Conheça as principais propostas de Décio Lima, candidato a governador de Santa Catarina
Ex-prefeito de Blumenau usou gestão na cidade como exemplo do que pode fazer no estado
Ex-prefeito de Blumenau usou gestão na cidade como exemplo do que pode fazer no estado
O primeiro candidato ao governo do estado de Santa Catarina a dar entrevista ao grupo O Município – devido à ordem alfabética de nomes utilizados na urna – é Décio Lima, do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele falou sobre educação, infraestrutura viária e também a rejeição ao seu partido no estado.
Décio também fez críticas a Jair Bolsonaro, ao atual governo do estado e usou a sua gestão do município de Blumenau como exemplo do que pode fazer caso seja eleito governador. Confira a entrevista na íntegra:
Qual a sua visão da educação no estado e qual proposta para melhorá-la?
A educação precisa ser pensada como política de estado, de valorização dos professores. Pretendo no começo do meu governo, sentar com os atores que protagonizam o processo de educação para fazer essa construção conjunta. O segundo aspecto, não podemos mais nos permitir num mundo tocado pela inteligência artificial, termos educação sem estrutura, com prédios caindo e analógico. Pretendo fazer uma transformação revolucionária, e podemos fazer isso rapidamente.
Qual seria a sua proposta para a segurança pública de SC?
A segurança tem que ter um foco nas instituições que hoje são orgulho para o povo catarinense. Na Polícia Militar, na estrutura, na logística do ponto de vista da estadualização, para a gente permanentemente fazer os investimentos e acompanhar essas instituições, como a Polícia Militar e Civil. Isso é, digamos, uma obrigação natural de um governador. Entretanto, na segurança quero começar com uma prioridade, que são os acontecimentos das agressões contra as mulheres. Do meu lado eu tenho uma mulher, mãe, jovem e preta, que veio trazer para o debate junto comigo o compromisso de nós não nos permitirmos que o estado como nosso, que tem a maioria da nossa população feminina, conviva no ranking brasileiro como estado marcado por feminicídio.
Como melhorar a infraestrutura das rodovias estaduais de Santa Catarina?
A infraestrutura de Santa Catarina também revela má política histórica. O governo atual é do remendo e do tapa buraco, não tem política de estado e nem de investimento. Vamos fazer um planejamento e fazer nos quatro anos uma revolução do ponto de vista deste modal. Percorri quase 230 municípios e é uma vergonha. Quando assumi a Prefeitura de Blumenau, não tinha um palmo de asfalto, era cidade de paralelepípedo e macadame, era poeira, lama, barro. Procurei na capacidade de endividamento do município e junto ao projeto que ficou conhecido como Blumenau século 21, que me permitiu fazer 400 km de asfalto e uma nova configuração da cidade.
Economia catarinense é destaque. Mas vemos muitas empresas deixarem o Estado. Qual proposta para fazer o caminho contrário?
Primeiro cuidar do que é nosso. Hoje, 50% dos micro e pequenos empresários estão no Serasa, enquanto nós estamos conversando vários empreendimentos estão fechando a porta injustamente, porque tem um estado cego, que não vê sua própria importância, de ser parceiro da economia de Santa Catarina. Em Blumenau, com indústria têxtil em crise, criamos uma instituição financeira com crédito subsidiado. Nós não podemos deixar a nossa economia, que tem uma base de mais de 70% pautado no micro e pequeno empresário, pautada na micro e pequena propriedade rural, sem proteção, nessa voracidade da globalização e do mercado.
Santa Catarina foi um dos piores resultados para o PT em 2018. Pesquisas mostram uma queda dessa rejeição, mas o estado continua sendo um dos principais nesse sentido. Por que o eleitor contrário ao PT deve mudar de opinião e quais as estratégias para fazer essa mudança?
Primeiro que a terra não é plana, ela capota e capotou para o nosso lado. A maior rejeição, segundo nossas pesquisas internas mostram que o povo não quer mais o Bolsonaro. O outro aspecto, provamos que o processo criminosos ocorreu contra o PT e com o presidente Lula. O Lula foi absolvido nos 26 processos, pelo visível procedimento ilegal, pelo foro que não era legítimo, pela inexistência de provas. Mostramos que foi no governo do presidente Lula que se criou a Controladoria da República para combater a corrupção, os portais da transparência, que se deu independência para Polícia Federal, autonomia do Ministério Público. Provamos quem era o presidente Lula, que não é só uma pessoa inocente, mas um injustiçado, que recebeu um golpe para não participar das eleições. Além disso, assistimos as propriedades do Bolsonaro, imóveis, corrupção do MEC, compras de vacina mostradas ao povo brasileiro em uma CPI. Acontecimentos que mostram claramente as verdades decorrentes e que vão afetar com certeza as eleições
Após muitos anos se cogitando isso, pelos resultados negativos, a esquerda catarinense fez uma união nesta eleição, tendo o você e o PT como protagonistas. Houve algumas rusgas, mas seguiram com a frente. O quão importante é isso e o que isso sugere ao eleitor?
