Audiência pública discute retomada da duplicação da BR-280 entre Araquari e São Francisco do Sul
Encontro aconteceu na noite dessa segunda-feira
Em audiência pública na noite dessa segunda-feira, 11, lideranças políticas e empresariais de Araquari e de São Francisco do Sul discutiram a retomada das obras na BR-280. A reunião aconteceu na Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Araquari (Aciaa).
Na condição de proponente do evento, promovido pela Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o deputado Sargento Lima (PL) destacou a importância do trecho, de 36 quilômetros, para o desenvolvimento da região.
“O forte trânsito existente na BR-280 vem trazendo grandes prejuízo para esses municípios, mas também para toda a região, e para o nosso agronegócio, podendo até mesmo, em algum momento, inviabilizar as nossas importações, além dos nossos pontos turísticos do Litoral Norte, razão pela qual precisamos discutir, com tecnicidade, este problema com o Dnit”, argumentou.
O presidente da Câmara Municipal de Araquari, Sidinei Xavier, endossou a fala do Sargento Lima. “Essa é uma demanda que não é somente de Araquari, mas regional. A BR-280, em meio ao nosso grande porto de São Francisco do Sul, praias e também a Barra do Sul, se tornou um grande gargalo, pois ninguém consegue mais andar, não tem movimentação”, afirmou.
De acordo com o presidente da Aciaa, Vilmar Leoni, a interrupção da obra vem impedindo até mesmo o desenvolvimento do Porto de São Francisco do Sul, um importante catalisador de investimentos na região. “O porto está querendo se desenvolver e essa obra que não sai. Imagine um caminhão parado três, quatro horas em uma fila, e são milhares deles”, explicou.
O turismo também é outro setor que vem sendo fortemente afetado pelas condições de trafegabilidade da via, sobretudo durante a temporada de verão, informou o prefeito Balneário Barra do Sul, Valdemar Baraúna Rocha. “É comum demorarmos mais de duas horas só para sair do município, situação que fica ainda mais difícil na temporada de verão”, falou.
Presente na audiência, o superintendente do Dnit-SC, Alysson Rodrigo de Andrade, apresentou os motivos para a suspensão da duplicação da via. “Esse projeto é muito antigo, remonta há outras décadas e inúmeros problemas surgiram, inclusive comerciais, naturais de uma região que cresceu tanto e que agora a gente precisa adequar para compatibilizar os preços dos insumos aos preços do contrato ajustado lá atrás”, disse.
O novo projeto, segundo Alysson de Andrade, contará com novas previsões, como o contorno do Bairro Itinga, uma nova inspeção geotécnica para denotar problemas com viadutos, o contorno ferroviário, e também uma ciclovia, objeto do plano básico ambiental indígena. Ele disse ainda que a expectativa é que a obra seja retomada no próximo ano.
“Nós já fizemos uma revisão, que agora vamos encaminhar ainda esse mês a Brasília para aprovação, para que possivelmente em 2024 possamos retomar essa primeira fase do empreendimento, compreendido entre o porto de São Francisco, no km 0 até o km 36, na divisa com a BR-101”, complementou o superintendente.
Retrospecto da obra
Conforme apresentado durante a audiência, os trabalhos de duplicação da BR-280 iniciaram em 2018 e, desde então, sofrem com a falta de recursos e demora. O trecho entre Araquari e São Francisco do Sul (lote 1) é considerado pelo Dnit o mais complexo entre as obras em andamento nas rodovias federais de Santa Catarina.
Em dezembro de 2022, novos empecilhos surgiram: a necessidade de readequação do projeto e de um contrato complementar para o canal do Linguado e, ainda, a instalação de ciclovia nos 36 quilômetros do lote 1.
O Dnit reservou R$ 80 milhões para o trecho, quantia considerada adequada para uso em 2023, sendo que parte dos recursos será usada também em desapropriações. Na retomada das obras de duplicação da BR-280 entre São Francisco do Sul e Araquari, o Dnit informou que deve priorizar dois trechos, com extensão de 17 quilômetros, somados. As frentes de trabalho prioritárias serão entre os quilômetros 3 e 17, no traçado novo (contorno) de São Francisco do Sul; e entre os quilômetros 25 e 28, em Araquari, onde será construído um elevado.
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