Moradores de Joinville contam como é estar sem energia elétrica há mais de 40 horas

Às 14 horas desta quinta-feira, 2, município ainda tinha quatro mil unidades consumidoras desligadas

Moradores de Joinville contam como é estar sem energia elétrica há mais de 40 horas

Às 14 horas desta quinta-feira, 2, município ainda tinha quatro mil unidades consumidoras desligadas

Fernanda Silva

Desde que um ciclone passou por Santa Catarina nesta terça-feira, 30, a autônoma Taise Borges, 34 anos, está sem energia elétrica na casa onde mora no bairro Iririú, em Joinville. Às 14 horas desta quinta-feira, 2, município ainda tinha quatro mil unidades consumidoras desligadas. Quase 48 horas depois do vendaval causado pela passagem de um ciclone extratropical.

Taíse mora com o marido e duas crianças, de 13 e 4 anos. Como trabalha em casa, a autônoma não tem conseguido produzir seus materiais, o que causa atraso nas entregas. Taise atua como produtora de personalizados, como canecas e camisetas, atividade que faz com o auxílio de máquinas. “Estou três dias sem produzir, sem meu ganha pão. Já não estava fácil com a pandemia”, lamenta.

Para carregar o celular, a família tem usado a bateria do carro. Por sorte, ainda não tinham passado no mercado para fazer compras, então o freezer não estava cheio e poucas coisas estragaram. Mas, ainda assim, perderam alguns alimentos, como o iogurte dos pequenos.

A família da assistente de marketing Thuany Marcelino, 23, está na mesma situação. A casa onde moram, no bairro Fátima, também está sem energia desde a tarde de terça-feira, 30. As carnes que estavam na geladeira não poderão mais ser consumidas. Para tomar banho com água quente, a família trocou o chuveiro pela caneca com água esquentada no fogão.

Thuany e os pais trabalham fora e podem carregar os celulares. O mesmo não acontece com seu irmão de 15 anos, que está sem bateria. Ele cuida do caçula, de cinco, enquanto os demais estão fora. Desde terça-feira, os dois passam o dia incomunicáveis. “Ficamos muito preocupados por não ter notícias deles”, conta.

Tanto a família da assistente quanto os vizinhos já entraram em contato com a Celesc. A resposta é a mesma para todos, “dizem que há muitos problemas em Joinville e que estão tentando solucionar todos”, diz Thuany.

Previsão de retomada no sábado

Na terça-feira, Joinville chegou a ficar com 90 mil unidades consumidoras sem energia. Segundo a Celesc, todas as equipes estão nas ruas trabalhando para restabelecer o serviço. Além de quedas e quebras de postes e fios, a companhia conta que muitos transformadores queimaram. Os pontos mais críticos de Joinville, segundo a Celesc, são os bairros Vila Nova, Morro do Meio e Pirabeiraba.

Outras cidades da regional de Joinville também apresentam problemas. A mais grave é Garuva, onde 6.862 das 7.009 unidades consumidoras estão até o momento sem energia elétrica. “A previsão é retomá-la de forma estruturada até o sábado. E, consequentemente, domingosegunda e terça, avançarão os trabalhos para as áreas mais isoladas, rural, e também pontos internos das cidades”, explica a Celesc. Cerca de 30 postes vieram ao chão e a cidade teve transformadores queimados.

Em Araquari, a infraestrutura básica foi restabelecida, mas ainda existem 353 pontos sem energia. Situação semelhante a São Francisco do Sul. De acordo com a companhia, vários serviços foram feitos durante a quarta-feira, porém, como há 347 unidades consumidores sem luz, os serviços continuam. Em Itapoá, ainda há 1.218 unidades consumidoras desabastecidas.

“Em todos esses municípios citados, os serviços de infraestrutura vão ser concluídos, de forma macro, ainda nesta quinta-feira”, garante a companhia.

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