*Por Sabrina Quariniri
Com mais de 80% da receita financeira vinda do mercado externo, a joinvilense Tupy, multinacional que produz componentes estruturais em ferro fundido, exporta sua tecnologia para mais de 30 países.
Para Fernando Cestari de Rizzo, CEO da Tupy, os produtos são de elevada complexidade geométrica e metalúrgica e contribuem com o desenvolvimento das regiões em que a empresa atua, seja pelo investimento em pessoas ou na rede de fornecedores.
“Esses produtos estão presentes em máquinas, veículos e equipamentos e contribuem com a qualidade de vida das pessoas, promovendo o acesso à saúde, ao saneamento básico, à água potável, à produção e distribuição de alimentos e ao comércio global”, destaca Rizzo.
Maior receita da história
Mesmo em meio à pandemia da Covid-19, a Tupy fechou o quarto trimestre de 2020 com a maior receita da história: R$ 1,2 milhão. O crescimento representa 11,6% em relação ao quarto trimestre de 2019.
O lucro bruto foi de R$ 217 milhões, valor 24,6% maior que no mesmo período em 2019, e o EBITDA (indicador da saúde financeira da empresa) de R$ 225 milhões, com margem de 17,7% (ante 17% no quarto trimestre de 2019). Também são os maiores já registrados num quarto trimestre. Já o lucro líquido atingiu R$ 86 milhões, crescimento de 19% na comparação com o ano anterior.
De acordo com Rizzo, este crescimento é consequência da abrangência global da empresa, que permite a atuação em setores perenes e considerados fundamentais para a sociedade. Para ele, o diferencial está na liderança tecnológica.
“Esse resultado é fruto de planejamento e execução, construídos ao longo dos últimos anos por um time bastante engajado, responsável pela implementação de diversos projetos e iniciativas, que culminaram em maior eficiência operacional. Hoje, temos muito mais flexibilidade em nossas operações. Isso, somado à estratégia comercial, nos permite maior adaptação e resiliência frente à ciclicidade”, enfatiza.
Mais profissionais
Também durante a crise sanitária, a Tupy passou a buscar mais profissionais, inclusive em outras cidades do estado. Rizzo aponta que, desde o ano passado, foi percebida uma retomada econômica nos setores em que a Tupy atua – infraestrutura, agricultura, geração de energia e transporte de carga em todos os modais – o que motivou novas contratações.
Para atender a esta demanda, portanto, a empresa abriu processo seletivo em cidades como Barra do Sul e Araquari, além de Joinville. O CEO destaca que profissionais que já atuavam na empresa também receberam novas oportunidades.
“Em 2020, por exemplo, mais de 1 mil profissionais foram promovidos, isso considerando somente a planta de Joinville”.
Atualmente, a empresa conta com 20 diferentes nacionalidades em seu quadro de funcionários. “Desde sua fundação, a Tupy tem contribuído com o desenvolvimento da região e é bom ver que há muitas vagas para quem mora aqui. Nossas oportunidades são abertas a profissionais de toda a região, de outros estados e até mesmo de outros países”, explica Rizzo.
Mesmo com crescimento econômico e no quadro de funcionários, o CEO afirma que não houve instituição ou pessoa que não foi impactada pela pandemia. Ele conta que a Tupy foi uma das primeiras empresas a suspender suas operações e adequar suas estruturas às condições sanitárias.
A prioridade, segundo ele, foi a saúde das pessoas, o abastecimento dos clientes e a preservação da condição financeira da companhia. “Até hoje mantemos um comitê de gerenciamento de crise ativo, que acompanha e revisa continuamente os protocolos para garantir condições adequadas de saúde e segurança”, aponta.
Futuro
Para o futuro, a Tupy tem como alicerce o investimento no setor de engenharia. A expectativa é avançar ainda mais na cadeia de valor de clientes com serviços como usinagem e montagem de componentes.
Além disso, o planejamento é manter um papel cada vez mais estratégico junto aos clientes em suas jornadas rumo à descarbonização, desenvolvendo materiais e geometrias complexas, que serão utilizadas em motores movidos a combustíveis como gás natural, biocombustíveis e hidrogênio, entre outros.
“Vamos continuar investindo, principalmente, em pesquisa e desenvolvimento. Neste sentido, exemplos recentes anunciados foram a criação de nossa aceleradora de startups, a ShiftT, e a parceria com a USP para reciclagem de baterias”, conta.
Joinville é “casa da Tupy”
Rizzo define Joinville como “a casa da Tupy”. Não por menos, já que na cidade se concentram a administração, o centro de pesquisa e o maior parque fabril da companhia.
Além disso, a Tupy é a empresa privada com maior número de funcionários do município, são mais de 9 mil.
“Investimos no desenvolvimento deles [colaboradores], de nossos fornecedores, mais da metade localizados em nossa região e na comunidade. Desde abril do ano passado, por exemplo, foram mais de 80 mil pessoas atendidas no Centro de Triagem e Testagem que sediamos e que, recentemente, tornou-se uma Central de Imunização”, ressalta o CEO.
Também foi em Joinville que a empresa nasceu e se desenvolveu em seus 83 anos de história. Rizzo cita as carreiras construídas com base no conhecimento adquirido na Escola Técnica Tupy (ETT) e das famílias que já usufruíram do espaço da Associação Atlética.
“É difícil não misturar as histórias da Tupy e de Joinville. Ambas marcadas pelo empreendedorismo, inovação e pela dedicação das e às pessoas. Tenho orgulho de dizer que é comum que a história das famílias daqui tenham um pouquinho da Tupy, seja trabalhando conosco ou participando das iniciativas que oferecemos e apoiamos ao longo de todo esse tempo”, relata.
“São muitas histórias que temos a felicidade de ajudar a escrever”, finaliza.