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Covid-19: inquérito epidemiológico aponta redução do contágio em Joinville

Número de óbitos ainda preocupa, mas Secretaria da Saúde acredita que haverá queda nas próximas semanas

A Secretaria da Saúde apresentou os resultados da primeira fase do Inquérito Epidemiológico realizado entre 15 de junho a meados de agosto, em Joinville. A pesquisa apontou uma redução na taxa de contágio no município. Além disso, mostrou a aderência da população ao isolamento e os picos de ocupação nos leitos de UTI.

O pico de contágio foi alcançado na segunda metade de julho, de acordo com o médico responsável pelo estudo, Henrique Diegoli, com uma média de 65% de novos casos. A redução começou principalmente em agosto, já que após a segunda quinzena do mês, a média ficou entre 30 e 40%.

O especialista afirma que se o contágio seguisse na velocidade que estava anteriormente, a quantidade de leitos disponíveis na cidade não seria o suficiente.

Prefeitura de Joinville/Divulgação

No caso das mortes, Joinville registrou de sete a oito mortes por dia, em média. “O indicador de óbitos ainda é levado”, afirma Diegoli. Agora, eles esperam que nas próximas semanas a taxa de mortalidade também diminua, o que continua sendo uma preocupação.

O clima, isolamento social e as medidas estabelecidas desde junho contribuíram para a redução do coronavírus na cidade, acredita o secretário da Saúde, Jean Rodrigues da Silva. “Nada disso será suficiente se as pessoas não respeitarem as medidas”, afirma.

Outro item observado na pesquisa foi as ocupações de leitos hospitalares. O pico de pacientes na enfermaria foi em julho, mês que mais preocupou a Secretária de Saúde, segundo Silva. A diminuição começou a ser registrada no setor no fim do mês passado. Já na UTI, o pico foi na metade de agosto, com início de redução nesta semana.

Comportamento da população

Além de testar a população, foram 4.411 pessoas, e observar o número de contágio pelo coronavírus, o estudo também entrevistou 6.901 moradores para entender como os joinvilenses têm se comportado durante a pandemia e como ela tem se espalhado.

Durante toda a pesquisa, entre 50 a 58% dos entrevistados admitiram que estavam vendo outras pessoas fora do convívio familiar, 30 a 40% estavam saindo para trabalhar e 4 a 2%, saindo sem máscara.

Foi observado que 21% dos moradores estavam indo a bares e restaurantes até o início de julho. O percentual diminuiu ao longo das semanas, principalmente com a medida que reduziu o horário de funcionamento desses locais, chegando a 8% no fim do mês.

A população também relatou com que frequência os sintomas apareciam. A perda do olfato
e paladar são os mais comuns, segundo o estudo. Febre ou sensação de febre estão em seguida. Demais sinais da doença, apesar de aparecerem em alguns casos, são menos frequentes.

Mudanças com a diminuição de contágio

Se a taxa de contágio continuar reduzindo, novas medidas serão flexibilizadas. “Flexibilização monitorada, mas que poderá voltar a restringir”, caso o número de contágio volte a aumentar, conta o secretário de Saúde.

Um dos setores que poderá retornar, por exemplo, é a educação. Caso seja permitido, o município irá testar todos os professores e alunos antes do retorno. Porém, a volta também terá capacidade restrita, de acordo com protocolo já definido.

Outra mudança será dentro dos hospitais. A Secretaria da Saúde planeja retomar as cirurgias em outubro, caso o cenário continue com a diminuição contágios. A partir disso, parte dos leitos de Covid-19 passarão a atender outras patologias. Mas o secretário reforça que isso vai depender da taxa de transmissão da doença e da ocupação da UTI no período.


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