Chefe de facção e duas mulheres são condenados por torturar e matar adolescente no Norte de SC
Crime ocorreu em maio de 2017, em São Francisco do Sul
Crime ocorreu em maio de 2017, em São Francisco do Sul
Três integrantes de uma facção criminosa foram condenados nesta sexta-feira, 13, por tortura e homicídio duplamente qualificado de uma adolescente de 17 anos. O crime ocorreu em maio de 2017, em São Francisco do Sul, no Norte catarinense.
Segundo o Ministério Público (MP-SC), os condenados são um homem, líder de facção, e duas mulheres. Conforme a denúncia, o chefe da organização teria autorizado e orientado que as mulheres matassem a jovem, com a ajuda de outras adolescentes.
Uma das rés acreditava que a vítima teria a denunciado por envolvimento com o tráfico de drogas. A jovem também já havia se relacionado com o atual companheiro da mulher, o que causava ciúmes na acusada, afirma o MP-SC.
O grupo utilizou a proximidade da vítima com outros três adolescentes para convidá-la para uma festa na casa do chefe da facção. Chegando ao local, a adolescente foi surpreendida pelas duas mulheres e pelos outros jovens, que amarraram suas mãos e pés com panos.
A jovem foi agredida e sofreu diversos ferimentos. Seguindo ordens do chefe da facção, o grupo torturou a adolescente e a levou para uma região afastada, em uma área de mangue. No local, as mulheres autorizaram que uma das adolescentes atirasse na cabeça da vítima.
Na época em que o crime ocorreu, o chefe da facção estava preso, mas teria participado ativamente na articulação do homicídio e cedeu a própria casa para a execução do crime, conta o MP-SC.
O Promotor de Justiça Diogo Luiz Deschamps sustentou que houve motivação torpe e dissimulação utilizada pelos réus. “Tratou-se de crime bárbaro, em que os réus determinaram o fim da vida de uma adolescente por descumprimento de regras inventadas pela organização criminosa. Em que pese passados mais de quatro anos da prática dos fatos, o caso de hoje também faz parte de todo o esforço do sistema judiciário, órgãos de segurança pública e da comunidade de São Francisco do Sul ao combate a organizações criminosas em nosso município. O resultado do veredicto popular só valida e dá grande força a todos que trabalham nessa seara e garante que o nome da vítima receba justiça”, afirma.
O Conselho de Sentença considerou os três réus culpados por crime de tortura e homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e por dissimulação. O grupo também foi condenado por corrupção de menores.
O chefe da organização criminosa, que foi mandante do crime, foi condenado a cerca de 20 anos de reclusão. A mulher que tinha envolvimento com tráfico foi condenada a 17 anos, já a outra mulher faccionada foi condenada a 15 anos.
Os condenados estavam presos preventivamente e não poderão recorrer em liberdade. O processo tramita em segredo de justiça. A decisão é passível de recurso.
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