Candidata de Joinville a vice-governadora, Marilisa Boehm comenta propostas para cidade; confira
Delegada Marilisa concorre nas Eleições de 2022 ao lado de Jorginho Mello
Delegada Marilisa concorre nas Eleições de 2022 ao lado de Jorginho Mello
A segunda entrevista com candidatos de Joinville a vice-governador de Santa Catarina realizada pelo jornal O Município Joinville – devido à ordem alfabética de nomes utilizados na urna – é com delegada Marilisa, do Partido Liberal (PL).
Ela fala sobre a região metropolitana de Joinville, saúde, educação, transporte ferroviário, casos de feminicídio em Santa Catarina e outras propostas que pretende implementar caso seja eleito ao lado de Jorginho Mello, também do PL.
No fim do ano passado foi aprovado o projeto que cria a região metropolitana de Joinville. Se eleita vice-governadora, o que pretende fazer para fortalecer a região?
Como vice-governadora, eu vou sem dúvida lutar por Joinville e região, que não tem sido valorizada pelo governo estadual atualmente. Eu sempre lutei pela minha cidade, quem me conhece na região sabe. Doutora Marilisa trabalha sempre com os mais carentes necessitados e por justiça acima de tudo. E com a região metropolitana é preciso que o governo pense em ações integradas e não isoladas. A questão do saneamento básico, por exemplo, tem que ser pensado de forma integrada, envolvendo todos os municípios da região, da mesma forma o transporte coletivo. Esses são os desafios que nós vamos ter que enfrentar e vamos vencer porque já conhecemos esses desafios.
A logística é uma das principais dificuldades das indústrias da região de Joinville, sendo o transporte ferroviário uma das pautas das entidades representativas. Se eleita vice-governadora, você se compromete a atender a demanda de realizar obras no contorno ferroviário, para retirar as linhas férreas do perímetro urbano da cidade?
Primeiro a gente precisa “tomar pé” de como que está esse processo em Brasília, porque Isso já virou uma novela. Nós precisamos pressionar o governo federal para que essa obra saia do papel, visto que isso já é falado há muitos e muitos anos aqui na cidade e na região. A região não suporta mais essa situação e conviver com uma má linha férrea no meio da cidade. Precisa ser feito algo, através do governo, e nós vamos usar os prestígios do Jorginho Mello como governador para que realmente acabe com essa enrolação e que a gente realmente resolva essa situação. Hoje em dia existem tantas técnicas, tantas empresas que eu tenho certeza que a gente vai conseguir resolver isso.
O Hospital Regional em Joinville é alvo de diversas reclamações como estrutura precária (há registros de mofo em alas do hospital) e até maus-tratos. Se eleita vice-governadora, o que você vai fazer pela instituição?
Eu e o Jorginho temos no nosso plano de governo de equipar e reestruturar todos os hospitais, tanto o regional e o São José em Joinville, quanto outros 21 nas maiores regiões do estado. Porque hoje nós temos hospitais em todas as regiões. O que falta? Falta estrutura, leitos, equipamentos, médicos e enfermeiros. Então nós precisamos estruturar bem esses hospitais para que eles possam fazer pequenas cirurgias e os grandes centros sejam equipados para atender a média e a alta complexidade.
Eu conheço a estrutura do hospital regional. Ele realmente precisa ser reestruturado, reformado, reequipado com equipamentos modernos. O Hospital São José, eu o Jorginho Mello já tivemos diante do prefeito Adriano. O Jorginho se comprometeu em pagar metade das despesas com o Hospital São José. Jorginho vai fazer, porque ele sabe que já existe R$ 1 bilhão na conta do Estado para a saúde. Está lá no portal da transparência, é só olhar. O que precisa ser feito é um trabalho administrativo, organizado para atender essa demanda.
As duas universidades estaduais em Joinville, Udesc e UFSC, têm disponíveis apenas cursos das áreas de ciências exatas e tecnológicas. É notável que muitos jovens de Joinville e região precisam se mudar, tanto para outras cidades de Santa Catarina, como para outros estados, como o Paraná, por conta da UFPR. Você avalia como necessário um investimento maior em ambas as unidades das instituições para que a oferta de cursos seja mais ampla na região de Joinville?
Com certeza. No governo, no nosso governo de Jorginho Mello, ele vai dar atenção especial para esse setor. Até porque eu fui professora, minha mãe é professora e a gente sabe as dores de quem ensina. Só você estando numa sala de aula para saber o quão é difícil você ensinar ganhando pouco e sem ser valorizado. Então isso nós vamos ter que fazer. Dar melhorar a infraestrutura de todas as escolas e valorizar o professor. Porque se hoje nós temos presidentes, governadores, vice-governadores, jornalistas, médicos, é porque nós tivemos bons professores e nós precisamos valorizar aqueles que nos ensinam.
Também nós temos o plano de criar escolas técnicas, para que ele já saia do Ensino Médio com uma profissão e que possa ajudar em casa porque ele hoje faz o segundo grau (Ensino Médio) e sai dali para fazer vestibular. Nós vamos fazer escolas técnicas para que ele saia do Ensino Médio podendo também trabalhar, assim vai poder ajudar em casa. Um dos nossos projetos é a faculdade gratuita. Todas as universidades do sistema da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe) irão oferecer ensino superior gratuito. O estado vai bancar isso para todos os alunos e cursos.
