Conselhos recusam convite e reunião sobre recuperação judicial do JEC não acontece
Encontro estava previsto para acontecer na última quarta-feira
Encontro estava previsto para acontecer na última quarta-feira
A reunião entre a diretoria do Joinville e conselhos do clube para discutir as consequências do pedido de recuperação judicial, prevista para acontecer na última quarta-feira, 25, não foi realizada. Isso porque os conselhos deliberativo e fiscal do JEC não foram ao encontro.
O presidente do conselho deliberativo, Darthanhan Oliveira, e o presidente do conselho fiscal, Alexandre Poleza, justificaram que não participaram da reunião devido ao tema não ser discutido previamente, antes de ser protocolado na Justiça.
Por e-mail, em resposta ao convite enviado pelo presidente do JEC, Charles Fischer, Dartanhan afirma não ver motivo para participar após a recuperação judicial ser solicitada sem reuniões prévias, em que classificou como “unilateral”.
Poleza segue na mesma linha de raciocínio. “Entendemos que não há razão, neste momento, de participação, deste conselho, em reuniões privadas com a diretoria executiva”, escreveu.
Procurado pela reportagem do jornal O Município Joinville, Charles Fischer diz que não vai comentar a ausência dos representantes dos conselhos na reunião. Entretanto, afirmou que vai “seguir trabalhando, focado em reestruturar o JEC”. E ressalta que estará presente na reunião extraordinária, convocada pelo conselho deliberativo, para a próxima quinta-feira, 2, aberta à comunidade.
Na última segunda-feira, 23, conforme noticiado com exclusividade pelo colunista do jornal O Município Joinville, Raul Sartori, o JEC deu entrada com pedido de recuperação judicial pela dívida de R$ 46 milhões. A Justiça decidirá se o aceita ou não. A medida é um processo no qual cria-se, com intermediação de juízes, um acordo entre uma empresa que está passando por dificuldades financeiras e seus credores.
Darthanhan Oliveira classificou como um “tremendo absurdo” a decisão da diretoria. De acordo com ele, caso a Justiça negue o pedido, o JEC teria que decretar falência, sendo possível até ser refundado e recomeçar na terceira divisão do Campeonato Catarinense.
Em tom crítico, o presidente do conselho deliberativo afirma que um fato que compromete o futuro do clube pelos próximos 10 ou 20 anos não pode ser decidido por uma gestão que será encerrada daqui a cinco meses, quando o clube terá novas eleições.
O diretor do conselho deliberativo diz que, em caso de recusa, pode ser decretada a falência do clube. “Não temos sequer condições de avaliar a sua qualidade e a real possibilidade de execução. Fico extremamente preocupado com a aplicabilidade de um plano desses”, analisa.
Nesta terça-feira, 24, o Joinville se pronunciou publicamente sobre o pedido de recuperação judicial. O time descarta a possibilidade de falência.
Na nota oficial, o clube afirma que a medida foi tomada devido ao contexto de extrema dificuldade financeira, de uma crise que acompanha o clube há alguns anos e afeta até os dias de hoje, além da queda de receitas e baixa arrecadação desde 2021.
A diretoria executiva do clube entende que a medida é a única saída para permitir a continuidade do JEC e reorganização financeira, pavimentado o caminho para a SAF e atrair investidores, que saberão a real dívida do clube e não vão lidar com surpresas, como ocorre atualmente.
Além disso, o clube cita ser importante reforçar que, caso a recuperação judicial deferida, além de uma redução extremamente significativa da dívida do clube e mais segurança para os investidores, o Joinville terá prazos e carências para estruturação.
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