Com alta da gasolina, motoristas de Joinville optam por GNV para maior economia
Conforme dados da SCGÁS, Joinville possui 10.454 veículos adaptados ao uso do GNV
Com a alta registrada nos últimos meses no preço da gasolina, motoristas de Joinville têm optado pela conversão em gás natural veicular (GNV) como alternativa de economia e redução de custos.
Higor Crespilho, 41 anos, é motorista de aplicativo e fez a instalação do equipamento em seu veículo há três anos. Ele afirma que o uso do GNV traz economia e autonomia ao motorista, apesar de o investimento ser alto. A conversão pode custar, em média, R$ 4 mil.
No entanto, para motoristas que rodam bastante diariamente, de acordo com Crespilho, o retorno deste investimento pode acontecer em até um ano. Ele dirige cerca de 250 quilômetros por dia e diz que, após a instalação, economizou 30% do valor sobre o combustível.
“O preço do combustível sempre foi muito caro no Brasil. Hoje, a gente não tem valor fixo, todo dia é um valor diferenciado [da gasolina]. Então o GNV é algo que se compensa. Eu vejo como um investimento necessário, ainda mais com as corridas nas quais estamos com valores defasados, da Uber e da 99, desde 2016”, desabafa.
Além do custo-benefício para instalação, o motorista também aponta que a regularização do equipamento também cabe no bolso. Segundo ele, toda a parte de documentação e vistorias no Inmetro e Detran beiram os R$ 600.
Mais quilometragem, menos custo
Eduardo Teixeira, 42, é motorista de aplicativo há três anos e tem veículo em GNV há um. Ele aponta que optou pela instalação do equipamento também por causa do valor e custo da quilometragem.
Ele diz que, com um cilindro de 15 metros, gasta R$ 42 para rodar cerca de 220 quilômetros. Na gasolina, por exemplo, com o mesmo valor, afirma que rodaria 100 quilômetros a menos.
“Nos meus cálculos, com GNV você consegue rodar o dobro do que roda com a gasolina. Minha economia foi de 60%”, conta.
Apesar dos benefícios, Teixeira diz que ainda há muito preconceito no mercado relacionado ao GNV. Isso ocorre, segundo ele, porque, há alguns anos, o produto era inserido diretamente nos bicos injetores do veículo, o que, a longo prazo, danificava o motor.
Além disso, as instalações não forneciam selo de garantia e verificação, nem manutenção preventiva realizada pelo Inmetro.
“Hoje não, com a instalação da quinta geração, a qualidade do gás natural é bem estudada, diferenciada. É um equipamento de fabricação na Itália. Para ser instalado, exige vistoria e selo do Inmetro. A injeção do veículo do GNV é feita em uma segunda flauta de injeção, pra depois ir para os bicos injetores”, explica.
O motorista ainda diz que, atualmente, o único medo dos profissionais de aplicativo, taxistas e empresas de frotas de veículos que utilizam o produto é com relação ao aumento de preço.
“Algumas cidades e estados aumentaram em até 32% o valor, mas aqui isso não chegou a acontecer”, finaliza.
Mais demanda
Cleverson Cley Attelt, 42, é mecânico e técnico de instalação em GNV na GNV Max Gás, empresa de Joinville, e diz que, conforme sobe o preço de aumento de gasolina, aumenta também a demanda por conversão do produto.
Ele diz que, no começo de 2021, a procura por instalação e manutenção de GNV estava forte, mas após a Petrobras anunciar reajuste no preço o gás, a demanda voltou a baixar. Em abril, o mercado reaqueceu.
Falta matéria-prima
Graciele Weber, auxiliar administrativo e vendedora de GNV na Scala Auto Peças e Mecânica de veículos, confirma que houve aumento da busca pelo produto anterior à pandemia, mas, com a instabilidade financeira e perda de empregos, houve queda na busca e até procura para a retirada do GNV, já que muitos motoristas possuíam veículos financiados.
Por causa do aumento da gasolina, a busca pelo GNV voltou a crescer na mecânica, em mais de 50%, segundo a vendedora. Atualmente, mais de 60% de seus clientes utilizam o produto. Em sua maioria, assim como na Max Gás, os que mais procuram são motoristas de aplicativos e representantes comerciais.
No entanto, com o aquecimento neste mercado, aumentou também a busca por equipamentos, que passaram a faltar durante a pandemia.
“Tivemos o aumento no valor [da gasolina] e, por isso, maior procura pelo GNV. Cresceu bastante, mas estamos tendo dificuldades porque tem faltado matéria-prima”, argumenta.
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