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Câmara de Joinville acata pedido de cassação de vereador Odir Nunes

Munícipe que abriu pedido se disse ofendido após parlamentar incitar a violência contra o prefeito Udo Döhler

Em votação realizada em sessão online na noite de quarta-feira, 15, a Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ) acatou um pedido de processo de cassação do vereador Odir Nunes (PSDB). A decisão, por 11 votos a cinco, teve como base a representação do munícipe Carlos Eduardo da Silva, que alegou quebra de decoro parlamentar por parte de Odir.

Silva alegou ter se sentido ofendido após o vereador Odir Nunes, na palavra livre da sessão de 7 de julho, ter incitado à violência contra o prefeito Udo Döhler (MDB). Na ocasião, o parlamentar  falava sobre sua presença na manifestação de comerciantes e empresários afetados pelas obras de macrodrenagem do rio Mathias.

“Eu quero agradecer a essas pessoas, empresários, e quero dizer que se eu fosse empresário eu ia atrás do prefeito e, num evento em que ele tava, dava uma camaçada de pau no prefeito. É verdade. Merece apanhar porque aonde já se viu deixar famílias inteiras passando dificuldades; empresários que passaram a vida toda, a vida toda, para conseguir algo e agora no final vem um homem dessa postura e acaba com a cidade, com os seus sonhos e o da sua família”, disse Odir à época.

Como funciona o processo

Na sessão online de quarta-feira, após a leitura do documento feita pelo presidente da Câmara Cláudio Aragão (MDB), os vereadores Maurício Peixer (PL), Pelé (MDB) e Jaime Evaristo (PSC) foram sorteados para fazer parte da Comissão Processante.

Os parlamentares também já determiram suas funções: Mauricinho Soares será o presidente, Jaime Evaristo o relator e o vereador Pelé é o terceiro membro.

De acordo com o setor de comunicação da CVJ, os vereadores têm cinco dias para realizar uma primeira reunião e depois notificar Odir, que terá dez dias para apresentar sua defesa. Assegurada a ampla defesa, o processo inteiro deve durar até 90 dias contados da notificação do acusado. Caso não haja julgamento nesse prazo, o processo é arquivado.

Defesa de Odir Nunes

Após processo de cassação aberto, Odir Nunes, por meio de nota, emitiu uma declaração sobre a representação pública apresentada. Ele afirma que, neste momento, não adianta uma retratação e que o intuito do pedido é calar os que vão contra a base do governo.

O vereador também disse que, em seus 32 anos de vida pública, nunca incitou ninguém à violência e que tinha pedido desculpas diretamente ao prefeito.

“Sim, não deveria ter dito, mas no calor das emoções, de ver no que se transformou o centro da cidade pela ‘geston’ atual, saiu no momento. Força de expressão, jamais defendi a violência e não vejo nela solução. É a fala da emoção de ver tamanha irresponsabilidade com os comerciantes do centro, bem como de toda Joinville  Resultado: falou mal da ‘geston’: expulsa, essa é a decisão da base. Ditadura de Joinville instalada”, escreveu, em nota.

Como foi a votação

Votaram a favor da abertura da comissão os vereadores Richard Harrison, Mauricinho Soares, Roque Mattei e Pelé (os quatro do MDB), Jaime Evaristo, Lioilson Corrêa e Natanael Jordão (os três do PSC), Ana Rita (Cidadania), Wilson Paraíba (Pros), Fabio Dalonso (PSD) e James Schroeder (PDT).

Votaram contra a abertura de cassação os vereadores Ninfo König e Maurício Peixer (ambos do PL), Iracema do Retalho e Rodrigo Fachini (ambos do PSDB) e Tânia Larson (PSL).

O presidente da Casa, o vereador Claudio Aragão (MDB) não precisou votar, pois não houve empate. O vereador Odir Nunes, o representado, também não votou. O vereador Adilson Girardi (MDB) não estava na plataforma virtual no momento da decisão e também não teve voto contabilizado.


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