Coronavac: confira mitos e verdades sobre a vacina

Instituto Butantan esclarece dúvidas e desmente fake news sobre o imunizante

Coronavac: confira mitos e verdades sobre a vacina

Instituto Butantan esclarece dúvidas e desmente fake news sobre o imunizante

Redação O Município Joinville

A eficácia da Coronavac é boa? Quais são os efeitos colaterais da Coronavac? Estas duas perguntas estão entre os temas mais pesquisados pela população no Google, conforme a plataforma Google Trends.

A Coronavac é uma vacina brasileira, feita em São Paulo, no Instituto Butantan, e produzida em parceria com a empresa chinesa Sinovac. No ano passado, uma equipe da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) visitou a empresa e concedeu a Certificação de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, o que permitiu o início da produção das vacinas no Butantan.

A reportagem  compilou informações publicadas pelo Instituto Butantan para esclarecer mitos e verdades sobre a Coronavac. Confira a seguir.


Coronavac é eficaz a aplicação da segunda dose? Verdade. 

Ao contrário do boato que surgiu nas redes sociais, não é necessária a aplicação de uma terceira dose da vacina do Butantan contra a Covid-19. Conforme os estudos finais, a eficácia e a segurança da Coronavac são ainda maiores do que as verificadas nos estudos iniciais, podendo chegar a 62% de eficácia geral e 83% para casos moderados.

Estudos do Projeto S, realizado pelo Butantan em Serrana, no Ceará e no Chile indicam que apenas duas doses são necessárias para imunizar a população e proteger contra o vírus Sars-CoV-2. O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, esclareceu essa dúvida em vídeo e reforçou que a vacina do Butantan é eficiente e segura para pessoas acima de 18 anos, inclusive idosos.


População pode ter reações ao tomar a Coronavac? Verdade.

Conforme o Butantan, reações adversas foram observadas a partir do estudo clínico de fase 3 em adultos de 18 a 59 anos até sete dias após a administração da segunda dose da vacina.

São reações muito comuns (mais de 10% dos pacientes): dor de cabeça, cansado e dor no local de aplicação.

 

São reações comuns (entre 1% e 10% dos pacientes): enjoo, diarreia, dor muscular, calafrios, perda de apetite, tosse, dor nas articulações, coceira, coriza, congestão nasal. E, no local da aplicação: vermelhidão, inchaço, enduração, coceira.

São reações incomuns (entre 0,1% e 1% dos pacientes): vômito, febre, vermelhidão, reação alérgica, dor de garganta, dor ao engolir, espirros, fraqueza muscular, tontura, dor abdominal, sonolência, mal-estar, dor nas extremidades, dor abdominal superior, dor nas costas, vertigem, falta de ar, inchaço. No local de aplicação: hematoma.

Em idosos acima de 60 anos, o estudo observou que é muito comum dor no local de aplicação.

São reações comuns (entre 1% e 10% dos pacientes): enjoo, diarreia, dor de cabeça, cansaço, dor muscular, tosse, dor nas articulações, coceira, coriza, dor ao engolir, congestão nasal. E coceira, vermelhidão, inchaço, enduração no local de aplicação.

São reações incomuns (entre 0,1% e 1% dos pacientes): vômito, calafrios, diminuição de apetite, reação alérgica, tontura, hematoma, hipotermia, desconforto nos membros, fraqueza muscular. No local de aplicação: hematoma.


Coronavac é produzida com vírus inativados? Verdade. 

A vacina do Butantan contra a Covid-19 é produzida com vírus inativados do novo coronavírus, ou seja, não oferece nenhum risco de infecção da doença. De acordo com o instituto, essa tecnologia é uma especialidade do Butantan e usada em muitas outras vacinas bem-sucedidas, como a da gripe.


Estrabismo é um dos possíveis efeitos colaterais da Coronavac? Mito.

Como todo medicamento, a vacina do Butantan contra a Covid-19 pode provocar eventos adversos, mas o aparecimento de estrabismo ou visão dupla não é um deles: não foi relatado nenhum caso do tipo nos ensaios clínicos de fase 3 que comprovaram a segurança e eficácia da vacina.

Conforme o instituto, a Coronavac tem um altíssimo perfil de segurança: no estudo Projeto S, que vacinou 95% da população adulta do município de Serrana, no interior de São Paulo, a incidência de reações adversas na aplicação da 2ª dose da Coronavac foi de 0,2%, e não houve nenhum relato de grau 3 ou superior.


Resultado negativo de anticorpos indica de Coronavac não funciona? Mito. 

De acordo com o Butantan é falso o áudio que circula em grupos de conversa no qual um suposto médico põe em dúvida a eficácia da Coronavac e os testes de anticorpos realizados em laboratório.

O próprio laboratório Fleury, citado na notícia falsa, já denunciou a fake news. O resultado negativo no exame de pesquisa de anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2 não quer dizer que o paciente não tenha apresentado resposta imune.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou no início de junho uma nota alertando que exames de diagnóstico da Covid-19 não devem ser utilizados para atestar a proteção vacinal.


Coronavac é eficaz em pacientes idosos? Verdade. 

O Instituto Butantan afirma que a Coronavac é eficaz em pacientes idosos. Apesar dos boatos que têm circulado nas redes sociais de que o Butantan não confirma a eficácia do imunizante em pacientes idosos, a eficiência e a segurança da vacina já foram comprovadas não só em indivíduos dessa faixa etária, mas também em pessoas com mais de 18 anos de idade.


Protocolo exige aplicação de vacinas contra a Covid-19 no braço direito? Mito.

Nas redes sociais, pessoas vacinadas trazem relatos sobre orientações equivocadas que receberam na hora da vacinação. Segundo as publicações, alguns profissionais da saúde afirmaram que o imunizante deve ser aplicado sempre no braço direito, seguindo o protocolo dos fabricantes de vacina.

Contudo, de acordo com o instituto, não há qualquer recomendação nesse sentido, tanto por parte dos fabricantes quanto por parte da Sociedade Brasileira de Imunizações. A bula da Coronavac orienta que a aplicação seja na região deltoide da parte superior do braço, podendo ser o direito ou o esquerdo.


Pessoas ficam com imunidade baixa ao tomar Coronavac? Mito. 

Uma fake news que circula na internet diz que o imunizante contra a Covid-19 afeta o sistema imunológico e deixa o indivíduo propenso a contrair a doença. As vacinas têm taxas de eficácia diferentes, mas todas protegem contra a Covid-19, criando anticorpos contra o novo coronavírus. Além disso, não prejudicam o sistema imunológico no combate a essa e outras doenças.


A vacina pode matar? Mito. 

A vacina do Butantan utiliza o vírus inativado, uma tecnologia bastante conhecida na produção de outras vacinas do instituto. Segundo os testes realizados, ela não causa nenhum efeito adverso grave nem prejudica a saúde da população.


Proteína spike contida nas vacinas é tóxica e causa problemas de saúde? Mito. 

Grupos têm disseminado mensagens falsas a respeito da proteína S dos imunizantes contra a Covid-19. O texto diz que essas proteínas se espalham pelo corpo e podem provocar doenças cardíacas, infertilidade, danos cerebrais e coágulos sanguíneos.

De acordo com o Butantan, as alegações não possuem qualquer embasamento científico. Além disso, todas as vacinas aprovadas tiveram sua segurança atestada em ensaios clínicos e o material contido nos imunizantes não é capaz de causar replicação ativa do vírus, nem de adoecer o indivíduo.


Brasileiros são cobaias da vacina? Mito.

Todas as vacinas desenvolvidas pelo Instituto Butantan obedecem rigorosos critérios técnicos até que sejam disponibilizadas para a população. A Coronavac já comprovou sua segurança e resposta imune nas fases 1, 2 e agora na fase 3 de testes, com 13 mil voluntários no Brasil. Outros países já provaram seu uso emergencial, como Turquia e Indonésia, e milhões de pessoas serão vacinadas. A vacina do Butantan está entre as mais seguras do mundo, segundo a revista científica Lancet.


Vacinas com insumos chineses não são seguras? Mito. 

Os chineses têm vasta experiência na produção de vacinas. Inclusive, é importante saber que a vacina de Oxford também utiliza insumos farmacêuticos vindos da China. Os testes com a vacina do Butantan comprovaram que ela não causa nenhum efeito adverso grave nem prejudica a saúde da população.


Após tomar Coronavac, é preciso esperar duas semanas para tomar a vacina contra a gripe? Verdade.

Após tomar a Coronavac, é preciso esperar duas semanas para tomar a vacina contra a gripe. E vice-versa: após tomar a vacina da gripe (ou qualquer outra vacina), é preciso esperar pelo menos duas semanas para tomar a vacina contra a Covid-19. Esse cuidado é necessário porque ainda não foram estudados os possíveis efeitos de tomar a vacina contra a Covid-19 junto a outras vacinas.


Butantan está desenvolvendo a Butanvac porque a Coronavac é ineficiente? Mito. 

A Coronvac é, sim, eficiente: os ensaios clínicos demonstraram que sua eficácia global é de 62,3% contra casos leves, moderados ou graves de Covid-19 se o intervalo entre as duas doses for de 21 dias ou mais.

