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Cinco réus são condenados por morte de jovem em disputa entre facções em Joinville

Vítima foi sequestrada e executada em janeiro de 2024

Cinco pessoas foram condenadas nesta quinta-feira, 9, pelo Tribunal do Júri da Comarca de Joinville, por envolvimento na morte de Matheus de Lima Costa, de 22 anos, ocorrida em janeiro de 2024 no bairro Paranaguamirim, zona Sul da cidade.

O crime foi motivado por uma disputa entre facções criminosas que atuam na região.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Matheus e um amigo foram sequestrados entre os dias 29 e 30 de janeiro de 2024 por integrantes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC), que suspeitavam que as vítimas pertenciam a uma organização rival.

Após horas de cárcere privado, o amigo foi libertado sob ameaça, mas Matheus foi executado. Seu corpo foi localizado apenas em 20 de fevereiro, quase um mês depois, em uma área de mata lateral à Avenida Kurt Meinert.

O julgamento reuniu seis réus. Cinco foram condenados e uma mulher, apontada como gerente de um ponto de tráfico no bairro Paranaguamirim, foi absolvida.

O réu identificado como líder da facção recebeu pena de 57 anos, oito meses e 10 dias de reclusão em regime fechado, além de 64 dias-multa, por homicídio qualificado, cárcere privado, roubo, ocultação de cadáver e organização criminosa.

Outros quatro réus receberam penas de 36 anos, três meses e oito dias, 33 anos, seis meses e 27 dias, 16 anos e oito meses, e 10 anos e quatro meses, conforme a participação de cada um nos crimes.

A sentença determina a execução imediata das penas, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a soberania dos veredictos do Júri.

Durante o processo, o MPSC destacou que Matheus foi “condenado” à morte após ser submetido a um suposto “tribunal do crime” da facção, que avaliava se ele pertencia a um grupo rival. As investigações apontam que o jovem pode ter sido alvo por causa de gestos em fotos nas redes sociais interpretados como sinais de outra organização.

Segundo o promotor de Justiça que atuou no caso, “os crimes praticados pelos réus revelam o grau de organização e periculosidade da facção criminosa, que impõe medo à comunidade e age com métodos próprios de julgamento e execução”.

Durante as investigações, a Polícia Civil apreendeu veículos, munições, rádios comunicadores e drogas. O corpo de Matheus foi encontrado coberto por cal e parcialmente enterrado, o que caracterizou também o crime de ocultação de cadáver.

As condenações marcam o desfecho judicial de um crime que, segundo o MPSC, “expôs a brutalidade das disputas internas e a forma como as facções buscam impor poder nas comunidades em que atuam”.