Cerca de 500 pessoas vivem em situação de rua em Joinville; veja quantos são joinvilenses

Vereadores ouvem instituto responsável pela abordagem social e Restaurantes Populares da cidade

Cerca de 500 pessoas vivem em situação de rua em Joinville; veja quantos são joinvilenses

Vereadores ouvem instituto responsável pela abordagem social e Restaurantes Populares da cidade

Lara Donnola

Na manhã desta quarta-feira, 5, a Comissão Especial das pessoas em situação recebeu representantes do Instituto Amor Incondicional (AMINC), empresa contratada pela Prefeitura de Joinville para realizar abordagens sociais e administrar os restaurantes populares da cidade. O instituto forneceu informações sobre o número de pessoas em situação de rua na cidade e sobre o serviço prestado.

Dados da população em situação de rua

O diretor da AMINC, Rodrigo Tavares Pereira, explicou que a equipe da empresa conta com 25 profissionais, divididos em dois turnos. Segundo ele, Joinville tem, em média, 500 pessoas em situação de rua, sendo que 193 são catarinenses, e 141 deles nascidos na própria cidade. “No geral, a maioria é de fora do estado”, destacou.

Na semana passada, durante reunião na Câmara, a Secretaria de Saúde informou números referentes à população em situação de rua desde a criação do Comitê Estratégico das Pessoas em Situação de Rua, órgão da Prefeitura para análise da situação criado em novembro do ano passado. Vale observar que números sobre essa população não são fixos, sendo referentes a uma população que circula muito.

Atualmente a Secretaria de Saúde tem 976 usuários cadastrados em situação de rua. Destes, 832 são do sexo masculino (85%). Parte expressiva dessa população possui condições de transtornos mentais e também tem problemas com abuso de álcool e ou drogas, sendo 410 (42%).

Segundo a secretaria, foram 18 os acolhimentos voluntários de pessoas em situação de rua em comunidades terapêuticas e seis as internações involuntárias. Importante lembrar que a internação involuntária ocorre sem o consentimento do paciente e a pedido de terceiro. Geralmente, são os familiares que solicitam a internação do paciente, mas é possível haver outros solicitantes. O pedido, no entanto, tem que ser feito por escrito e aceito por um médico psiquiatra.

Foram 24 pessoas em situação de rua que aceitaram o tratamento ofertado por CAPS e Consultório na Rua. O Consultório na Rua é um programa federal destinado a essa população e realizou, nos últimos três meses, 446 atendimentos. Em todo o ano de 2024 o número de atendimentos realizados pelo programa passou de 1,8 mil.

Fiscalização do Restaurante Popular

Na última quinta-feira, 27, os vereadores da Comissão Especial fiscalizaram os serviços prestados pelo Instituto Amor Incondicional (Aminc) na administração do Restaurante Popular Herbert José de Souza, unidade da rua Urussanga. Eles acompanharam o trabalho de elaboração do almoço servido na unidade e provaram a comida junto com uma equipe de assessores.

Os parlamentares também analisaram o funcionamento do Restaurante Popular. Atualmente, pessoas em situação de rua podem se alimentar gratuitamente por até sete dias, mesmo sem cadastro no Centro Pop. No entanto, os vereadores consideram esse prazo excessivo. “Precisamos incentivar essas pessoas a realizarem o cadastro o quanto antes para garantir um atendimento adequado. Sete dias é um período muito amplo; entendemos que um único dia seria suficiente”, ressaltou o vereador Pastor Ascendino Batista (PSD).

Segundo dados apresentados pela equipe do Centro Pop, são realizados, em média, cinco novos cadastros por dia. No entanto, cerca de duas pessoas diariamente deixam de cumprir a exigência e, ao fim do prazo, precisam pagar pelas refeições, cujos valores variam entre R$ 5 e R$ 12 (café da manhã: R$ 5, almoço: R$ 12, jantar: R$ 10).

A comissão cobrou a redução do prazo para que as pessoas em situação de rua tenham acesso gratuito às refeições nos restaurantes populares. O cadastro no Centro Pop, atualmente exigido para garantir o benefício, deverá ser feito em até 1 dia, e não mais em 7 dias. Segundo a AMINC, a empresa já comunicou e protocolou essa mudança junto à Secretaria de Assistência Social. “Precisamos garantir os direitos, regalias não”, frisou o presidente da Comissão Especial, vereador Pastor Ascendino Batista.

Fiscalização do roteiro das abordagens sociais

Durante uma fiscalização realizada na madrugada de 25 de fevereiro, os vereadores da comissão identificaram que não havia um roteiro estruturado para otimizar as abordagens. Em resposta, a AMINC afirmou que já segue uma rota fixa, mas que ela pode ser alterada em caso de denúncias.

Além disso, com base nas observações feitas pela comissão, a empresa implementou no último domingo, 3, um sistema de avaliação de risco, classificando as situações em alto, médio e baixo risco para definir a necessidade de ajustes na rota.

Campanha contra esmolas

A AMINC informou que já visitou mais de 2 mil estabelecimentos comerciais em Joinville para orientar sobre a importância de não fornecer alimentos diretamente às pessoas em situação de rua. Segundo a empresa, essa ação faz parte de uma campanha contínua de conscientização.

Durante a reunião desta quarta-feira, a empresa citou um exemplo de sucesso na Rua Fátima, onde, entre maio e julho de 2024, foram realizadas abordagens diárias para conscientização e orientação das pessoas em situação de rua. Como resultado, a concentração na região diminuiu 75%.

“Sugerimos que a cada três meses a AMINC preste contas de suas ações e resultados. A ideia é que esse relatório de atividades seja divulgado na Comissão de Saúde”, conta Ascendino.

Composição da Comissão Especial

Presidente: vereador Pastor Ascendino Batista (PSD);
Secretário: vereador Adilson Girardi (MDB);
Relator: vereador Mateus Batista (União Brasil);
Membros: vereador Neto Petters (NOVO) e vereador Instrutor Lucas (PL).

Leia também:
1. Homem é encontrado morto dentro de residência em Joinville
2. Quarta-feira de Cinzas: confira programação de missas em Joinville e região
3. Manutenção emergencial afeta abastecimento de água em quatro bairros de Joinville
4. Com salários de até R$ 8 mil, empresa abre 100 vagas de emprego em Joinville
5. Feira do Príncipe em Joinville volta a acontecer neste domingo


Assista agora mesmo!

Região de Joinville já era habitada há 10 mil anos: conheça os quatro povos anteriores à colonização:

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo