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Conheça família de Araquari que mantém pesca artesanal como fonte de renda há 32 anos

Araquari completa 147 anos de emancipação nesta quarta-feira

Nesta quarta-feira, 5, Araquari completa 147 anos de emancipação. Em homenagem à cidade, o jornal O Município Joinville destaca a pesca artesanal, que apesar do forte desenvolvimento industrial da cidade, ainda se faz presente e é fonte de renda para muitas famílias.

Atualmente, são 108 pescadores artesanais com carteiras cadastradas no município. A pesca artesanal é a pesca desembarcada ou com a utilização de embarcações de pequeno porte. Entre estes pescadores está a família da Orivaldete Fortunato, de 51 anos, a Ori. Ela, o marido e os dois filhos têm a pesca como principal fonte de renda há 32 anos.

Orivaldete é natural de Araquari, mas ainda criança, mudou-se com seus pais para Joinville. Aos 20 anos, quando se casou com João Santos, atualmente com 59 anos, voltou para sua terra natal. A região escolhida foi a Barra do Itapocu.

Como na época a indústria não era tão bem desenvolvida na cidade, ela e o marido decidiram usar a pesca artesanal como fonte de renda. “Quem era da roça ia para roça e quem era da pesca ia para pesca”, comenta.

Orivaldete relembra que no começo ela e o marido saíam de casa às 22h e chegavam ao local para pesca por volta das 3h. Eles usavam uma embarcação a remo.

Ela conta que no início o casal teve sorte na pesca, conseguiam pescar muitos quilos de peixe. Porém, a pescadora relembra que era difícil de vender os pescados. Ori saía de bicicleta e passava pelas casas da região para vender ou trocar pescado por outros alimentos.

Após anos de trabalho, a família conseguiu uma embarcação maior, que permitia a pesca em maiores quantidades. “Começamos a vender para uma peixaria”, relembra Orivaldete.

Foto: Arquivo Pessoal

Atualmente, a família tem mais embarcações e vende por conta própria. João e o filho mais velho, Felipe, 27, pescam. A pesca passa por gerações da família, o pai de joão e avô de Felipe também era pescadores.

Ori conta que quando faltam tripulantes ela pesca junto. Com ajuda do filho mais novo, Emanoel, 20, ela limpa os peixes e vende em seu local próprio.

Foto: Arquivo Pessoal

A família só vende para peixarias quando a pescaria rende muito, ou seja, de duas a três toneladas de pescado. Ori explica que, diferente de 30 anos atrás, quando são pescados 300 quilos de peixe é mais fácil de vender. Os peixes mais pescados pela família são guaivira, sororoca, robalo e tainha.

Pesca artesanal em Araquari

Com a importância da pesca para o município, Araquari tem uma Secretaria de Agricultura e Pesca. O responsável pela pasta, James Schroeder, conta que a produção de pescado na cidade chega a 300 toneladas por ano.

“Temos a pesca artesanal feita por aqueles que tem a pesca como ofício”, explica o secretário. “É bastante significativo, já que não existem grandes barcos pesqueiros”, completa.

James conta que os principais locais de pesca artesanal de Araquari são a Baía da Babitonga, através do rio Parati, e a foz do rio Itapocu.

Atualmente, a secretaria mantém o Departamento de Pesca, que é um meio de suporte para manter a pesca legalizada. Outro projeto que a pasta planeja realizar é o processo de desassoreamento do rio Itapocu. O secretário explica que, com esta ação, o acesso ao rio será facilitado, independente das condições da maré.

James também informa haver outro projeto para a constrição de um galpão para a manutenção de embarcações. O galpão será colocado à disposição dos pescadores de Araquari.


Casarão Neitzel é preservado pela mesma família há mais de 100 anos na Estrada Quiriri, em Joinville: