Arteira, tagarela e estudiosa: mãe conta como vice-prefeita de Joinville era na infância
Especial Orgulho da Mamãe conta história da relação de pessoas reconhecidas da cidade com suas mães
Lucas Koehler
lucas@omunicipiojoinville.com
De tagarela na escola, para o orgulho de ter a filha como vice-prefeita de Joinville. Branca Neves Adams, mãe de Rejane Gambin, diz não encontrar palavras para definir o que sente ao ver o cargo que a filha ocupa. “Um orgulho”, ressalta. Ambas formam uma dupla que se encontra para viver momentos juntas, de preferência, para jantar e beber vinhos.
Preparar as refeições é uma das atividades preferidas de Branca. “Um churrasco, carreteiro, ou algum outro prato. Sempre acompanhado de um vinho”, conta Rejane. Com a gravidade da pandemia da Covid-19 diminuindo, ambas estão voltando a sair para jantar em restaurantes.
Os bons sentimentos também rodeiam Rejane ao falar da mãe. Filha mais velha entre as três irmãs, a jornalista vê a genitora como uma referência. “A coragem e ousadia que sempre tive tem histórico da minha mãe”, afirma.
Rejane lembra que, desde criança, ouvia Branca falar frases com referência à emancipação feminina. “A mulher pode ser o que quiser. Isso tem uma marca forte na minha vida”, lembra.
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Ensinamentos visando independência
A vice-prefeita de Joinville explica que a mãe sempre empurrou as filhas para a independência. Quando tinha 12 anos, por exemplo, foi até uma agência da Caixa Econômica criar uma conta no banco. “Minha mãe disse: vai lá, você tem boca, fala com alguém e faz um depósito”, compartilha.
As outras duas filhas foram criadas da mesma forma. Branca aponta alguns critérios essenciais do processo. “Estudar, fazer cursos, praticar esportes. Tudo com exemplo. Não adianta falar e não fazer”, fala.
Infância e amizade com Taffarel
Branca lembra que Rejane sempre foi bastante comunicativa. Na escola, os boletins da filha sempre vinham com bilhetes para ela conversar menos durante as aulas. “Teve muitos amigos. Quando pequena, era arteira. Depois, focou nos estudos”, cita.
Foi em Crissiumal (RS) que a família lembra de uma das amizades mais marcantes. Na cidade, Rejane desenvolveu forte laço com Taffarel, ex-goleiro da Seleção Brasileira e campeão da Copa do Mundo em 1994.
Vizinhos, a mãe da vice-prefeita chegou a levar a irmã do goleiro para a escola. Ela lembra da filha brincando com o campeão do mundo. “Sempre estava com uma bola de futebol pelas ruas, enquanto ela andava de bicicleta”, comenta.
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Política na família
Quando Rejane recebeu o convite para se candidatar a vice-prefeita de Joinville, nas eleições de 2020, contou a novidade para a família em um almoço de sábado. Branca reagiu com surpresa. “Não acreditei”, diz a mãe.
Até então, ninguém na família havia entrado para a política. “Tinha preocupação com a saúde e bem-estar deles. Se alguém cria uma fake news, impacta em todos”, comenta Rejane. Apesar do medo inicial, hoje, Branca diz ter orgulho do cargo que a filha ocupa. “Não tenho nem palavras”, se emociona.
Para Rejane, toda mãe tem orgulho dos filhos, mas, no caso de Branca, junta o sentimento de ver uma mulher chegar em um lugar que, até hoje, ainda é difícil ocupar. “Eu sofro, em 2022, com olhares discriminatórios por ser mulher. Minha mãe viu gerações inteiras sofrerem”, destaca.
Dia das Mães: esperança e recomeço
Para Branca e Rejane, após passar a pior fase da pandemia do coronavírus, o Dia das Mães deste ano é um momento de esperança e recomeço.
“Filhos e mães morreram. Muito sofrimento nas famílias. Que a gente aproveite por estar aqui. É uma oportunidade para ficar mais perto, dar mais amor ao outro”, reforça.
A mãe da vice-prefeita segue na mesma linha de pensamento. “Muitas pessoas perderam familiares durante a pandemia. Temos a chance de recomeçar”, finaliza.
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