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Com R$ 46 milhões em dívidas, presidente do JEC diz que “passado prejudica o presente e futuro”

Joinville não jogará nenhuma competição nacional em 2022

Eliminado do Campeonato Brasileiro da Série D, da Copa Santa Catarina e sem calendário nacional em 2022, o Joinville busca reunir forças para finalizar o ano, em que não entra mais em campo, e planejar a temporada seguinte.

Com R$ 46 milhões em dívidas, o presidente do JEC, Charles Fischer, afirma que o clube deverá, rigorosamente, trabalhar com um orçamento menor do que neste ano, com folha salarial mensal de, no máximo, R$ 120 mil. “Teremos que trabalhar com o que temos”, diz.

Apesar de já ter perdido alguns patrocinadores após os fracassos nas competições, o clube negocia com novos apoiadores. Além disso, o tricolor pretende arrecadar dinheiro com a venda de bebidas, comidas e estacionamento da Arena Joinville, já que a antiga empresa que gerenciava o setor não demonstra interesse em seguir no serviço.

O presidente do Coelho expõe que a atual situação está caótica para ser administrada. “Todos os dias têm cobranças na nossa porta. O passado prejudica o presente e futuro”. Charles, porém, mostra otimismo, mesmo com inúmeros problemas. “A ferida é gigante, mas estamos trabalhando para construir um novo Joinville”, destaca.

Erros e acertos da gestão

Em autocrítica, Charles Fischer diz ser necessário assumir a culpa, junto com Leonardo Roesler, diretor de futebol do JEC, dos erros cometidos dentro de campo. Leonardo cita equívocos como contratações feitas durante o campeonato, por necessidade, num valor mais alto de mercado.

Leonardo Roesler, diretor de futebol, lamentou poucos gols marcados pelo JEC durante a temporada | Foto: Vitor Forcellini/JEC

Outro destaque negativo do diretor de futebol envolve pouca efetividade em alguns setores do time, como no ataque. “Fizemos poucos gols em todas as competições, perdemos chances de matar jogos decisivos. Isso é o que mais me marca”, lamenta.

Ambos, entretanto, também opinam que a gestão e a temporada renderam pontos positivos. Charles valoriza que trabalhos estão sendo realizados em todos os setores e que problemas de outras gestões, envolvendo direitos trabalhistas, por exemplo, não acontecem mais. “O Fundo de Garantia está em dia, coisa que não acontecia há muito tempo”, destaca.

Saída de Zago e a procura por um novo técnico

Com a saída de Leandro Zago concretizada, o JEC agora está no mercado para contratar um novo técnico para gerir o elenco. O novo comandante, conforme Leonardo Roesler, será escolhido para dar continuidade na mentalidade de trabalho já construída.

“Terá que promover uma estruturação da equipe. Focando já no campeonato estadual. Uma continuidade no trabalho”, explica.

Zago chegou no Joinville em abril de 2021 | Foto: Vitor Forcellini/JEC

Evitando “mudanças radicais” de perfil, as ideias do novo técnico devem estar próximas das que Zago deixou para o clube. A contratação, porém, deve levar mais alguns dias, já que JEC entrevistará os candidatos apresentando ideias, estrutura e exigindo apresentação de metodologias do profissional.

“SAF é a única forma de ajustar o Joinville”, diz Charles Fischer

Com interesse em criar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no JEC, o presidente do Coelho diz que a ideia trará maior profissionalização ao clube. “A SAF a única forma de ajustar o Joinville”, crava.

Pensando a curto prazo, Charles decreta que, em 2022, o primeiro objetivo do tricolor é conquistar a vaga para a Série D do ano seguinte. “Saber trabalhar de forma enxuta, mas com um elenco competitivo”, avalia.

O presidente ainda fez um apelo à cidade. “Nós precisamos nos unir para reconstruir o clube. O Joinville é gigante, estamos trabalhando para buscar soluções. Isso passa pela mão de todos”, finaliza.


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