Barbearia de Joinville aposta na diversidade e faz sucesso na internet
"Nosso foco é fazer com que as pessoas se sintam acolhidas", diz proprietário Felipe Alves
Um lugar sem preconceitos que atenda a todos. Com esse objetivo, o casal de Joinville Felipe Alves e Diógenes Machado, ambos de 27 anos, criaram no ano passado a Barbiearia. A barbearia tem temática LGBTQI + e conta com produtos como o pacote drag, mas tem como objetivo receber a todos. “Nosso foco é fazer com que as pessoas se sintam acolhidas”, garante Felipe.
O maquiador conta que a ideia surgiu há alguns anos, desde que começou a manter a barba grande. “Criei o hábito de frequentar barbearias. Mas cada vez era pior. Barbearias são ambientes bastante tóxicos e homofóbicos. Eu como gay, sentia uma diferença bem grande na forma que o barbeiro me tratava quando percebia que eu era gay”. Conversando com amigos, viu que não era o único a passar por essas situações.
Ele também não se sentia muito a vontade trabalhando em salões de beleza tradicionais. Em maio, ele e o namorado, que é analista de sistema começaram a conversar sobre negócios e foi quando decidiram por abrir uma barbearia LGBTQI+.
O local escolhido fica na rua Videira, no bairro Iririú. As reformas foram sendo feitas com ajuda dos amigos nos fins de semana e quando tinham tempo livre. Aos poucos surgiu a Barbiearia, que abriu as portas no dia 11 de julho de 2020.
“Foi tudo feito por nós mesmos, contratando apenas eletricista. Toda parte de criação foi feita também por LGBT. Desde marketing, identidade visual, prestador de serviços e funcionários”, explica Felipe Alves.
Luta contra o preconceito
A barbearia já estava funcionando quando o casal passou em setembro do ano passado por um episódio de homofobia no condomínio onde mora. Eles receberam um bilhete de um vizinho pedindo respeito por ter visto Felipe e Diórgenes de mãos dadas.
O maquiador nunca identificou o autor do bilhete, mas se manifestou no grupo do condomínio e recebeu mensagens de apoio de vizinhos. Para o proprietário, isso reforçou a importância da barbearia.
“Porque eu e meus amigos vivíamos passando por episódios parecidos dentro de barbearias. Vimos o quão importante ela era quando abrimos. Recebemos muitos clientes que cortavam em casa por medo das barbearias tradicionais”, conta Felipe.
O público hoje do local é bastante variado, pessoas de todos os gêneros passaram a procurar o estabelecimento por ter experiências ruins. O proprietário conta que muitas mulheres de cabelo curto vão até o local porque não são atendidas em outras barbearias. “Tem bastante casal heterossexual que vem aqui. Enquanto a mulher corta o cabelo, o homem faz a barba”, exemplifica.
Nesta semana, o local foi “redescoberto” por alguns usuários do Twitter e viralizou. Foram mais de 94 mil curtidas, 6 mil compartilhamentos e 900 comentários. Felipe respondeu perguntas sobre a história da barbearia, seus produtos e funcionamento.
“Estou amando bastante. Tanto por ver as pessoas valorizarem quanto por influenciar profissionais da área. E isso também mostra para a gente o quão importante tem sido nosso trabalho para nossa comunidade”, finaliza.
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