Conheça as principais propostas de Odair Tramontin, candidato a governador de Santa Catarina
Promotor concorre nas Eleições de 2022 pelo partido Novo
Promotor concorre nas Eleições de 2022 pelo partido Novo
O sétimo candidato ao governo do estado de Santa Catarina a dar entrevista ao grupo O Município – devido à ordem alfabética de nomes utilizados na urna – é Odair Tramontin, do partido Novo. Ele falou sobre educação, segurança pública, economia, infraestrutura viária e sobre a primeira experiência como candidato a governador.
Nesta terça-feira, 13, seria publicada a entrevista com o governador Carlos Moisés, candidato à reeleição. No entanto, apesar das inúmeras tentativas, a assessoria não respondeu o pedido de entrevista.
Jovem na política catarinense, Odair destaca a atuação do partido em que está como exemplo do que pode fazer caso seja eleito.
Qual a sua avaliação da educação no estado de Santa Catarina atualmente e qual proposta para melhorá-la?
A educação de Santa Catarina é um dos campos que o estado deixa a desejar e está com um déficit muito grande e isso é reflete no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que nas escolas públicas é de 3.8, de 10, e nas particulares é de 6.1. Então a proposta a médio a longo prazo é trazer a educação para o século 21, pois nós temos a escola analógica e o aluno digital, o que eu chamo de aluno “polegar”. O desafio é capacitar os professores para que os professores deem aula conforme os nossos jovens.
Para isso, queremos utilizar a métrica, ou seja, valorizar o professor pelo mérito. Queremos implementar a valorização do professor, em remuneração mesmo, justamente de acordo com os resultados que eles podem produzir. A meta é aumentar o Ideb. Se isso acontecer, eles serão recompensados.
A curto prazo, vamos enfrentar o problema das escolas não estarem entregando os jovens do ensino médio qualificados para o mercado de trabalho, tanto que vários setores que há bastante oferta emprego, porém, jovens desempregados. O estado então vai fazer uma parceria com instituições, em especial do Sistema S, para um aprimorando dos jovens, considerando cada região.
Segurança pública: Os índices em 2021 melhoraram muito em SC. Os casos de mortes violentas, roubos e furtos foram os menores da série histórica, desde 2008, segundo dados do Colegiado de Segurança Pública de SC. Mas o que fazer para melhorar ainda mais esses dados? Qual proposta para a segurança pública de SC?
A diminuição do crime começou a cair no Brasil a partir de 2018 e não só em Santa Catarina. Mas achamos que da para fazer mais. Em âmbito estadual, nós achamos que da para fazer algumas coisas. Aumentar os efetivos (de polícia) para aquelas regiões que estejam de fato deficitárias, ter uma atuação mais próxima entre as polícias (Militar e Civil) e, principalmente, construir mais vagas em presídios. Porque hoje, o que mais se acontece é que os juízes soltam as pessoas sobre o argumento que não tem vagas em presídios.
Hoje existe um déficit de quatro, cinco mil vagas em presídios, e nós vamos aprimorar isso, inclusive, em parcerias com a iniciativa privada para aumentar o trabalho dos presos. Porém, a segurança pública no país não vai melhorar se não mudarmos as leis penais. Então é preciso que o governador, com a sua bancada, atue junto com o Congresso Nacional para que as leis penais sejam mais duras.
Como melhorar a infraestrutura das rodovias estaduais de Santa Catarina?
Eu começo dizendo que Santa Catarina tem um pouco mais de 1% do território nacional e, seguramente, tem a pior infraestrutura do Brasil entre os estados. Porque aqui só temos uma rodovia que é duplicada, que é a BR-101 e que há mais de dez anos está sucateada se pegarmos da grande Florianópolis com a divisa com o Paraná.
Nas rodovias estaduais, precisamos realizar a manutenção delas, pois elas estão em absoluto estado de abandono. O estado de conservação é péssimo. Esse atual governo abandonou as nossas estradas estaduais, e a gente quer primeiro é cuidar delas, depois, aquelas que tiverem um potencial suficiente para fazer concessão, nós somos favoráveis.
Sei que também tem um estudo do governo atual para fazer uma rodovia paralela a BR-101, que sairia da região de Joinville até o contorno de Florianópolis. Isso é algo que nós concordamos e vamos colocar na nossa agenda.