Além disso, a aplicação da vacina no mundo real está mostrando que a Coronavac possui um alto perfil de segurança.

O Butantan está investindo no desenvolvimento da Butanvac porque se for provada eficiente e segura, terá um custo muito mais baixo e será produzida inteiramente no Brasil, com insumos nacionais, aumentando a oferta de imunizantes e contribuindo para o combate à pandemia.


Peru suspendeu testes com Coronavac por problemas neurológicos em voluntário? Mito. 

A vacina que teve ensaios clínicos interrompidos no Peru é de outra farmacêutica. A Coronavac não está sendo testada no Peru.


Vacina contra a Covid-19 causa câncer de mama? Mito.

Conforme o Butantan, as informações repassadas em grupos antivacina, de que o imunizante contra a Covid-19 pode causar tumores de mama, são falsas. O que acontece, de acordo com estudos realizados, é que após tomar uma vacina pode haver um inchaço temporário dos linfonodos. Se precisar fazer uma mamografia, é recomendado que se agende antes de receber o imunizante ou após quatro semanas – período que demora para os linfonodos voltarem ao normal.


A vacina do Butantan contra a Covid-19 imuniza também contra a gripe H1N1? Mito.

Isso não é verdade. Quem recebe a Coronavac fica imunizado somente contra a Covid-19. Para se imunizar contra o vírus causador da H1N1 é preciso tomar a Vacina Influenza Trivalente (Fragmentada e Inativada), também fabricada pelo Butantan.

É a vacina da gripe distribuída pelo Programa Nacional de Imunizações gratuitamente a maiores de 60 anos e menores de seis anos, e que protege contra três tipos de gripe, inclusive a H1N1.


Coronavac causa surtos psicóticos? Mito. 

De acordo com o Butantan, ao contrário do que dizem boatos da internet, a vacina do Butantan contra a Covid-19 não provoca esse tipo de reação nas pessoas que a recebem. Por outro lado, o aparecimento de transtornos psicóticos e crises de ansiedade é um sintoma já identificado em pacientes com quadros graves de Covid-19, segundo estudo da Universidade de São Paulo (USP).


Tomar duas doses da Coronavac faz com que a eficácia da vacina dobre? Mito.

Comentários nas redes sociais especulam que ao se tomar as duas doses da Coronavac sua eficácia dobra. Porém, segundo o Butantan, ao contrário desse raciocínio, a eficácia global da vacina, que é de 62,3% quando o intervalo entre doses é de 21 dias ou mais, de acordo com os ensaios clínicos, é alcançada com a soma das duas doses. Quem toma a primeira e a segunda doses da vacina fica imunizado, enquanto quem toma só uma dose não fica protegido.


Eficácia da Coronavac será questionada na justiça e médicos indicam aplicação de outras vacinas? Mito.

A notícia espalhada por uma corrente é falsa segundo o Butantan. A eficácia da vacina do instituto já foi comprovada em vários estudos clínicos para todas as faixas etárias acima de 18 anos. Também não é indicado receber outros imunizantes após tomar a primeira ou as duas doses da Coronavac.


Quem toma Coronavac não pode entrar em outros países? Mito.

Não é verdade que pessoas imunizadas com a vacina do Butantan estão sendo impedidas de viajar para outros países. Na verdade, diversos países estão com fronteiras fechadas para brasileiros devido ao cenário da pandemia no Brasil. Conforme o  instituto, não há qualquer relação com o imunizante.


Tomar duas doses de vacinas de fabricantes diferentes  proporciona maior imunidade? Mito.

Essa informação é falsa. Conforme o Butantan as farmacêuticas usam tecnologias diferentes para desenvolver suas vacinas e não há estudos sobre as consequências de se tomar a primeira dose da Coronavac e a segunda de outro fabricante.


Butantan não disponibiliza dados sobre estudos clínicos da Coronavac? Mito.

De acordo com o instituto, as pesquisas sobre a vacina do Butantan contra a Covid-19 estão disponíveis em publicações relevantes e abertas ao público. A plataforma de preprints da The Lancet, uma das revistas científicas mais respeitadas do mundo, disponibilizou os dados finais dos ensaios clínicos de fase 3.


Medidas de proteção continuam sendo necessárias? Verdade. 

A vacina é eficaz, mas medidas de proteção continuarão sendo necessárias. Uma mensagem que circula nas redes sociais minimiza a importância da imunização por ainda ser necessário usar máscara e cumprir o distanciamento social após a vacinação.

No entanto, o Butantan ressalta que essas medidas são importantes para que uma pessoa vacinada que tenha contato com o vírus não transmita para outras, embora ela esteja protegida.


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