Conseg do Comasa e Espinheiros cria projeto contra violência sexual infantil em Joinville
"Ouvindo as Crianças" surgiu como forma de proteger crianças dos bairros
"Ouvindo as Crianças" surgiu como forma de proteger crianças dos bairros
O Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) dos bairros Comasa e Espinheiro criou o projeto “Ouvindo as Crianças”, com o objetivo de conscientizar e promover a proteção das crianças do bairro. A iniciativa parte por uma preocupação por conta de um aumento nas notificações de violência sexual infantil em Joinville.
Nesta sexta-feira, 12, uma reunião será realizada para a apresentação e convite a diversos setores para que ajudem o projeto. As entidades convidadas foram o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Secretaria da Assistência Social (CRAS) Comasa, Secretaria de Educação, Conselho Tutelar de Joinville, Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), Secretaria da Saúde UBSF Comasa e igrejas da região. A intenção é que apresentem ideias e sugestões voltadas ao tema do projeto.
Segundo o Conseg, dados do Conselho Tutelar mostram que o bairro Comasa ocupa o terceiro lugar em número de ocorrências sobre violência doméstica envolvendo violência sexual infantil.
Os dados acenderam um alerta no conselho e segundo o presidente da entidade, Marcos Roberto Martins, o problema foi acentuado por conta do isolamento social causado pela pandemia da Covid-19, já que as escolas eram os principais locais de denúncia.
Segundo o presidente do conselho, é de comum acordo que o projeto só terá êxito com a participação de todos os setores da comunidade, aplicando essas mudanças e questões no dia a dia das crianças e adolescentes. “A escola, por exemplo, é um dos recursos fundamentais que auxilia no reconhecimento precoce dos sinais de abuso infantil”, argumenta Marcos.
“Com os agressores mais perto das vítimas e a falta de uma maneira de relatar isso, nossas crianças ficaram vulneráveis”, relata. Por conta disso, o conselho quer reunir os setores da sociedade para agir em prol das crianças e adolescentes.
Após o Conseg ouvir cada setor, o projeto pretende apresentar algumas sugestões como forma de ação preventiva. “Queremos usar da linguagem não-verbal e da participação das crianças e adolescentes em atividades lúdicas para que elas se sintam seguras, protegidas e com liberdade para relatar se algo estiver errado”, conta Marcos.
Adoção do sinal “X”: o uso pelas crianças e adolescente de um X vermelho ou apenas a letra na palma da mão seria uma maneira não-verbal de sinalizar que algo está errado. Está pratica já é utilizada a favor das mulheres que sofrem de violência doméstica.
Adoção do “Sinal de Ajuda”: a criança ou o adolescente podem utilizar o sinal quando estiver em uma situação de perigo. O sinal consiste na criança colocar sua mão aberta para cima com o dedo polegar virado na palma da mão e, em seguida, dobrar os demais sobre o polegar, mantendo esse gesto mesmo após a mão ser abaixada.
Adoção de uma “Urna Silenciosa”: a urna seria para o depósito de relatos de vítimas, com seus contatos e formas de chegar até a criança e o adolescente. A urna poderá ser instaladas nos banheiros de escolas ou salas de aula, por exemplo.
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