Após formado, o profissional vai trabalhar para o estado quatro horas por semana, para devolver esse investimento para comunidade. Então assim, ele estuda de graça, mas depois vai pagar com o trabalho. Então, isso é muito importante. Todas as pessoas terão direitos iguais. Não é só o rico, o pobre também vai poder fazer a faculdade que gosta. Porque muitas vezes a pessoa é inteligentíssima, passa numa faculdade de medicina e como é que ela vai pagar seis, oito, dez mil reais por mês? Então no nosso governo esses ensinos através da Acafe serão gratuitos.
Em Santa Catarina foram registrados 31 feminicídios entre janeiro e julho deste ano. No ano passado, foram registrados ao todo 55 feminicídios. Como ex-delegada da Polícia Civil, se compromete a trabalhar em políticas públicas para diminuir esses índices? Na sua avaliação, o que precisa ser feito?
Nesse assunto, graças a Deus, eu tenho um grande conhecimento porque eu trabalhei praticamente a vida toda na delegacia de proteção à mulher, à criança, adolescente e o idoso. O que nós precisamos agora? Precisamos aumentar o efetivo policial, ter uma resposta rápida. Porque a mulher chega na delegacia, faz um boletim de ocorrência e o agressor tem que imediatamente ser intimado. Porque se ele for intimado logo na sequência, ele para com as agressões. O que está acontecendo hoje é que, em virtude da falta de efetivo, eles (do poder judiciário) demoram para intimar o agressor e aí a violência continua e, muitas vezes, ela pode ser até fatal.
Nós precisamos também de um setor de psicologia dentro da delegacia, como tinha na década de noventa, que resgatava, reestruturava a família. Em conjunto com as assistentes sociais das empresas, elas levavam muitas vezes esse agressor, que era um bom funcionário, só que estava bebendo, se perdendo e batendo na família. Então eles traziam para esse tratamento dentro da delegacia, enquanto ele respondia o processo criminal. Nós precisamos trabalhar essa agressividade do agressor. Porque nós precisamos ter um ser humano melhor, não adianta só botar na cadeia.
Além disso, fazer um trabalho em conjunto com o fórum, na vara criminal que é destinada à violência doméstica, para eles darem agilidade também nos procedimentos, evitando assim a morte de tantas e tantas mulheres que ocorreram principalmente nesses dois últimos anos.
A primeira vice-governadora mulher de Santa Catarina foi Daniela Reinehr. Se eleita, você será a segunda vice-governadora mulher da história do estado. Como você avalia a representatividade feminina no governo estadual atualmente? O que pretende fazer de diferente, se eleita?
Eu tenho me dedicado a defesa da mulher já há mais de 30 anos. Da mulher e da família. Eu fundei a delegacia da mulher, da criança, do adolescente e do idoso. São 25 anos à frente da Delegacia da Mulher. Sempre defendendo, amparando, acolhendo essas pessoas que são a parte frágil da família. A mulher que protege os filhos, que protege o marido, que cuida do idoso. Então eu quero, junto com Jorginho Mello no governo do estado, ajudar essas famílias, essas mulheres. Da parte de empreendedorismo, por exemplo, eu tenho um grupo de duzentos e quarenta e duas mulheres empreendedoras e eu pretendo no governo do estado estimular esse empreendedorismo feminino que as mulheres têm.
A gente quer ajudar também a mulher da área rural, a mulher mãe, a mulher dona de casa, a mulher que tem dupla, tripla jornada de trabalho, essas mulheres que nós queremos valorizar, porque a mulher catarinense é uma mulher guerreira. Então nós precisamos fazer um governo voltado para as pessoas de bem que querem realmente trabalhar. Nós estaremos lá para dar oportunidade para essas pessoas que realmente desejam lutar, trabalhar e crescer.
Recentemente você fez uma publicação nas redes sociais em que se diz contrária às saídas temporárias de presos. Considerando que para um presidiário ser liberado existem diversas regras que devem ser seguidas, por que você é contra este direito? Você tem intenção de tomar ações para proibir isso ou tornar as condições de saída mais rigorosas?
Eu sou totalmente contra as saidinhas de presos do presídio. Por quê? Quem tem liberdade é quem está solto, quem não cometeu crime. Quem cometeu crime, tem que ficar preso até cumprir a sua pena. Por que eu digo isso? Porque como delegada de polícia durante esses 30 anos eu vi muito o preso sair, querer aproveitar tudo num dia só. Ele bebe, usa droga, fuma, bate na mulher, espanca a família.
No fim, a própria família já está pedindo para ele voltar para cadeia. Ele faz um tumulto, mata pessoas, comete outros crimes, só dá prejuízo para a família, para a sociedade e para ele mesmo, porque se cometer mais um crime, vai ficar mais tempo ainda preso.
Eu sou a favor do preso cumprir pena, ficar preso e ter o direito de trabalhar lá dentro, porque cada três dias trabalhado ele diminui um da pena. Eu também sou a favor de que ele estude, saia com certificado e qualificado para ter condições realmente de ser reinserido na sociedade e com dignidade.
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