Covid-19: é comum ter reações à vacina? Infectologista de Joinville tira dúvidas sobre aplicação

Eficácia dos imunizantes, reações causadas pelas vacinas e modo de aplicação são alguns dos temas abordados

Covid-19: é comum ter reações à vacina? Infectologista de Joinville tira dúvidas sobre aplicação

Eficácia dos imunizantes, reações causadas pelas vacinas e modo de aplicação são alguns dos temas abordados

Fernanda Silva

Mesmo após quatro meses desde que a vacinação contra a Covid-19 começou em Joinville, ainda há dúvidas relacionadas a eficácia dos imunizantes, reações causadas pelas vacinas e modo de aplicação.

Por isso, a reportagem de O Município Joinville conversou com o infectologista e coordenador médico de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Joinville, Luiz Henrique Melo. O médico explicou quais são os mitos e verdades em torno das vacinas Astrazeneca, Coronavac e Pfizer, disponibilizadas para a população.

Infectologista Luiz Henrique Melo | Foto: Fernanda Silva/O Município Joinville

É comum ter reações à vacina?

Melo afirma que, de fato, efeitos adversos podem ser causados pelas vacinas, porém, destaca que a frequência destes casos é baixa. “Há um monitoramento no município de Joinville. Até fim de maio, foram 181 mil doses aplicadas e 700 efeitos identificados, ou seja, 0,39%. É bem pouco frequente o efeito adverso”, afirma.

Destes, 0,43% dos efeitos apresentados foram por pessoas que receberam a Coronavac, 0,37% das que tomaram a Astrazeneca e, até o momento, nenhuma apresentou reações à Pfizer. Segundo Melo, os números municipais são semelhantes aos dados apresentados em todo o mundo.

Quais são as principais reações?

O médico conta que as reações mais comuns são dor de cabeça, dores no corpo e febre. Também pode ser registrada tosse seca. Ele afirma que os efeitos não estão ligados a determinado fabricante.

No geral, Melo explica que os sintomas podem ser aliviados com remédios usuais, principalmente o paracetamol. Porém, caso os efeitos sejam mais fortes e com febre contínua, o paciente deve procurar assistência médica, já que o caso pode ser, na verdade, de dengue.

Há risco de trombose?

Sobre a trombose, o infectologista diz que apenas 32 pacientes no mundo apresentaram o efeito colateral. Em Joinville, um morador teve trombose na perna. O médico destaca que a ocorrência destes casos é muito pequena e ainda não tem uma causa confirmada.

Reação é sinônimo de eficácia?

Segundo Melo, a reação adversa da vacina não tem necessariamente relação com a eficácia. Porém, no caso da Astrazeneca, ele explica que já há um estudo que mostra que, quem teve reação, apresenta também uma imunização mais robusta.

“Mas isso não quer dizer que quem não teve [reação] não tenha resposta imune. Mas, mostra que quem teve [reação] aponta que a imunidade bastante robusta”, afirma.

Jovens têm mais reação do que pessoas mais velhas?

Uma das informações que tem circulado pelas redes sociais é de que pessoas mais jovens tendem a ter mais reações causadas pela vacinação do que as mais velhas.

Porém, de acordo com o médico, a faixa etária não influencia na possibilidade de efeito adverso.

Aplicação no braço ou no glúteo?

Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre qual é o local correto para a aplicação da vacina contra a Covid-19. O médico joinvilense conta que isto, na verdade, varia de acordo com o treinamento de cada equipe de saúde.

Em Joinville, por exemplo, a maioria dos vacinadores costuma aplicar o imunizante na região do glúteo. Já em outras cidades, a aplicação é feita com mais frequência no braço. Segundo Melo, a escolha não interfere na capacidade de efeito da vacina.

Segunda dose

Outra dúvida frequente é em relação ao período entre a aplicação da primeira para a segunda dose da vacina. Cada fabricante indica um tempo diferente entre uma dose e outra. Porém, caso o paciente não possa comparecer no dia marcado, Melo explica que, um período curto de tempo não influencia na eficácia da vacinação. Portanto, a pessoa deve receber a segunda dose para garantir o funcionamento da imunização.

Influência da vacinação

“Vacina só vai influenciar [nos casos] quando 60% da população estiver vacinada com a segunda dose”, afirma Melo.

Até o momento, 138.835 moradores da cidade tomaram a primeira dose da vacina. Isso representa 23,2% da população de Joinville, estimada em 597.658. Já a segunda dose, foi aplicada em 57.972 pacientes, ou seja, 9,6% dos joinvilenses.


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