Como último desejo, paciente terminal visita o Mirante de Joinville e bebe água da fonte
"Privilégio", diz Jocinei Marcelo Vivi
"Privilégio", diz Jocinei Marcelo Vivi
Colaborou: Fred Romano.
“Deus está me dando esse privilégio de estar desfrutando aqui, mesmo debilitado”. É assim que Jocinei Marcelo Vivi enxerga a oportunidade de realizar seu último desejo. Paciente terminal, internado na Unimed por um câncer no estômago, ele tinha como desejo visitar o Mirante de Joinville para beber água da fonte e sentir o cheiro da natureza.
Ele compartilhou essa vontade com a equipe de Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) da Unimed em Joinville, que, com a ajuda de Márcia, sua esposa, Dani, sua filha, e um vizinho, tornou o desejo realidade.
Jocinei visitou o Mirante de Joinville na quarta-feira, 10. Mesmo com previsão de chuva e tempo nublado, o sol apareceu enquanto ele estava no local. “Desde o início do tratamento até aqui, sei que Deus vai me surpreender. Se vai me recolher ou vai me dar mais um tempinho, mas pelo menos nesse tempo Deus está me dando esse privilégio de estar desfrutando aqui, mesmo debilitado, já na fase terminal, poder desfrutar de todo esse cuidado de vocês, esse acolhimento. Não tenho palavras”, diz o paciente.
“Meu pai já gostava muito do mirante. Durante o tratamento de ‘quimio’, ele subiu o mirante duas vezes”, conta Dani. A primeira vez, Jocinei foi acompanhado do genro e ficou encantado com o tamanho da cidade e com a natureza. Na segunda vez, ele subiu acompanhado da filha Dani.
“Ele acordou e falou para a minha madrasta que queria ir ao mirante. O pessoal do SAD mandou uma equipe para acompanhar. Ficamos um tempo lá, ele ficou sentindo o cheiro da natureza”, conta Dani. “Durante essa visita, ele não passou mal, porque ele vomita o tempo todo, mas ele chegou em casa e ficou bem”, completa.
Jocinei é natural de Irati, no Paraná. Foi criado pelos avós maternos, depois que a mãe faleceu quando ele tinha 10 anos.
Márcia, a esposa, é natural de Joinville. Eles se conheceram no Paraná, mas com o nascimento dos filhos decidiram morar em Joinville.
Segundo a filha, Dani, o pai estava emagrecendo muito. “Nada parava no estômago”, recorda. Com isso, procurou atendimento médico.
Em setembro de 2021, quando estava de férias e visitaria a filha no Paraná, ele fez uma endoscopia, mas não pôde viajar. A médica o encaminhou para o hospital porque o canal do esôfago já estava fechando. Depois da tomografia, veio o diagnóstico: um tumor maligno no estômago. Uma semana depois, ele iniciou a quimioterapia.
O caso de Jocinei não era cirúrgico. “Ele tinha apenas de três a seis meses de vida, isso foi três anos atrás”, recorda a filha.
“Esses três anos desde que ele descobriu foram bem difíceis. Até a quimioterapia começar a fazer efeito e ele ter alta do hospital, ele vomitava muito. Após cinco sessões, ele voltou a comer e a engordar”, diz Dani. Quando Jocinei iria passar pela cirurgia de retirada do estômago, o médico informou que havia metástase em volta do órgão, o que impossibilitou o procedimento cirúrgico.
“Ele fez uma laparotomia para retirada das metástases”, relembra a filha. O médico, porém, informou que não seria possível prosseguir com a retirada do estômago, porque até poder iniciar as sessões de quimioterapia, o câncer poderia voltar a crescer.
Jocinei continuou com as quimioterapias paliativas para ter mais tempo e qualidade de vida ao lado da família. Dani conta que o pai respondia bem ao tratamento até o começo deste ano. “O médico chegou para nós e disse que achava que era melhor parar, porque já não estava dando efeito, estava dando mais sofrimento do que resultado”, complementa Dani.
Mesmo com a indicação do médico, Jocinei quis continuar com o tratamento e fazer uma última tentativa. Porém, durante a sessão de quimioterapia, ele não aguentou seguir no tratamento. Com o fim da quimioterapia, Jocinei voltou a vomitar e não conseguia mais se locomover.
Neste momento, o paciente passou a ter atendimento do SAD da Unimed Joinville em casa. Uma médica o visita uma vez por mês e enfermeiros o visitam uma vez por dia.
Com o diagnóstico do pai, Dani se mudou para Joinville. Ela conta que é apegada ao pai e quis acompanhar todo o processo, para ficar com ele nesse período difícil. “Eu vim para cá por causa dele, eu faço o que eu posso”, diz Dani.
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