Covid-19: internação de idosos volta a crescer em Joinville; médico explica causas
Aplicação de dose de reforço foi aprovada para auxiliar na imunidade de público idoso
Aplicação de dose de reforço foi aprovada para auxiliar na imunidade de público idoso
Com a vacinação de idosos contra a Covid-19, Joinville chegou a registrar queda na internação deste público após a aplicação de duas doses da vacina. Este foi um dos primeiros grupos prioritários a receberem a imunização, cerca de oito meses atrás. Porém, recentemente, voltou a crescer o número de casos de pacientes idosos que precisaram ser internados por conta da doença, alerta o secretário de Saúde, Jean Rodrigues da Silva.
De acordo com o infectologista Marcelo Mulazani, o público idoso tem, naturalmente, a imunidade mais baixa, o que pode influenciar na porcentagem e duração da eficácia da vacina nesta idade. “Há perda da resposta imunológica com o passar do tempo, o que pode diminuir a duração da resposta imune”, conta o médico.
Uma pesquisa coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que a efetividade das vacinas contra a Covid-19 é impactada pela idade de quem toma a dose.
De acordo com estudo feito com 75,9 milhões de pessoas imunizadas com as vacinas Oxford/AstraZeneca e CoronaVac, há uma redução da proteção com o aumento da idade. Os dados são de pessoas vacinadas no Brasil, coletados entre 18 de janeiro e 24 de julho de 2021.
Os resultados mostram que, com as duas doses, ambas vacinas oferecem proteção contra casos moderados e graves de Covid-19 e são efetivas na proteção contra a infecção, hospitalização e morte. Em geral, aqueles que tomam AstraZeneca/Fiocruz têm proteção de 90,2% contra óbito e, aqueles que tomam CoronaVac, 73,7%.
Considerando, no entanto, a faixa etária das pessoas que tomaram os imunizantes, aqueles com idade entre 80 e 89 anos que tomaram a vacina AstraZeneca/Fiocruz obtiveram um índice de proteção contra morte de 89,9%, enquanto aqueles que tomaram a CoronaVac obtiveram uma proteção de 67,2%. Acima dos 90 anos, esses índices ficaram em 65,4% entre vacinados com AstraZeneca/Fiocruz e 33,6% entre aqueles imunizados com CoronaVac.
Por isso, tem se debatido a aplicação da terceira dose. Para o secretário de Saúde, esta é uma estratégia que pode vir a funcionar. “Os estudos internacionais apontam, inclusive, para o reforço de imunizante para os grupos prioritários, que já estão imunizados há mais de oito meses” diz. No município, a população idosa começou a ser vacinada no fim de janeiro.
Em Santa Catarina, esta dose de reforço já foi aprovada e poderá ser aplicada a partir desta quarta-feira, 1º, em idosos com mais de 70 anos e, a partir do dia 15 de setembro, em pessoas com alto grau de imunossupressão. A dose de reforço será administrada em pacientes que completaram o esquema vacinal, há pelo menos 6 meses, independente do imunizante aplicado.
O médico joinvilense acredita que a melhor saída é garantir o reforço para prevenção. Ainda assim, destaca que, sozinha, a vacinação não garante proteção total ao indivíduo, por isso, é necessário a continuidade do uso de máscara e evitar aglomerações.
“Reforço a continuidade das medidas de contenção não farmacológicas que é a máscara, distanciamento, álcool gel e evitar circular gripado”, recomenda o secretário de Saúde.
Além da internação de idosos, Joinville tem registrado um crescimento geral na taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 neste último mês de agosto. Dia 1º eram 87%, chegou a 96% no dia 20 e, nesta terça-feira, 31, está em 91%.
De acordo com Jean, o aumento de internações acompanha o número de novos casos confirmados e ativos, que também aumentaram em agosto. No momento, a secretaria tem trabalhado para a continuação da campanha vacinação, explica, para que se possa diminuir a circulação do vírus.
O infectologista afirma que o perfil de internações, em sua maioria, são pessoas que ainda não foram imunizadas ou que receberam apenas a primeira dose do imunizante. “Não podemos dizer que é falha na vacina, já que tomou uma dose só”, afirma.
O médico também reforça que, quanto maior a proporção de pessoas vacinadas, menor a chance do vírus circular. “O grande motor desse processo todo é a questão da população imunizada com segunda dose, pra gente poder sentir o impacto de sociedade”, comenta o secretário de Saúde.
Atualmente, Joinville conta com 161.331 pessoas vacinadas com a segunda dose ou, ainda, a vacina de dose única. Ou seja, 26,6% da população está com o esquema vacinal completo. Enquanto isso, outras 242.665 tomaram apenas a primeira dose, portanto, 40,1% ainda precisam receber a segunda dose. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Joinville tem 604.708 moradores.
*Com informações da Agência Brasil.
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