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“Até agora paguei para trabalhar”: dificuldade financeira e saída de Ney Franco marcam JEC após Copa SC

Felipe Ximenes revelou estar com salários atrasados

O Joinville Esporte Clube (JEC) realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, 21, analisando o desempenho do clube na Copa Santa Catarina 2024 e projetando os próximos meses até o início da temporada 2025.

Na coletiva, o CEO de futebol, Felipe Ximenes, e o presidente do clube, Darthanhan Oliveira, anunciaram a saída do técnico Ney Franco, em comum acordo. Após o jogo contra o Hercílio Luz, o treinador já havia desabafado sobre salários atrasados e a dificuldade financeira vivida pelo clube.

A situação financeira instável foi confirmada pelos dirigentes. “Até agora eu paguei para trabalhar no Joinville”, revelou Ximenes. Apesar disso, o diretor afirmou ser o único funcionário com salários atrasados. “Não consigo liderar ninguém sem pagar. Se for preciso, eu vou continuar com os meus salários atrasados”, comentou o CEO.

Ximenes ainda contou que, antes de assumir o cargo no tricolor, foi aconselhado a não aceitar a proposta. “Me disseram: ‘Não faça isso com a sua carreira, vai matar a sua reputação’”, falou.

Darthanhan também revelou que a folha salarial do Joinville na Copa SC era de R$ 65 mil em atletas. “Não iríamos comprometer o orçamento do ano que vem com investimentos neste ano”, disse Darthanhan.

Felipe Ximenes também explicou que o clube foi em busca de negócios que auxiliassem no momento financeiro vivido pelo clube.

“Precisamos de R$ 1 milhão para fechar a temporada”, falou Darthanhan. Segundo o presidente, parte desse valor viria da negociação de Chrystian Barletta, cerca de R$ 420 mil.

Outra parte do valor, cerca de R$ 600 mil, viria da venda de um imóvel na planta, que fazia parte do contrato do patrocínio master com uma construtora.

Ainda na coletiva pós-jogo, o técnico Ney Franco criticou a estrutura do centro de treinamento do clube. A situação precária dos gramados, vestiários e academia no CT foi confirmada por Ximenes e Darthanhan.

Ainda conforme o presidente, o contrato do patrocínio master com a construtora previa benfeitorias no CT, melhoras no gramado e a construção de um terceiro campo. Ele afirma que o clube já está tomando as medidas legais.

Protestos da torcida

Assim que a bola rolou no jogo entre JEC e Hercílio Luz, a União Tricolor, principal torcida organizada do clube, ergueu duas bandeiras com as frases “vocês fingem que jogam, nós fingimos que torcemos” e “torcida presente, futebol ausente. Diretoria amadora.” Ambos os dirigentes elogiaram a postura da torcida, por não protestar de forma que prejudicasse o clube judicialmente.

Esta foi a pior campanha do Joinville na Copa Santa Catarina, com cinco empates e duas derrotas. “Talvez eu não mereça nenhum aplauso, os jogadores não merecem aplausos, o treinador não merece aplausos”, avaliou Ximenes.

O muro do CT do JEC foi pichado em protesto contra o presidente e o elenco. A frase “Darthanhan larga o o$$o [SIC]” foi pichada em um dos muros. “Não tem outra pessoa para tocar o clube”, afirmou o presidente.

“Desde que assumi, são 36 jogos que você sofre do início ao fim. A gente precisa ter paz ano que vem, porque ano que vem é decisivo”, avaliou Darthanhan. “Foi um tapa na nossa cara ter ido mal. A gente foi péssimo esportivamente”, completou.

Próximos dias após o fim da Copa SC

Com o fim da Copa Santa Catarina, o JEC está oficialmente sem jogos a disputar em 2024. Assim, Ximenes explicou que os atletas se reapresentarão na tarde desta segunda-feira, 21.

Alguns atletas continuarão no centro de treinamento com programações individuais e outros terão folgas a partir desta terça-feira, 22, visando uma nova reapresentação em 12 de novembro. “Espero que com treinador”, completou Ximenes.

Próxima temporada

Ximenes e Darthanhan revelaram que o clube já busca por patrocínios para o ano que vem. O patrocínio master será de uma empresa de apostas esportivas de fora de Joinville, uma das bets já credenciadas no Brasil. Ainda conforme o presidente, falta apenas assinar o contrato para anunciar oficialmente.

Até 20 de novembro deste ano, o clube pretende definir os patrocinadores do próximo ano. Darthanhan acredita que, após o anúncio oficial do patrocinador master, outras empresas serão atraídas para investir no clube.

Outro tópico abordado pelos dirigentes foi a implementação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O presidente afirma que há um modelo já aprovado em conselho e que agora o clube avalia e conversa com seis possíveis investidores para poder dar sequência ao projeto.

“Acho fundamental que o Joinville consiga executar o projeto SAF em 2025. Mas sem atropelos para não cometer erros”, comentou.

Por fim, o presidente confirmou o projeto para a troca do gramado da Arena Joinville para gramado sintético, seguindo os padrões FIFA. Outro projeto é a troca da iluminação da arena para iluminação de LED.

Ambos são projetos que terão investimentos totais da Prefeitura de Joinville e seguirão os projetos licitatórios. A ideia do clube é que o gramado seja trocado após o fim do Campeonato Brasileiro da Série D. Porém, antes disso, o tricolor deve realizar manutenções no gramado natural.

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