Conheça o joinvilense que criou projeto social contra o abuso sexual infantil
Pelas redes sociais, entidade também trabalha com educação e prevenção contra os crimes
Pelas redes sociais, entidade também trabalha com educação e prevenção contra os crimes
O joinvilense Claudio Junior é o idealizador de um projeto chamado “Proteja seus Filhos”, criado em 2019, para falar sobre prevenção de combate ao abuso sexual infantil, que com o alcance das redes sociais já recebe denúncias de todo o país.
Com grande atuação na internet, Claudio, que é parapsicólogo, busca produzir conteúdo sobre educação sexual e atitudes que podem ajudar a identificar um abuso. Além disso, pelas redes sociais, recebe denúncias e oferece ajuda às vítimas de violência.
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O joinvilense conta que, a partir dos relatos, procura ajuda de parceiros como advogados e terapeutas, para atender as vítimas com apoio jurídico e psicológico. “Não fazemos [atendimento], mas somos o link”, conta.
Como as denúncias são recebidas de todos os cantos do Brasil, o projeto tem parceiros de diversos lugares do país, que são indicados de acordo com a localização da pessoa que procura a ajuda.
Claudio lembra que, certa vez, foi procurado por uma moradora de Joinville, que buscava apoio para ela e a filha, que havia sido abusada pelo padrasto. A partir disso, incentivou que fosse feita a denúncia, indicou advogados e terapeutas parceiros. O acusado chegou a ser preso e condenado pelo crime.
Ele destaca que tudo é tratado de forma sigilosa e, também, não há cobranças pelo apoio prestado. O projeto é sem fins lucrativos e busca trazer apoio jurídico e conforto às vítimas de abuso.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SC), de janeiro a agosto de 2021, Joinville registrou 135 denúncias de abuso e estupro de vulnerável. Ou seja, 25% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado, com 108 denúncias.
Porém, os números deste ano apresentam uma queda se comparado a 2019, que teve 146 casos entre janeiro e agosto. O ano de 2019 também foi o que mais registrou queixas, 243, se comparado a 2020, que teve 175. Uma queda de aproximadamente 39% entre os dois últimos anos.
Além do suporte, Claudio também trabalha com a prevenção. Ele afirma que esta é uma etapa importante para evitar abusos.
Os conteúdos são divulgados na internet, mas o projeto também realiza palestras em escolas, igrejas e comunidades. “Há locais que não têm informação, não sabem o que não é certo, o que é violência. Até porque a violência, às vezes, vem de quem mantém a casa”, explica.
Segundo Claudio, a educação sexual pode evitar que os abusos aconteçam e que crianças e adolescentes identifiquem que certas atitudes são violentas e, então, possam vir a denunciar.
O parapsicólogo destaca que a educação sexual, além de poder evitar violências, também contribui para prevenir gravidez indesejada, principalmente em adolescentes. “Quantos casos de pais e mães precoces, que não sabiam usar preservativo ou o que é um abuso”. Meninas precisam saber o que é método contraceptivo, o que é o consentimento. Os meninos também, a saber respeitar”, enfatiza.
Além disso, ele lembra que os jovens tem acesso fácil a conteúdos e que podem encontrar informações errôneas. “Se você não educar dentro de casa ou na escola, vão ser educadas por pessoas que você não gostaria que as educasse. Precisamos quebrar essas barreiras.”
O projeto já conseguiu quebrar barreiras de território. Agora, o parapsicólogo deseja continuar colaborando com a sociedade através de sugestões aos legislativo e desenvolvendo o projeto de forma mais ampliada. Futuramente, quer criar um instituto, também sem fins lucrativos, para que o projeto alcance mais pessoas.