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Conselho define presidente e relator para julgar denúncia contra vereador em Joinville

Nomes foram escolhidos em reunião nesta quarta-feira

Os membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Vereadores de Joinville reuniram-se pela primeira vez nesta quarta-feira, 26, após a aceitação da denúncia contra o vereador Wilian Tonezi (PL) por quebra de decoro parlamentar ao supostamente praticar atos de violência política de gênero.

Na reunião, Neto Petters (Novo) foi escolhido como presidente e Mateus Batista (União Brasil) como secretário da comissão que julgará a denúncia feita pela vereadora Vanessa da Rosa (PT).

Wilian Tonezi está entre os titulares do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Entretanto, como é o alvo da denúncia, o presidente da Câmara, Diego Machado (PSD), determinou que ele fosse substituído pelo suplente Cleiton Profeta (PL).

Neto Petters (de óculos) e Mateus Batista (à dir.) na reunião do conselho. | Foto: CVJ/Divulgação

Confira a formação do Conselho de Ética:

Presidente: Neto Petters (Novo)
Secretário: Mateus Batista (União Brasil)
Membros: Pastor Ascendino Batista (PSD), Lucas Souza (Republicanos) e Cleiton Profeta (PL).

Relator

Após a sessão ordinária desta quarta-feira, os vereadores do Conselho de Ética voltaram a se reunir para definição do relator da denúncia. Presidente do conselho, Neto Petters determinou que o relator da denúncia seja o vereador Lucas Souza (Republicanos).

Ao receber a função, Lucas afirmou que “como relator, quero atuar com equilíbrio, sensatez e sem fazer pré-julgamentos”. Quanto aos procedimentos do colegiado, apenas solicitou que as reuniões ocorram no período da tarde, algo em que os demais vereadores do conselho concordaram.

Lucas Souza (à esq.) será o relator da comissão. | Foto: CVJ/Divulgação

Petters também determinou o envio de notificação a Tonezi sobre o início da investigação. Assim que a notificação ocorrer, Tonezi terá dez dias para apresentar defesa. A partir dessa defesa, o relator do caso poderá começar a trabalhar.

Na próxima reunião, que não teve a data divulgada, será definida a periodicidade da comissão.

A denúncia

As denúncias foram feitas devido a manifestações de Tonezi nas sessões dos dias 24, 25 e 26 de fevereiro.

No dia 24 do último mês, três parlamentares, Vanessa da Rosa, Liliane da Frada (Podemos) e Henrique Deckmann (MDB), usaram o tempo na tribuna para celebrar os 93 anos da conquista do voto feminino no Brasil e a participação da mulher na política.

Nesta sessão, Tonezi afirmou que, sempre que houver na Câmara algum discurso feminista, ele irá “expor as feministas e o que elas defendem”.

Já na sessão do dia seguinte, Tonezi mandou a vereadora Liliane, durante reunião da Comissão de Urbanismo, se calar. Os dois se desentenderam e, por três vezes, ele disse: “Eu estou falando, a senhora fique quieta!”.

No dia 26 de fevereiro, o parlamentar do PL falou na tribuna que “não há nada mais triste e mais pervertido do que as mulheres feministas”. Na sequência, disse que “o movimento feminista tem como objetivo a destruição das famílias”. Logo após a fala de Tonezi, a vereadora Vanessa da Rosa, que ocupa o cargo de procuradora da Mulher na CVJ, apresentou dados da violência contra a mulher.

“Uma mulher é assassinada a cada dez minutos no mundo por conta de posturas machistas e leituras equivocadas. Vivemos em uma sociedade machista e patriarcal há muito tempo e isso tem ocasionado mortes. Não estamos falando de feminilidade, que cada mulher escolhe se quer ser feminina ou não. Estamos falando de assassinato”, disse.

Também em resposta durante seu tempo regimental, Liliane da Frada, subprocuradora da mulher na CVJ, afirmou que é “por causa de posturas como a de Tonezi que as mulheres precisam do feminismo”.

A denúncia foi aceita por 10 votos, com 2 votos contrários e 4 abstenções. Não votaram o presidente Diego Machado (PSD), por ser presidente, nem a denunciante e o denunciado.

Veja como votaram os vereadores

Reprodução

*Com informações da Câmara de Vereadores de Joinville

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