Nós três que estamos aqui – Décio, Bia Vargas e Dário Berger – representamos um lado de conceito muito claro. Somos do amor, da paz, da democracia. Nós representamos ter a segurança da responsabilidade com que o Brasil está passando. O despojamento do Senador Dário, que teria um protagonismo tranquilo para estar no meu lugar, foi um processo de grandeza e que revelam nosso compromissos com o Brasil e Santa Catarina. Nós queremos garantir ao povo de SC a responsabilidade de governar para todos. Vamos fazer um governo plural com todos, com a tranquilidade do diálogo e construção dentro dos valores da democracia.
Plano 1000. Plano municipalista, milionário e que aprovou obras em toda Santa Catarina. Qual a sua avaliação sobre e, pretende continuar com ele?
Sempre serei da solução de continuidade, não quero interromper o que é bom para SC, mas a forma como foi feito, ela precisa receber um desenho que é fundamental, precisa ser política de estado. Como nasceu e como foi feito? Na base do fisiologismo da política. Muito parecido com o chamado orçamento secreto, que se chama aleatoriamente e distribui dinheiro, sem planejamento. Precisa ser redesenhado.
A Prefeitura de Joinville tem um gasto de R$ 18 milhões com folha de pagamento do Hospital São José e um dos pedidos é que esse custo seja arcado pelo governo do estado. Você é contra ou a favor essa ideia? Por que?
Não sou contra e nem a favor. Conheço o Hospital São José porque minha mulher trabalhou lá (Ana Paula Lima). O problema é que temos falta de isonomia na Saúde de SC. Temos um processo filantrópico, um estadualizado, uma saúde básica de responsabilidade dos municípios, centros que atendem altas complexidades e hospitais falidos, quebrados.
O Santo Antônio em Blumenau estava falido, quando eu assumi como prefeito. Mas eu assumi o custo e os investimentos que precisávamos fazer. E isso está cheio em SC, porque temos que criar forma de um Sistema Único de Saúde em SC, um SUS catarinense, envolvendo a filantropia, colocando as estruturas que o estado tem, resolvendo os problemas da falta de atendimento de alta complexidade de forma isonômica.
Não consigo entender como 140 mil catarinenses esperam nesse momento por uma cirurgia eletiva. Estive em Chapecó, dizem que vai levar quatro anos para superar a fila. Isso é o caos de gestão. Junto com isso tem também o que fizeram como dinheiro da Saúde de SC. Nosso estado três anos atrás recebia R$ 4 bilhões e R$ 300 milhões para saúde do governo federal. Agora diminuiu para R$ 3,7 bilhões, nessa desfaçatez que o Bolsonaro tem tratado o povo catarinense.
Uma das principais demandas da região é a duplicação da SC-418. O governo do estado contratou uma empresa neste ano para elaborar o projeto executivo da obra. O prazo para a conclusão é de seis meses, a contar da ordem de serviço, que foi assinada no início de agosto. Como pretende garantir que o projeto saia do papel? Se eleito, você se compromete a contratar uma empresa para realizar a obra quando o projeto de execução for finalizado?
Será incluso no projeto de infraestrutura de Santa Catarina, onde vamos trazer os recursos no tamanho da capacidade de endividamento, como citei anteriormente. E vamos ter no começo do governo uma coordenação de crises dessa natureza. Ver onde deu problema, se no Tribunal de Contas, em licitação e vamos resolver esses problemas. Muitos deles não são por falta de dinheiro, mas pelo processo errado que fizeram na construção burocrática que a lei exige.
Joinville busca uma estadualização do Ceasa. A solução foi apresentada pela prefeitura e é defendida por vereadores da cidade, porém o pedido já foi negado pelo governo estadual. Você é contra ou a favor a estadualização da unidade do Ceasa em Joinville? Por que?
Vou discutir com eles, vou ouvi-los e avaliar se é viável essa proposta, esse modelo de estadualização. É um órgão importante, que desempenha papel importante. Não vamos tratar com desdém, porque o povo de Joinville é o maior de SC, estamos falando da maior cidade, é um pedido que fala com uma autoridade de grandeza. Vamos ver a viabilidade de ser parceiros ou assumir a estadualização se for viável.
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