Ato polêmico na abertura das Olimpíadas de Paris motiva projeto de lei em Joinville
Vereador Brandel Junor (PL) quer proibir vilipêndio à crença cristã em eventos na cidade
Um ato da cerimônia da abertura das Olimpíadas de Paris que tem gerado polêmica motivou o vereador Brandel Junior (PL) a protocolar um projeto de lei em Joinville para proibir vilipêndio à crença cristã em eventos na cidade.
Durante a abertura dos jogos, a ponte Debilly virou uma passarela, com um desfile, celebrando a diversidade de corpos, da música e da dança.
Entretanto, a cena foi interpretada por uma parte do público como uma paródia do quadro “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, o que causou revolta entre os cristãos. A Conferência dos Bispos da França divulgou um comunicado no dia seguinte reconhecendo que a cerimônia teve momentos de beleza e alegria, mas também teceu críticas. “Incluiu cenas de escárnio e zombaria do cristianismo, que deploramos profundamente”, diz o comunicado dos bispos.
Em coletiva de imprensa, o diretor artístico da cerimônia Thomas Jolly afirmou que não tinha intenção de ser subversivo. Ele defendeu que a França tem liberdade artística e a cena tinha como objetivo celebrar a diversidade.
No Twitter, a conta oficial das Olimpíadas compartilhou uma das imagens da cena em que aparece o cantor francês Philippe Katerine, e escreveu que a cena seria uma interpretação do deus grego Dionísio. Ele está pintado de azul, posicionado ao redor de frutas. Ao fundo, estão as drag queens e demais personagens do ato. A postagem ainda complementa que Dionísio “conscientiza do absurdo da violência entre os seres humanos”, em tradução literal do inglês. Confira a postagem:
Com isso, outra parte do público associa a cena ao quadro A Festa dos Deus, do holandês Jan Van Bijlert. A obra está exposta no Museu Magnin, na França. Já o quadro de Leonardo da Vinci está exposto na Itália.
A Festa dos Deuses retrata o Olimpo. Nela, os deuses se reúnem para um banquete e, ao centro, está Apolo, com uma coroa.
O projeto de lei em Joinville
Em meio à polêmica, o vereador apresentou a proposta para proibir vilipêndio a dogmas e crenças relativas à religião cristã de forma sátira, a ridicularização e menosprezo em eventos, desfiles carnavalescos, espetáculos, passeatas e marchas de ONGs, associações, agremiações, partidos políticos e fundações.
Brandel propõe multa que pode ir de R$ 5 mil a R$ 500 mil, a ser calculada conforme a magnitude do evento, o impacto na sociedade e a quantidade de participantes, bem como a gravidade da ofensa realizada.
“Não há como admitir que nos dias atuais ocorra a estimulação e a prática da intolerância religiosa. Não podemos confundir liberdade de expressão, de manifestação artística, com a ofensa a uma crença e religião”, defende Brandel.
O projeto segue em tramitação nas comissões técnicas para análise. Lei com o mesmo teor já foi sancionada no município de Sorocaba (SP).
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