Economia catarinense é destaque. Mas vemos muitas empresas deixarem o Estado. Qual proposta para fazer o caminho contrário?
Temos que ter mão de obra qualificada e melhorar a infraestrutura rodoviária, portuária, ferroviária e, principalmente, de energia elétrica. Melhorar os aeroportos também. Enfim, resolver o problema da infraestrutura.
É jovem na política, mas foi candidato a prefeito em Blumenau. O que tem a oferecer em Santa Catarina?
Primeira coisa é que tenho a oferecer uma trajetória limpa, um conhecimento profundo do funcionamento da máquina pública, porque sou promotor de justiça há 34 anos. E, principalmente, eu tenho para apresentar para Santa Catarina o jeito Novo de governar, implementado com muito sucesso em Minas Gerais e também em Joinville com o Adriano Silva, fazendo uma administração profissional.
De pessoas certas, nos lugares certo. Ou seja, preencher os cargos de direção com fundamento e na capacidade profissional e não nas indicações políticas, como sempre foi e ainda continua sendo a praxe das administrações públicas. Isso pode parecer pouco, mas não é. Nosso lema é ter profissionais na política e não políticos profissionais. Esse é o nosso diferencial.
É do partido Novo, que prega menos estado, menos benefícios. Mas é promotor público e possui uma série de benefícios. Como explicar isso ao eleitor?
O que eu explico é que os benefícios que eu tenho não são meus, é de toda a categoria. Eu não ganho nada mais ou nada menos que qualquer outro promotor no Brasil. Segundo ponto é que não fui eu que criei isso. Terceiro: eu me filiei ao partido político que combate isso, que significa que eu não concordo com esses privilégios que algumas categorias no Brasil tem em relação a outras. E se eu quisesse privilégio, eu teria me filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) ou ao Psol e não ao partido Novo, visto que todos os mandatários do Novo renunciam a qualquer privilégio. Isso acontece, pois está no DNA do partido Novo o enxugamento e a racionalização da máquina pública.
Plano 1000. Plano municipalista, milionário e que aprovou obras em toda Santa Catarina. Qual a sua avaliação sobre e pretende continuar com ele?
O partido Novo é um partido federalista e também municipalista. Nós entendemos que os problemas acontecem nos municípios e somos favoráveis a dar continuidade. Evidentemente, desde que tenha recurso, pois há indicativos que parte desse programa do governo seja um programa eleitoreiro, na medida que só foi feito no ano da eleição. A gente precisa ver se tem de fato recursos para executar. Existindo, não há absolutamente nenhum reparo.
A Prefeitura de Joinville tem um gasto de R$ 18 milhões com folha de pagamento do Hospital São José e um dos pedidos é que esse custo seja arcado pelo governo do estado. Você é contra ou a favor essa ideia? Por que?
Sou a favor. Já conversei com o prefeito e nós vamos assumir isso, pois não é justo que Joinville banque sozinho o suporte financeiro daquilo que é obrigação do estado.
Uma das principais demandas da região é a duplicação da SC-418. O governo do estado contratou uma empresa neste ano para elaborar o projeto executivo da obra. O prazo para a conclusão é de seis meses, a contar da ordem de serviço, que foi assinada no início de agosto. Como pretende garantir que o projeto saia do papel? Se eleito, você se compromete a contratar uma empresa para realizar a obra quando o projeto de execução for finalizado?
Se uma coisa que eu não faço é ser vendedor de ilusão e prometer aquilo que eu não posso entregar. Trabalhamos com responsabilidade. Sobre a obra, preciso conhecer o projeto, ver a viabilidade financeira. É óbvio que se o projeto foi viável, se tiver recurso, nós vamos fazer. Não há dúvida nenhuma.
Joinville busca uma estadualização do Ceasa. A solução foi apresentada pela prefeitura e é defendida por vereadores da cidade, porém o pedido já foi negado pelo governo estadual. Você é contra ou a favor a estadualização da unidade do Ceasa em Joinville? Por que?
Eu preciso conhecer melhor isso. Dentro dessa que eu não prometo o que não conheço, eu preciso ter acesso a realidades e peculiaridades daquilo que existe. Inclusive, eu tenho uma tendência muito mais de estudar isso para passar para a iniciativa privada, porque eu não se vai melhorar ou não. Quem sabe fazer um estudo. Enfim, preciso conhecer para tomar qualquer decisão daquilo que é o melhor.
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