Comerciantes questionam aumento no valor da licença para o Natal de Joinville 2023

Prefeitura de Joinville analisa possibilidade de abrir edital para comércio fora do circuito natalino para o dia da abertura da programação

Por Vitor Filomeno

Na semana passada foram abertas as inscrições para interessados em atuar no comércio do Natal de Joinville 2023 para pleitear uma vaga no evento. As oportunidades são para ambulantes, barracas de artesanato natalino e alimentação, além de food trucks, e o prazo encerra nesta segunda-feira, 30. Mas, um tópico chamou a atenção dos comerciantes e gerou reclamação: o valor das taxas.

De acordo com o edital publicado pelo Instituto Natal de Joinville, os ambulantes aprovados para o evento terão de pagar R$ 2 mil, além de mais 20% de taxa operacional sobre as vendas.

A reclamação dos comerciantes é que o valor seria quatro vezes maior do que o cobrado em 2022, quando teriam cobrado uma taxa de R$ 500.

Reprodução

Em conversa com a reportagem de O Município Joinville, um ambulante relatou a insatisfação com essa novidade. “No primeiro ano, não foi cobrado. No segundo, pagamos uma taxa de R$ 500 por vendedores. E, neste ano, apesar de ter bastantes patrocinadores, querem cobrar uma taxa de R$ 2 mil e com um agravante: uma taxa de 20% da venda para eles. Fica praticamente inviável para nós trabalharmos em uma festa tão bonita aqui em Joinville. Eles estão praticamente nos impedindo de trabalhar”, opina.

Ele ainda reforça que o Natal de Joinville é uma época em que parte da família se reúne e participa do evento. “Nessa época de fim de ano, minha filha, que é psicóloga, trabalha para ganhar um dinheiro a mais. Meu genro, que é engenheiro, e meu filho também fazem a mesma coisa. Mas, nesse preço, ficou inviável. Possivelmente, vamos ficar de fora do Natal”, finaliza.

Outro comerciante não esconde a insatisfação. “É um absurdo isso. Tem de ser revisto. O ambulante tem o alvará anual e chega nessa época não pode trabalhar. Foram licenciados todos os pontos pela Secretaria de Cultura (Secult) para o evento, então eu não posso trabalhar porque vai haver o evento. Se eu quiser participar, vou ter de pagar esse absurdo?”, questiona.

Na última quinta-feira, 26, os comerciantes se reuniram com representantes da Secult e do Instituto Natal de Joinville. Segundo um dos comerciantes presentes, foi garantido que os valores são aqueles previstos no edital e que quem quiser participar tem de se adequar a eles.

“Questionamos os valores, mas os representantes falaram que teremos de subsidiar o evento. Além disso, os pontos dos ambulantes no Centro serão retirados. Não poderemos usar esses espaços durante o Natal. Está muito complicado”, comenta um dos comerciantes.

O que dizem a prefeitura e o instituto

Questionada pela reportagem de O Município Joinville se recebeu alguma reclamação, qual seria o motivo para o aumento nas taxas e por quem seria determinado o valor, a Prefeitura de Joinville respondeu que os valores e cotas são definidos pelo Instituto Natal de Joinville, “que é independente e tem autonomia para definir a questão de valores e cotas de patrocínio para a organização do evento”.

Conforme a resposta, o valor é definido levando em consideração os valores praticados pelo mercado.

A reportagem também questionou se neste ano haveria um edital de chamamento para a abertura do Natal, como no ano passado, e outro que era para todos os dias da programação.

“Um dos editais lançado ano passado era para a comercialização de itens em frente a prefeitura na abertura do evento e o outro para comercializar produtos em pontos pré-definidos durante os dias do evento, porém, fora do circuito natalino. A Secult e o Instituto estão avaliando a possibilidade de lançamento do edital para o dia da abertura do evento. Nos próximos dias será feita essa definição e comunicado amplamente”, finaliza a prefeitura.

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