X
X

Buscar

Conheça joinvilense que virou golfista e treinadora de sucesso nos EUA

Geandra Zimmer já foi considerada uma das melhores golfistas universitárias dos Estados Unidos

Natural de Joinville, Geandra Zimmer de Almeida, de 40 anos, faz sucesso no golfe universitário dos Estados Unidos. Após grandes conquistas como jogadora, ela entrou no hall da fama da Bethel University, de Indiana. Atualmente é treinadora principal da equipe feminina da Lee University, no Tennessee.

O início em Joinville

Geandra foi introduzida ao golfe em Joinville pelo casal João e Mara Bruns, amigos da família. Porém, não foi o primeiro esporte que ela teve contato.

“Meu pai foi uns dos principais nomes do futsal da cidade e era treinador do time da empresa Embraco. Ele faleceu quando eu tinha 5 anos e desde dessa idade eles (o casal) me chamavam para fazer uma aula de golfe, mas eu sempre resistia”, relembra.

Após anos de insistência do casal e já com 13 anos, ela aceitou o convite para participar de uma aula no Joinville Country Club. “Fiz a aula e achei muito interessante. O que mais me chamou atenção foi a dificuldade e sempre gostei de desafios”, complementa.

O casal ajudou com patrocínio e Geandra começou a jogar competições no clube joinvilense. Pouco tempo depois também participou de competições maiores e, aos 17 anos, representou a Seleção Brasileira juvenil.

Geandra no começo de carreira em Joinville. | Foto: Joinville Country Club/Divulgação

Parada e retomada

Também aos 17 anos, iniciou a faculdade de Educação Física na Univille, mas continuou participando de competições.

Porém, mais próximo de se formar, tomou a decisão de focar mais nos estudos. Ela se formou na graduação aos 21 anos, em 2005, e trabalhava como personal trainer.

“Fiquei afastada das competições por uns três anos. Mas na metade de 2008 vi que faltava alguma coisa e voltei a jogar competições”, conta. Até o fim daquele ano aproveitou para voltar ao ritmo de treinos e competições menores.

No ano seguinte, voltou a jogar em competições maiores, com participação em duas competições internacionais representando o Brasil. No fim de 2009, ela terminou no 1º lugar do ranking amador.

Ida aos Estado Unidos

Já com 26 anos, estava noiva e o futuro marido recebeu uma oferta de emprego em Cleveland, no estado do Tennessee, nos Estados Unidos. O casal avaliou e ele aceitou a proposta.

Com isso, a joinvilense começou a ver o que faria no novo país e, após conversas com algumas amigas que já moravam na região, viu que poderia entrar na liga universitária da Lee University, por não haver limite de idade.

“Enviei o meu currículo para o então head coach, John Maupin. Ele me disse depois que achava que era um tipo de brincadeira ou piada, porque com o meu currículo eu poderia ir para ligas mais competitivas. Mas depois ele entendeu toda a história”, explica de forma humorada.

Após ser aceita, teve cerca de quatro meses para se adaptar ao novo país antes de começar as aulas e as competições. “Meio que foi um baque, pois tive que fazer minha rotina totalmente diferente. Já falava inglês, mas não perfeitamente. Então tive que me adaptar. Além disso, precisei realizar os meus treinos sozinha”, relata. No local, permaneceu por dois anos e foi uma das jogadoras destaques da equipe.

Continua após o anúncio

Após as duas temporadas na Lee, Geandra se transferiu para o Bethel University, onde teve um desempenho esportivo impecável e ajudou a universidade a conquistar diversos títulos. Ela também teve várias conquistas individuais até se formar em 2014, aos 31 anos.

Último registro de Geandra como jogadora de golfe. | Foto: Divulgação

Após ser jogadora, passou a ingressar como treinadora assistente do time, em 2016. Permaneceu no cargo por três anos e, posteriormente, assumiu como treinadora principal da equipe feminina.

Retorno à Lee

Já em janeiro de 2020, o head coach da Lee University tentou recrutar a joinvilense para comandar a equipe feminina, mas a negociação não deu certo por conta do marido não ter como voltar naquele momento para Cleveland.

Logo em seguida, em março, a pandemia da Covid-19 paralisou as competições.

Já em julho de 2021, surgiu novamente a oportunidade de poder trabalhar na Lee e ela aceitou. Dois meses depois, começou a trabalhar como assistente técnica das equipes masculina e feminina. No cargo, ficou praticamente uma temporada.

Em 2022, assumiu definitivamente como treinadora principal do time feminino da Lee e foi um sucesso logo na primeira temporada, com o título da conferência que a equipe disputa. “Foi um ano muito bom”, exalta.

Geandra com o troféu de campeã da conferência em abril deste ano. | Foto: Arquivo Pessoal

Hall da fama

Em 2022, a treinadora teve uma grata surpresa. Mesmo tendo deixado a Bethel University, ela entrou no hall da fama da universidade pelas conquistas que teve durante o tempo que permaneceu por lá.

Dos tantos feitos da joinvilense, alguns deles foram ser medalhista da Crossroads League de 2014 e duas vezes escolhida como a jogadora do ano da Crossroads League de 2013 e 2014.

Também ganhou o reconhecimento como atleta feminina do ano da Crossroads League, que é a mais alta honra concedida na Liga Crossroads, em 2014. Ela registrou uma média de pontuação na carreira de 75,3.

Além disso, foi escolhida como a melhor jogadora entre todas as conferências, das mais diferentes modalidades. Porém, para entrar na seleta lista também teve que ter um bom desempenho escolar, sendo que se formou com nota máxima em todas as matérias.

Geandra com sua família em cerimônia após entrar no hall da fama da Bethel University. | Foto: Arquivo Pessoal

“A Bethel foi a primeira universidade que me deu a oportunidade de ser coach. Então foi algo especial em poder levar meus filhos, minha família e amigos para a cerimônia. Foi uma tremenda honra”, comemora.

Ela também diz que sempre teve o apoio de muitas pessoas durante a carreira, mas ressalta a importância das pessoas que lhe ajudaram no começo de tudo.

“É uma honra representar Joinville. E só cheguei no nível que cheguei por conta do apoio das pessoas essenciais.”

Umas dessas pessoas é o treinador Reginaldo Coelho de Sousa, que ainda ministra aulas no Joinville Country Club e é um amigo. Ela conta que a mãe e irmão ainda moram em Joinville e que quando vem ao Brasil, faz questão de passar pela cidade.

Próxima temporada

Já para a temporada 2023/2024, Geandra teve um grande desafio, que foi recrutar alunas que disputarão as competições pela Lee University. Ou seja, está tendo a primeira experiência como recrutadora.

“O time deve ser mais forte do que última temporada. Tem quatro novas jogadoras. A minha expectativa em particular é muito grande por ser o primeiro ano de recrutadora como coach”, finaliza.


Assista agora mesmo!

Casa de bispo a hotel: a fascinante história do Palácio Episcopal de Joinville”: