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Assis propõe criação de banco municipal, programa de renda mínima e nova licitação de transporte público

Oitavo candidato da sabatina com os concorrentes a prefeito foi entrevistado pelo jornal O Município Joinville nesta quarta-feira, 21

Naturalidade: Imaruí
Profissão: Corretor de imóveis
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Número na urna: 13

Confira o perfil completo de Assis.

Assis é o oitavo entrevistado da série de sabatinas ao vivo do jornal O Município Joinville que conversará, até 6 de novembro, com todos os 15 candidatos a prefeito da cidade.

Formado em Economia, atualmente trabalha como corretor de imóveis. Assis, que está filiado ao PT há 30 anos, já foi vereador em 1996, deputado estadual por dois mandatos e ocupou, como suplente, o cargo de deputado federal, em 2014.

Esta é a primeira vez que concorre a prefeito de Joinville. A candidatura, em chapa pura, conta com a vice Antonia, servidora aposentada.

Durante a transmissão, defendeu a criação de um “banco do povo” para reduzir o desemprego no município e dar oportunidades para quem pretende empreender.

Também citou a criação do programa renda mínima municipal e afirmou que pretende corrigir as perdas inflacionárias que os servidores públicos tiveram nos últimos anos.

O candidato também falou em uma nova modalidade de licitação do transporte público, passe livre aos fins de semana e tarifa social aos estudantes.

Além disso, criticou os governos federal e municipal, falou sobre o cenário da sigla petista em Joinville e defendeu que não há mais rejeição pelo partido.

Assista a entrevista na íntegra:

Banco do povo

Assis afirma que uma das principais prioridades de seu governo é reduzir o desemprego no município. Ele aponta que, com a pandemia da Covid-19, uma crise econômica se instaurou no Brasil e a situação de falta de emprego se agravou também na cidade.

Para auxiliar as pessoas que perderam seus empregos e tiveram de fechar seus negócios, Assis propõe a criação de um “banco do povo”, onde pretende emprestar dinheiro a juros zero, “ou próximo disso”, com prazo de carência a essa população, que avalia ser em torno de 30 mil joinvilenses sem emprego.

“(É) para as pessoas que perderam o seu negócio e tiveram que fechar as portas dos seus estabelecimentos, mas também pra aqueles que querem abrir seu próprio negócio. Queremos gerar emprego e de forma rápida aos que não conseguem. É um número elevado dos que perderam sua dignidade”, defendeu.

O petista fez questão de dizer que este projeto não é de sua autoria e que já é uma realidade em municípios do país. Ele citou o exemplo de Blumenau que implementou o banco público no governo de Décio Lima (PT).

No entanto, o candidato reconhece que, caso eleito, a tramitação desse projeto de lei para a criação desta modalidade pode demorar na Câmara de Vereadores, assim como os recursos que darão condições de empréstimo à população.

“Mas com certeza será uma das primeiras medidas que iremos tomar”, frisou.

Programa renda mínima municipal

Durante a transmissão, Assis foi questionado sobre como equilibrar as contas da prefeitura uma vez que além do “banco do povo”, o candidato fala em criar o programa renda mínima municipal e pretende corrigir as perdas inflacionárias que os servidores públicos tiveram nos últimos anos.

Uma das saídas, segundo ele é reduzir custos, o que na sua opinião nem sempre quer dizer corte de pessoas. “Eu acho que tem outras formas de a gente diminuir essa estrutura da prefeitura que não seja sacrificar ou colocar nas costas do nosso servidor essa tarefa de enxugamento da máquina”, disse.

Em primeiro momento, sugere uma auditoria “rápida, necessária e urgente” com relação às dívidas com o Ipreville. Em seguida, propõe rever os contratos da prefeitura com empresas, a fim de saber as necessidades e valores contratados com essas empresas.

“A terceira questão é rever todos os aluguéis de prédios privados que a prefeitura utiliza para torná-los espaços públicos. Se a população precisa do espaço público, a prefeitura tem que ter nos seus prédios naquilo que é dela sem, necessariamente, ter que estar pagando aluguel e colocar esses prédios em condições de uso para que possamos aproveitar da melhor maneira o dinheiro público municipal”, defendeu.

Assis ainda disse que, por conta da pandemia, é possível que se tenha menos recursos de investimentos para o ano que vem, mas disse ter “compromisso com o servidor público”.

“O servidor público, na nossa gestão, vai ter muita dignidade poque não vai precisar fazer greve, paralisar um dia para reivindicar aquilo que já é de direito dele”.

Nova licitação, passe livre aos fins de semana e tarifa social

Em seu plano de governo, Assis defende a criação de uma nova licitação, passe livre para os trabalhadores e famílias de baixa renda aos fins de semana e tarifa social para os estudantes.

Ele explica que a ideia de nova licitação tem intuito de abrir mais concorrência na cidade para o transporte público e, na proposta, com um novo edital, será licitada apenas o transporte, ficando a cargo da prefeitura as funções de comercialização das passagens.

“Nós não abrimos mão disso, isso vai ser público. Ou seja, o dinheiro que vai entrar do transporte vai estar na prefeitura e nós vamos pagar pelo serviço prestado. Não da forma que é hoje, que a prefeitura não sabe, não tem controle, ninguém tem o custo certo e nem quanto as empresas realmente arrecadam. Nós teremos isso garantido, ninguém vai enganar o povo porque o prefeito vai saber o quanto se gasta com transporte”, promete.

A partir do momento que tiver “controle do que entra na prefeitura”, diz, será possível equacionar os gastos e dar a possibilidade de um domingo livre para as pessoas “saírem de casa ao Centro da cidade”.

Assis também falou em criação de parques e revitalização do Centro para proporcionar mais lazer aos moradores. Além disso, apesar de propôr tarifa social aos estudantes, reconheceu que podem haver barreiras econômicas para implementação do projeto caso uma nova modalidade de licitação não seja feita.

“Quando propomos a fazer passe social para estudantes, subsidiando isso, também é conforme essa realidade que vamos ter com a nova licitação. Eu acho que pra colocar tudo isso em prática, é bem verdade, nós precisamos licitar uma outra modalidade de transporte público. Quando falamos em ações práticas, parece simples, ms são complexas, pois vão depender desses fatores de quanto se arrecada, quanto se paga. Agora, só fazendo a licitação e mudando a regra do jogo é que teremos condições de proporcionar tudo isso ao joinvilense”, afirma.

Rejeição ao PT

O Partido dos Trabalhadores já comandou a cidade com o ex-prefeito Carlito Merss (2009-2012), porém, na última eleição, a sigla fez apenas 17 mil votos para o cargo do executivo municipal e não elegeu vereadores na Câmara.

Mesmo em meio a este cenário, Assis afirma que “cada eleição é uma eleição” e, em 2016, a sigla enfrentava grande rejeição em todo país, inclusive em Joinville, mas hoje o contexto é outro, acredita.

“Aquela situação foi há quatro anos, foi uma situação e hoje é outra. O candidato na época era o companheiro Carlito, agora é o Assis. A aceitação que estou tendo nas ruas, a percepção que estou tendo das pessoas que converso é de que este momento mudou, essa realidade agora é outra”, destacou.

Assis ainda citou que, com o novo governo federal, a população tem sofrido com a alta do arroz e de outros alimentos por conta do aumento da inflação.

“A gente está percebendo o a cada dia que a inflação tá batendo na porta e no bolso do povo brasileiro, dos nossos trabalhadores, que o desemprego cresceu no país. Não apenas por conta da pandemia, mas pela forma com que o governo federal vem tratando o cidadão brasileiro e as empresas brasileiras”.

Além de críticas ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido), Assis também falou que muitas coisas deixaram de ser feitas nos últimos oito anos em Joinville e que as pessoas “clamam por mudanças”.

“Vamos inverter a realidade de governar para poucos e deixar a grande maioria à espera de tudo”, defendeu.

Também prometeu um quarto Pronto Atendimento na cidade, dar continuidade às obras do rio Mathias e botar em prática o projeto da ponte no bairro Adhemar Garcia.


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