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Cerca de 40 profissionais do Samu entram em greve em Joinville

Caso as reivindicações não sejam atendidas, médicos também pode aderir à paralisação

Cerca de 40 profissionais do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Joinville entraram em greve na manhã desta segunda-feira, 21. O grupo de trabalhadores se reuniu em frente à sede da unidade, no Centro da cidade, segurando faixas com reivindicações, em forma de protesto.

Conforme Lorival Pisetta, presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Joinville e Região, o motivo para a paralisação é a falta de pagamento do 13° salário deste ano, falta de reajuste salarial dos últimos três anos e de condições de trabalho.

“Na central (de regulagem), faltam cadeiras, mesas, estantes e materiais de trabalho. As condições estão muito precárias”, afirma Pisetta.

O presidente do sindicato explica que apenas funcionários contratados pelo Estado, por meio da empresa terceirizada OZZ Saúde, que estão em estado de greve. Os contratados pela Prefeitura de Joinville, que fornecem o serviço básico, continuam as atividades, já que o município cumpre as normas legais de contratação, diz.

A princípio, dos 131 funcionários contratados pela OZZ, apenas 40 estão paralisados, que atuam na central de regulagem, setor responsável por atender as demandas da comunidade e distribuí-las às equipes de plantão.

Pisetta explica que as atividades não foram totalmente suspensas, já que os serviços essenciais foram mantidos a fim de não prejudicar a população. O que ocorre é um sistema de trabalho em revezamento, onde a equipe fica reduzida e que pode ocasionar lentidão nos atendimentos.

Médicos podem parar

Assim como em Joinville, mobilizações também acontecem em Criciúma, Chapecó, Lages e Florianópolis.

Pisetta afirma que a greve só será suspensa assim que o governo do Estado atender as reivindicações. Caso a situação permaneça igual, segundo o presidente, outros trabalhadores, como médicos, podem aderir à paralisação.

O que diz a OZZ Saúde

Por meio de nota, a OZZ  Saúde afirmou que o pagamento do 13º será feito dentro do prazo legal, que é 20 de dezembro. A empresa diz que nunca foi registrado o atraso de salários, mesmo com a falta de verbas vindo do governo do Estado.

Em relação aos insumos e equipamentos, a OZZ alega que todos os materiais necessários para o serviço do Samu são entregues nas unidades. Equipes também são responsáveis por fazer a inspeção dos locais de trabalho, já que há denúncias infundadas, e em nenhuma das vezes foram autuados por problemas do gênero, explica a nota.

Confira a nota na íntegra:

“Tivemos acesso a seguinte informação: ‘Trabalhadores do Samu de algumas mesorregiões de SC estão sem pagamento do 13º salário, não receberam os salários de novembro e  férias, estão sem material para prestar os serviços e com condições precárias de trabalho entre outros problemas’. Assim, podemos esclarecer que, as férias foram suspensas tendo em vista a MP 927, que perdeu a eficácia, entretanto a OZZ Saúde já apresentou junto ao MPT E SINDICATOS a escala de férias para todos os colaboradores.

Sempre nesta época do ano há muita insegurança dos trabalhadores, pois nosso contrato com o Estado de Santa Catarina se finda em 31/12/2020, contudo o mesmo já se encontra RENOVADO ATÉ 31/12/2021, onde a renovação ocorreu na data de 14/12/2020.

Nos três anos de operações jamais atrasamos um único salário, mesmo o Estado de Santa Catarina não ter nos repassado diversas verbas devidas, que somam em um déficit de aproximadamente 90 milhões, que deve ser resolvido no primeiro trimestre de 2021.
Reiteramos que a OZZ SAÚDE sempre honrou e realizou o pagamento do 13° salário aos colaboradores do SAMU Santa Catarina, que chegam a casa dos 5 milhões de reais por ano, sempre pagos com recursos próprios.
Para o 13° salário deste ano de 2020, estaremos realizando o pagamento nos próximos dias.
Em relação aos equipamentos, EPI’s e materiais, o MPT faz periodicamente inspeções em todas as bases do estado, haja vista as constantes denúncias infundadas, e podemos afirmar que jamais a empresa fora autuada.”


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