite de Gala do 42º Festival de Dança de Joinville.
A apresentação gerou uma nota de repúdio na Câmara de Vereadores, mas Vanessa não participou da votação. Segundo a assessoria da parlamentar, ela precisou sair da sessão para atender uma pendência no gabinete.
Nas redes sociais, Vanessa diz que a Câmara de Vereadores de Joinville “escancara conservadorismo” com a moção de repúdio.
“Sob a desculpa de ‘defender valores familiares’, vereadores atacam uma obra do Balé da Cidade de São Paulo, coreografada por um dos grandes nomes da dança no país. Usam o plenário para espalhar preconceito, desinformação e xenofobia — como se a arte devesse se limitar ao gosto pessoal de quem está no poder”, escreveu Vanessa.
“A arte precisa ser respeitada, mesmo que você não goste”, enfatizou a vereadora no vídeo publicado.
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“Joinville é muito maior que o moralismo de certos parlamentares. Censura disfarçada de ‘bom senso’ continua sendo censura” finalizou.
A Câmara de Joinville aprovou por unanimidade na segunda-feira, 28, uma moção de repúdio, proposta pelo vereador Brandel Junior (PL), em relação à apresentação “Réquiem SP”, do Balé da Cidade de São Paulo, que foi apresentada na Noite de Gala do 42º Festival de Dança neste domingo, 27.
Na moção, o vereador “expressa profunda preocupação com o uso de recursos públicos e espaços culturais para promover manifestações que possam ferir valores familiares, espirituais e sociais”.
O espetáculo é marcado pelo uso de tecnologia para traduzir um cenário cheio de intensidade: o da maior metrópole da América Latina. “Réquiem SP”, do Balé da Cidade de São Paulo, é uma criação de Alejandro Ahmed que estabelece um diálogo entre distintas linguagens de dança, como o balé, o jumpstyle e as danças urbanas.
Os bailarinos estavam vestidos de preto, com maquiagem carregada e ao som de uma trilha envolvente, que em certos trechos era substituída por absoluto silêncio, reforçando uma atmosfera de tensão e intensidade no palco.
A apresentação do Ballet da Cidade de São Paulo provocou diferentes leituras do público. Comentários nas redes sociais mostram que enquanto alguns se emocionaram com a proposta artística e destacaram a potência reflexiva da performance, outros demonstraram certo estranhamento diante da abordagem escolhida.
Na tribuna, Brandel disse que há “uma indignação da sociedade joinvilense” em relação à apresentação. “É uma vergonha para a nossa cidade. Não podemos deixar que aconteça desta forma. Temos nas praças apresentações tão lindas, que representam a nossa cidade. Essa apresentação não representa o joinvilense”.
Cleiton Profeta (PL) disse que o papel da arte é ser subversivo, mas que deveria ter classificação indicativa, já que o evento foi assistido por crianças. “Tem que ter bom senso. Não tem nada a ver com censura. É inadequado para um evento público, é uma vitrine da nossa cidade. O joinvilense tem o direito de criticar”.
Pastor Ascendino Batista (PSD) disse que o povo cristão está “decepcionado” com essa apresentação. “Trouxe medo, terror, pânico. No mínimo, deviam abrir o Centro de Eventos para o povo cristão entrar lá e ungir aquele lugar, que está contaminado de má influência. Show de trevas”.
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