Conheça o Regional do Mello, clássico grupo que mantém tradição do chorinho em Joinville

Músicos resgatam o melhor do chorinho, seresta e MPB brasileiro

Conheça o Regional do Mello, clássico grupo que mantém tradição do chorinho em Joinville

Músicos resgatam o melhor do chorinho, seresta e MPB brasileiro

Isabel Lima

Em duas quintas-feiras por mês os funcionários do Bar do Ivan sabem que a casa vai encher. Dezenas de pessoas, de todas as idades, se apertam dentro do salão e ocupam toda a calçada do trecho da rua São Paulo e Alexandre Schlemm para apreciar o Regional do Mello. O grupo é um clássico de Joinville, pois há mais de 20 anos toca a mais alta qualidade do chorinho, seresta e MPB.


Sempre uniformizados, os seis músicos levam a bagagem musical e de amizade para cada show. Sem qualquer ensaio, o Regional do Mello emociona aqueles apaixonados pela música brasileira com os improvisos regados de conexão entre os amigos.

Arquivo pessoal/Reprodução

Segundo Renato, do violão sete cordas, não há repertório programado. “Nós não ensaiamos, nós tocamos juntos há muito tempo, é uma coisa bem intuitiva”, explica. Além de Renato, o Regional do Mello é composto pelo bandolim do Gauchinho, o cavaquinho do Luizinho, o pandeiro de Sandro, o acordeão do Mello e a voz de Rafaela.

História do grupo

Isabel Lima/O Município Joinville

Antes de se tornar Regional do Mello, o grupo teve outras formações e nomes. De acordo com Renato, o primeiro grupo tocava no Juca Alemão. Foi lá que o Mello conheceu o pessoal e começou a visitar periodicamente os novos amigos.

Conforme Renato, um dos falecidos membros da formação falou com a administração do Mercado Municipal e começaram a tocar perto da peixaria. Foram 18 anos de chorinho aos sábados.

Com o apoio do Mello, que também é um empresário da indústria, conseguiram mudar o palco do mercado de lugar e a reforma banheiros. A partir disso, o “Entre Amigos” marcou presença com alta qualidade musical e talento de cada membro do grupo.

Além de fazer parte do grupo e patrocinar melhorias no mercado, Mello também ajudava a pagar os cachês. Para Renato, ele é um promotor cultural apaixonado pela música brasileira.

Mello conta que o grupo ficou de fora do Mercado Municipal na última licitação e teve que parar as atividades. Mas há cerca de um ano e meio, decidiu retomar a equipe. Ligou para Renato, chamou Rafaela e Sandro e passaram a frequentar o Bar do Ivan às quintas-feiras.

Agora com o nome “Regional do Mello”, o grupo arrasta pessoas de todas as idades para o bar.

Assista ao vídeo:

O Regional do Mello

Além da música boa, o grupo se destaca pelos uniformes, herança da formação que tocava no Mercado Municipal. “O regional tecnicamente significa encontro regional, conjunto regional. Normalmente os conjuntos regionais tocam uniformizados, é melhor, dá uma aparência melhor, sempre arrumadinho, ninguém vai de bermuda ou de chinelo”, explica Renato.

Embora tenha começado a tocar após os 20 anos, Renato é músico profissional, com trabalhos gravados na Europa, sete discos gravados no Brasil e outras bandas. Já Mello começou mais cedo, por volta dos 12 anos.

Na época, ele ainda morava no Rio Grande do Sul, onde tocava em bares e casas noturnas desde os 14 anos. Foi do acordeão ao vibrafone até chegar em Joinville para abrir uma empresa. Hoje ele encara o Regional do Mello como parte da própria vida. “Uma espécie de uma ressurreição”, conta.

Enio Bandeira, conhecido como “Gauchinho”, não lembra da vida sem música. Aprendeu a tocar com os tios e nunca mais largou. “Eu já nasci músico, a música me escolheu”, diz Gauchinho. Para ele, o Regional do Mello é mais que um grupo, mas uma família.

Isabel Lima/O Município Joinville

Se um dia os tios o ensinaram a apreciar e fazer música, Gauchinho assumiu esse papel quando trouxe Luizinho para a equipe. Aos 13 anos, Luizinho começou a frequentar o Mercado Público e aprendeu a tocar cavaquinho com Enio. “Primeiramente significa muita música boa, grandes amigos e ótimos professores”, explica sobre o significado do Regional do Mello.

Novata no grupo, Renata Antonioli também frequentava o mercado para ouvir o “Entre amigos”. Como ainda não era cantora profissional, ela só apreciava de longe. “Eu não fazia parte, mas já admirava. É uma honra gigantesca participar, não tenho nem palavras para dizer”, conclui Rafaela.

Repertório

O chorinho tocado pelo Regional do Mello pode ser considerado o primeiro estilo musical das cidades brasileiras, por volta do século XIX. Com diferentes raízes de influência africana, a marca mais expressiva do chorinho é a improvisação.

Também faz parte do repertório do grupo a seresta. Marcada principalmente pela musicalidade instrumental, a seresta é feita nos moldes das serenatas. “Nosso repertório é diferenciado, ninguém faz, nós somos o único grupo que toca de tudo, seresta, choro, bossa nova, MPB”, conta Renato.

O Regional do Mello faz sucesso, pois resgata a música instrumental brasileira, sem ensaios ou combinados. O conhecimento musical e a conexão de amigos é o que torna cada show emocionante.


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